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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Corrida à Portuguesa - Sofrimento dos Touros

O comportamento do touro na corrida




Há sinais que revelam que os bovinos sofrem enquanto o público aplaude. Se conhece pessoas que assistem a touradas, peça-lhes que estejam atentas a alguns desses sinais, como sejam:
- olhos cerrados e boca aberta no momento em que lhes são cravadas as bandarilhas/ferros, o que é sinónimo de dor;
- tentativa desesperada de retirarem os incomodativos instrumentos dilacerantes com os cornos e sacudindo-se;
- refugio, por medo, junto às tábuas;
- língua de fora quando já não conseguem controlar o aumento da temperatura corporal e estão totalmente exaustos;
- lágrimas vertidas, por dor e desespero;
- etc.

via  Marinhenses Anti-touradas


domingo, 23 de setembro de 2012

A Pega


- Momentos pré-pega para os bovinos -

Transporte ganadaria-praça, que lhes causa muito stress e os faz perder muito peso;
Embolação, que inclui o corte e limagem dos cornos(ver vóídeo em baixo) sem anestesia, e os deixa ainda mais stressados e debilitados;
Lide por cavaleiro tauromáquico - que dura cerca de 10 minutos e inclui o cravar de arpões de 6 a 8 ferros/bandarilhas -, que os deixa exaustos, devido à sua fraca resistência física e às fortes hemorragias que os ferimentos provocam.

- Estado dos bovinos no momento imediatamente antes da pega -

Assustados, feridos, febris, com dificuldades respiratórias, esgotados e à beira de um colapso.

- PEGA DE CARAS -

Os peões de brega – aqueles indivíduos que ao longo da lide vão saltando para a arena com uns panos cor-de-rosa e que cansam ainda mais os touros - preparam o bovino para a pega, colocando-o no sítio em que o cabo (chefe) dos forcados manda, para então se dar início ao cobarde ato, no qual os intervenientes são oito homens, ou oito mulheres, que desconhecem o significado da palavra compaixão.

Um desses oito forcados provoca o touro, vociferando e batendo palmas. Os restantes, estão colocados em fila indiana, escondidos atrás daquele, para que o touro não os veja.

Enquanto o touro é instigado a investir, evidencia sinais de exaustão, medo e tristeza, como sejam: língua caída, respiração ofegante, emissão de berros, e, muitas vezes, choro. Nas touradas televisionadas, os berros são propositadamente abafados por palavras proferidas pelos comentadores de serviço, e as lágrimas não são mostradas, optando-se nesses momentos pela transmissão de imagens de sorrisos de crianças inocentes ou de poses de figuras públicas que se encontram nas bancadas.

Muitos dos bovinos demonstram uma grande falta de vontade de investir. Alguns chegam a escavar a terra com uma das patas dianteiras, olhando na direção do forcado que os provoca, talvez na esperança de que isso funcione como um aviso de investida que faça, por si só, o homem-ameaça ir-se embora dali.

Quando, finalmente, o animal corre em direção ao homem-ameaça, este salta-lhe para a cara, conseguindo, muitas das vezes, agarrar-se ao seu pescoço ou aos seus cornos. O bovino sacode a cabeça na esperança de se ver livre daquilo, mas aparecem, de imediato, mais 7 indivíduos para o imobilizar. São os chamados “ajudas”, um dos quais é “rabejador”. Este último, começa por dar vários puxões fortes ao rabo da vítima, para a destabilizar e travar, e após a imobilização, quando já não está nenhum dos seus colegas em cima dela, remata esta cena triste fazendo com que o touro se mova em círculos, para que os colegas possam abandonar o local sem correr qualquer risco de investida.

- Uma das variantes da pega de caras – “AGARRAR” -

Por diversos motivos, como o touro ser mais manso do que o desejável, ou a falta de habilidade dos forcados, quando se está a tornar difícil concretizar a pega, uma das opções de recurso, algumas vezes tomada, é o grupo, todo em “molho”, atirar-se para cima do animal. Em linguagem tauromáquica, chama-se a esta cruel variante: “agarrar”. Imagine-se o estado em que o bovino fica, com vários homens a caírem sobre os ferros terminados em arpões que tem cravados no corpo! Veja-se esta foto:

- Vivo para os currais -

Existem outras variantes da pega de caras e outros tipos de pegas, como a de cernelha, mas, por vezes, após várias tentativas falhadas, nenhuma chega a ser consumada. Quando assim é, diz-se que o touro “volta vivo aos currais”. Esta expressão diz tudo!



