segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Resposta do CAPT à declaração "Em defesa dos toiros" dos vereadores do PSD

Os vereadores eleitos pelo PSD em Abrantes demonstram, numa declaração conjunta, não estarem à altura do cargo que ocupam. Ao ler esta inacreditável declaração, ficamos a saber da falta de raciocínio lógico, da má fé, do déficit democrático de que padecem e, consequentemente, da sua inaptidão para o cargo.

1. "O direito à perpetuação da espécie é o direito mais elementar de qualquer ser vivo." Os direitos mais elementares de quaisquer seres vivos são o da vida, o da integridade física e o da autonomia - qualquer deles negados pela atividade tauromáquica.

2. "Como todos sabemos, a Tauromaquia é o único garante da perpetuação da raça dos toiros e da sua qualidade de vida pelo que cabe aos verdadeiros defensores dos direitos dos animais defendê-la contra os grupos fundamentalistas que, disfarçados de defensores dos direitos dos animais, pretendem, apenas, acabar com os toiros e com a sua qualidade de vida." Não nos parece admissível que em democracia os detentores de cargos públicos optem por insultar os que pensam de forma diferente, nem que tentem generalizar a aceitação dos seus dislates. Afirmar que massacrar animais em praça pública é a única forma de preservar qualquer espécie é um atentado à nossa inteligência e bom senso. Até porque poderíamos lançar-lhes o repto de proporem essa modalidade a organismos internacionais empenhados na preservação de espécies como a do rinoceronte, elefante, zebra, tigre, etc. Se acreditassem mesmo no que estão a dizer, não hesitariam em fazê-lo, arriscando o descrédito e o vexame a toda uma classe política.

3. "Nós até podemos compreender que, num país de gente domesticada, castrada e habituada a viver amarrada à manjedoura do Orçamento de Estado, a vida do toiro, livre, selvagem, inteiro, ofenda a sua sensibilidade e a sua vocação." Um comentário que parece feito à medida dos militantes partidários deste país, que fazem carreira à custa do seguidismo às diretrizes oriundas das cúpulas, saltitando entre a Assembleia da República, a vereação autárquica e os empregos em empresas públicas. Muito pouco aplicável a quem dedica o seu tempo livre e o seu dinheiro a fazer algo pelos que precisam.

4. "É óbvio que a vida curta e triste do boi se identifica muito mais com o modelo de vida desta gente." Mais uma vez a sua incapacidade de compreensão do que é um regime democrático ressalta, ao criarem um estereótipo para mais facilmente ofenderem os seus opositores.

5. Nos dois últimos parágrafos o que dizem basicamente é que só os portugueses que se batem por manter viva a indústria tauromáquica, canalizando recursos públicos para a mesma, é que não são bois tristes.

Triste é sustentarmos este tipo de funcionários que confunde interesse público com interesse pessoal; que durante o horário laboral produz documentos vazios de ideias mas plenos de agressividade como é característica, aliás, da cultura tauromáquica.

CAPT - Campanha Abolicionista da Tauromaquia em Portugal
Movimento Português pela ABOLIÇÃO da tauromaquia em Portugal e no Mundo!



EM DEFESA DOS TOIROS
Declaração dos vereadores eleitos pelo PSD



Os vereadores eleitos pelo PSD querem deixar claro que a sua proposta para que a câmara declare a Tauromaquia como Património Cultural e Imaterial de Abrantes não é apresentada do ponto de vista do aficionado mas do ponto de vista da defesa dos direitos dos animais.
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O direito à perpetuação da espécie é o direito mais elementar de qualquer ser vivo.
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Além disso, não aceitamos que a qualidade de vida do toiro seja sacrificada para satisfazer a sensibilidade hipócrita e os caprichos puritanos e pseudo-moralistas dos fundamentalistas pós-modernos.
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Como todos sabemos, a Tauromaquia é o único garante da perpetuação da raça dos toiros e da sua qualidade de vida pelo que cabe aos verdadeiros defensores dos direitos dos animais defendê-la contra os grupos fundamentalistas que, disfarçados de defensores dos direitos dos animais, pretendem, apenas, acabar com os toiros e com a sua qualidade de vida.
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Nós até podemos compreender que, num país de gente domesticada, castrada e habituada a viver amarrada à manjedoura do Orçamento de Estado, a vida do toiro, livre, selvagem, inteiro, ofenda a sua sensibilidade e a sua vocação.
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É óbvio que a vida curta e triste do boi se identifica muito mais com o modelo de vida desta gente.
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Mas os alentejanos e ribatejanos nunca se identificaram com este tipo de gente pelo que têm a obrigação moral de defender intransigentemente aquilo que garante a perpetuação da raça dos toiros e da sua qualidade de vida, independentemente de gostarem ou não de touradas.
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Por esta razão, muitas câmaras do Alentejo e do Ribatejo já deliberaram reconhecer a tauromaquia como património cultural imaterial dos seus municípios e as câmaras do Alto Alentejo já deliberaram, por unanimidade, reconhecer a tauromaquia como património cultural imaterial do Alto Alentejo, independentemente de terem ou não praça de touros e tradição tauromáquica.

REUNIÃO DA CÂMARA DE 10/9/12
http://amar-abrantes.blogs.sapo.pt/524153.html


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