sexta-feira, 23 de maio de 2014

OPINIÕES E COMENTÁRIO (II)

 A PROPÓSITO DO PROGRAMA PRÓS & CONTRAS DE 12.05.2014 (II)
FESTA BRAVA

“Festa, só se for para tauromáquicos, pois que para touros, cavalos e abolicionistas trata-se exclusivamente de fonte de enorme stress e sofrimento. Para abolicionistas acresce ainda o facto de ser motivo para indignação e constante mágoa, o que temos a “agradecer” ao lobby tauromáquico e ao status quo em Portugal”.
Entendo que para se combater a praga tauromáquica há que incidir na educação, a começar por crianças e jovens, a quem se deve revelar a virtude e o dever do respeito pelo bem estar dos animais e, pelo contrário, o mal e a iniquidade que a agressão aos animais implica.
Assim se poderia interromper o ciclo vicioso da fixação tauromáquica para crianças e jovens que estão a ser influenciados pelo meio aficcionado representado por pais, professores, padres, escolas de toureio, touradas, etc, sem que lhes seja revelada a terrível fonte de stress e de sofrimento que a tauromaquia realmente representa.

Muito reveladoras a este respeito são as intervenções de António Moreno, presidente do CACMA (Colectivo Andaluz Contra o Maltrato Animal) feitas no Parlamento da Catalunha. Estão gravadas em vídeo e disponíveis no You Tube. São de um enorme interesse, um exemplo vivo do que acontece nos meios aficcionados e de como se perpetua a aficcion.. Foi toureiro, caçador, pescador, formado pelo meio onde cresceu e seguindo o exemplo do pai e familiares. Fizeram-no crer durante o seu desenvolvimento que os toureiros eram bons, valentes, heróis e que os cavalos eram bons, que os aficcionados eram cultos e amigos, que a tourada era um espectáculo cultural, uma festa, um divertimento. Adorava o seu cão. Especismo perfeito! O touro era considerado a besta maligna, a fera que devia ser toureada, torturada e morta. O animais eram para serem caçados, talvez torturados e devorados, os peixes eram para serem pescados e comidos. Tudo lhe foi transmitido progressivamente, sem contraditório. Aos 35 anos teve um clic ao lidar um touro e reparar, finalmente, no seu olhar desesperado e no borbulhar do sangue que saía da boca às golfadas. Pela primeira vez reconhecera o que é um touro. Abandonou tudo, para sempre! Evoluiu naquele instante! Nunca mais caçou, pescou ou toureou. Deixou de se alimentar de animais.Tornou-se um dedicado protector. E tudo isso revelou a um Parlamento mudo a escutá-lo. Impressionante!

(tenciono abordar a seguir as falaciosas, fantasiosas, quase incríveis intervenções e negações dos tauromáquicos, frequentemente eles comentando e interrompendo a argumentação dos abolicionistas de modo politiqueiro e demasido consentido, com destaque para o Helder Milheiro, um parlador e destabilizador bastante atrevido, sem ter dito algo de positivo).

Vasco Reis

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