domingo, 4 de março de 2012

A resposta de Vasco Reis, médico veterinário

...  responde a aficionado que quer espaço nos jornais a favor da tauromaquia



Comentário a uma carta de Paulo Ramires ao Público



O Blogger aficionado do “Tourada Portugal” Paulo Ramires evidencia, na carta em questão, ignorância a par de falta de vontade ou de capacidade para detectar o que o senso comum o esclareceria de que o touro e o cavalo sofrem na tourada.

Além disso revela falta de sensibilidade e de compaixão por estes animais sacrificados à tauromaquia que defende.

Deste somatório de deficiências resulta uma atitude de falta de ética e de solidariedade perante os animais e perante as pessoas conscientes, preocupadas e indignadas pela tortura que acontece nesse violento espectáculo.

Na sua acusação ao "Público" refere que na tourada em Portugal não há morte, parecendo-me que se está a esquecer de Barrancos e não só. Noutros casos, a morte do touro acontece após a tourada unicamente adiada por algumas horas ou dias de grande sofrimento em consequência dos ferimentos, da exaustão e da depressão provocados pela lide, que este senhor considera admirável. Exceptuam-se os casos em que os touros lidados não são abatidos para serem mais tarde explorados na tourada à corda.

Mas nunca é tarde para aprender o que a ciência comprova:

"Os touros e os cavalos são seres vivos sencientes capazes de sentir dor e prazer, físicos e psicológicos, bem como sentimentos de angústia, stress e ansiedade, de modo comparável em elevadíssimo grau aos seres humanos, pois anatómica, fisiológica e neurologicamente estas três espécies são muito semelhantes e os seus ADN são muito equivalentes".

Identifico-me e assino-me como Vasco Reis, médico veterinário, tendo praticado durante 41 anos a profissão, conhecedor profundo de bovinos e de cavalos, ex-detentor de 2 cavalos e concursista de concurso hípico completo, ex-jogador de rugby (desporto de equipa, onde se opõem voluntariamente indivíduos da mesma espécie e que exige lealdade - desporto de cavalheiros - e virilidade, sendo uma boa alternativa recomendável para os forcados em vez de se aproveitarem do esgotamento de um animal previamente massacrado) e fui durante 3 anos responsável e acompanhante médico-veterinário antes, durante e depois das touradas, para cumprimento das exigências legais em relação aos touros lidados na Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, na qualidade de médico veterinário municipal, cargo que ali exerci de 1986 a 1989.

Não colhe, portanto, em relação a mim a frequente acusação de que os adversários da tauromaquia são ignorantes do assunto.

Com os melhores cumprimentos.

Vasco Manuel Martins Reis
Aljezur, 4 de Março de 2012





PÚBLICO É ANTI-TAURINO E OFENDE A COMUNIDADE AFICIONADA

Carta ao Público

Domingo, 26 de Fevereiro de 2012



Alguns órgãos de comunicação têm atacado a tauromaquia sem qualquer razão e com argumentos completamente falsos. Recentemente o caderno do Público P3 publicou um artigo descrevendo a tauromaquia como a “cultura da morte”, sublinhando que a ultima sondagem tinha apenas 10% a 15% de apoio dos portugueses.
Por que razão a tauromaquia é chamada de “cultura da morte” pelo jornal o Público? Onde existe morte na tauromaquia portuguesa? Terão os aficionados de ficar calados perante tal agressão infame. Deveria explicar tal asneira e absurdo, mas não o faz. Não são este tipo de artigos, abusivos, falsos e ofensivos, pretendendo dar uma imagem irreal e distorcida de uma actividade simultaneamente económica, cultural e artística, em que de forma alguma, merece esta ofensa e vil ataque, abusivo, e inqualificável, ao mesmo tempo que escondem as verdadeiras intenções e interesses desse vil ataque.
A sondagem a que o autor se refere não é a última, e mente até sobre os seus resultados desse inquérito, é falso até ao se referir a este último inquérito da associação Animal de 2007 “Valores e Atitudes face à Protecção dos Animais em Portugal”, mostrando 56,1% que não apoiam e 43,9% que apoiam – inquérito esse sem base credível e sem ser feito por identidade independente e especializada. Estas referências são falsas, mentirosas, abusivas e apenas pretendem enganar as pessoas, o que certamente dá uma má imagem ao Jornal Público.
A última sondagem que foi feita sobre o tema, foi feita em 2011 por uma conhecida empresa especializada em sondagens, a Eurosondagem, que não dá margem para se questionar a sua independência e rigor dos seus serviços. O resultado da sondagem dá um apoio dos portugueses de 89% às corridas de touros – são cerca de 9,552 milhões de pessoas a favor - contra apenas 11% das que estão contra – 1,18 milhões de pessoas. Porque razão a ultima sondagem, a única credível e independente é ignorada?
O jornal Público deveria ter critérios jornalísticos de rigor e fundamentados em factos verdadeiros e não em referências falsas e mentirosas, além das referências falsas e mentirosas que ofendem a vasta comunidade aficionada composta por milhões de pessoas. Esta prática de denegrir a imagem da tauromaquia portuguesa, os aficionados portugueses, e os seus valores tradicionais, já vem sendo sistemática no jornal Público.
Quando o Público noticiou a sondagem da Eurosondagem que davam 89% de apoio dos portugueses às corridas de touros, o jornal referiu-se á notícia em tom depreciativo para o mundo tauromáquico e publicou uma fotografia de grupos fanáticos, radicais e extremistas anti-tourada a acompanhar a notícia. Esta atitude do jornal Público não é aceitável e seria razoável que o jornal conseguisse e alterasse este tipo de posição anti-taurina.
É ainda de referir que ao contrário do que se passa em Espanha, em que os jornais têm um espaço para a tauromaquia, em Portugal existem jornais como o Público com espaço para a maledicência, a mentira e a falsidade anti-taurina.

Paulo Ramires
Licenciado em Gestão pela Universidade do Algarve
Blogger aficionado do “Tourada Portugal”


(*). Para mais fácil leitura, o texto de Paulo Ramires foi publicado com parágrafos, remetendo-se os leitores para o texto publicado no blogue citado, caso pretendam ler o texto original.

Fonte: Sem Touradas

2 comentários:

  1. Gostei muito de ler o seu artigo! Esta falta de sensibilidade das pessoas para com os animais choca-me! Parabéns!

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  2. Agradecemos em nome do dr. Vasco Reis!
    Bem haja|

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