- Efeitos dos puxões nos rabos dos bovinos -

Conforme referido no ponto “Pega de Caras”, o rabejador dá vários puxões ao rabo da vítima: para a destabilizar e travar, numa primeira fase, e para a obrigar a mover-se em círculos, numa segunda.

A cauda dos bovinos é um prolongamento da sua coluna vertebral. É composta, na sua estrutura óssea, por uma sequência de vértebras, chamadas coccígeas ou caudais, que se articulam umas com as outras. Ora, ao ser puxada, isso provoca, muitas das vezes, luxação das vértebras, ou seja, perda da condição anatômica de contato entre elas, e ruptura de ligamentos e de vasos sanguíneos. Chega a ocorrer desinserção da cauda da sua conexão com o tronco. Como a porção caudal da coluna vertebral está na continuação dos outros segmentos da coluna vertebral e diretamente ligada à região sacral, afecções que ocorrem primeiramente nas vértebras caudais podem repercutir-se mais para frente, comprometendo inclusive a medula espinhal que está contida dentro do canal vertebral. Estes processos patológicos são extremamente dolorosos.

Um dos sinais, muitas vezes presente, de que ocorreram lesões na coluna vertebral dos bovinos durante a pega, é a notória falta de estabilidade e força nas patas traseiras, enquanto o seu rabo está a ser puxado e logo após esse triste momento. 


Fonte: Marinhenses Anti-touradas
= A PEGA – Parte I = 
= A PEGA – Parte II =




sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Apelo contra a transmissão televisiva de touradas e contra a publicidade tauromáquica

Apelo fundamentado em conhecimentos científicos irrefutáveis.

Exmos. Srs.,

Dirijo-me a V.Exas apoiado em conhecimentos científicos irrefutáveis, que me motivam e cuja revelação deve influir didacticamente em quem tenha capacidade de compreensão. Nesse sentido, permitam-me recordar que:

"Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa, ausentes nas plantas. Portanto, medo e dor são essenciais e condições de sobrevivência.
A ciência revela que a constituição anatómica, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento.
Eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo, ao susto, ao prazer e à dor.
Descobertas recentes confirmam que animais, muito para além de mamíferos, aves, polvos, são seres inteligentes e conscientes. O senso comum apreende isto e a ciência confirma."
É inegável que touradas provocam enorme sofrimento a touros e cavalos. É lastimável que empresa apoiem isso.

Venho, por este meio, apelar à RTP e à TVI para que deixem de emitir touradas, e à SIC - a quem muito agradeço por ter deixado de as emitir -, para que jamais retroceda nesta matéria.
Venho, igualmente, apelar aos anunciantes da televisão para que se dissociem por completo da tauromaquia, nomeadamente, tomando todas as medidas para que, em circunstância alguma, os spots publicitários das suas campanhas sejam difundidos no intervalo imediatamente anterior ou em interrupções comerciais de qualquer espetáculo tauromáquico televisionado.
Incluo nos destinatários desta mensagem algumas agências de meios, para que também estas saibam que, embora me recuse terminantemente a assistir a atos de crueldade contra animais, vou tendo conhecimento de quais as marcas que não se estão a dissociar dos blocos de publicidade supra referidos, por intermédio de materiais como estes: http://youtu.be/fBnf-z9Ze78 e https://www.facebook.com/photo.php?fbid=452671758099726&set=a.454703424563226.106105.215151238518447&type=3&theater. E se até há pouco tempo, não sabia quais as marcas implicadas, agora que sei, qualquer aparição das mesmas me transporta mentalmente para cenários de sangue, dor, sofrimento, agonia e morte, fazendo-me perder completamente a vontade de as utilizar/consumir.
Gostaria muito que todas as estações de televisão nacionais, ao invés de transmitirem espetáculos violentos e deseducativos como as touradas, optassem por dar o seu contributo para que Portugal seja um país onde as crianças e os jovens sejam, desde cedo, ensinados a respeitar os animais e a natureza. Gostaria também que as restantes organizações a que ora me dirijo, tivessem presente que são co-responsáveis pela sociedade em que estão inseridas, e deixassem de promover as suas marcas nos espaços em causa, por uma sociedade civilizada. Por um Portugal mais modernos e progressista que não admita espetáculos de crueldade contra os animais.
Agradecendo pela atenção dispensada e ficando na expectativa de uma resposta, que espero que seja positiva, a esta minha mensagem,

Com os melhores cumprimentos,
Vasco Manuel Martins Reis, médico veterinário
Aljezur

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Publicidade Longe da Crueldade - Mensagem Especial Anunciantes TV


Por favor, envie a mensagem abaixo sugerida, ou outra da sua autoria, para os endereços indicados. O objectivo é que seja exercida alguma pressão sobre: (1) os anunciantes da televisão que têm vindo, ao longo de 2012, a promover as suas marcas nos blocos de publicidade das touradas televisionadas; (2) as agências de meios que lhes planificam as inserções de publicidade; (3) a RTP e a TVI, que, este ano, estão a emitir corridas de touros. Se não houver interessados em anunciar nos blocos publicitários das touradas, haverá menos interesse na emissão destas, e a indústria tauromáquica sairá a perder.

Para:
dir.comercial@rtp.pt,conselho.opiniao@rtp.pt,direccao.comercial@tvi.pt,aesteves@mediacapital.pt,mcarvalho@sic.pt,atendimento@sic.pt,lourdes.galhoz@danone.com,apoiocliente@imperiobonanca.pt,bmportugal@bacardi.com,info_mbp@daimler.com,info@lactogal.pt,info@sograpevinhos.eu,mail@companhiadasquintas.pt,pt.correio@gsk.pt,recepcao@reckittbenckiser.com,theswatchgroupeuropa@swatchgroup.com,webmaster@lis.boehringer-ingelheim.com,Apoio.Cliente@telepizza.pt,apoio.ptnegocios@telecom.pt,apoiocliente@fidelidademundial.pt,apoiocliente@vodafone.com,atendimento@multicare.pt,cerealis@cerealis.pt,clientes.farma@novartis.com,consumidor@sumolcompal.pt,contacto@bayer.pt,fabricadafelicidade@refrige.pt,geral@mosqueteiros.com,geral@telecom.pt,info@aveleda.pt,info@drinksunlover.com,investor.relations@galpenergia.com,ir@zon.pt,KineraseSupport@valeant.com,marketing@multiopticas.pt,nuno.t.vieira@telecom.pt,provedor.scc@centralcervejas.pt,provedoria@jeronimo-martins.pt,provedoria@sonae.pt,Responsibility@its.jnj.com,servico_clientes@elcorteingles.pt,socialmedia@lidl.pt,suporte-siteparamim@proximity.pt,sustainabledevelopment@loreal.com,trade@zoomarine.pt,comunicacao.unicer@unicer.pt,info.portugal@carat.com,jose.cardoso@mecglobal.com,info.pt@omd.com,arena.portugal@arena-media.com.pt,zo@zenithoptimedia.pt,tomas.gonzalez-quijano@mindshareworld.com,portugal@mediacom.com,smglisboa@smgiberia.com.pt,info.lisboa@brandconnection.com,executive@executive-media.pt,media@novaexpressao.pt,antonio.duarte@maxusglobal.com,info.pt@phdnetwork.com,info.lisboa@umww.com,pedro.loureiro@mediagate.pt,alberto.rui@pt.initiative.com,mailpt@mpg.com

Cc.:
marinhenses.antitouradas@gmail.com

Exmos. Srs.,

Venho, por este meio, apelar à RTP e à TVI para que deixem de emitir touradas, e à SIC - a quem muito agradeço por ter deixado de as emitir -, para que jamais retroceda nesta matéria.

Venho, igualmente, apelar aos anunciantes da televisão para que se dissociem por completo da tauromaquia, nomeadamente, tomando todas as medidas para que, em circunstância alguma, os spots publicitários das suas campanhas sejam difundidos no intervalo imediatamente anterior ou em interrupções comerciais de qualquer espetáculo tauromáquico televisionado.

Incluo nos destinatários desta mensagem algumas agências de meios, para que também estas saibam que, embora me recuse terminantemente a assistir a atos de crueldade contra animais, vou tendo conhecimento de quais as marcas que não se estão a dissociar dos blocos de publicidade supra referidos, por intermédio de materiais como estes: http://youtu.be/fBnf-z9Ze78 e https://www.facebook.com/photo.php?fbid=452671758099726&set=a.454703424563226.106105.215151238518447&type=3&theater. E se até há pouco tempo, não sabia quais as marcas implicadas, agora que sei, qualquer aparição das mesmas me transporta mentalmente para cenários de sangue, dor, sofrimento, agonia e morte, fazendo-me perder completamente a vontade de as utilizar/consumir.

Gostaria muito que todas as estações de televisão nacionais optassem por dar o seu contributo para que Portugal seja um país onde as crianças e os jovens sejam, desde cedo, ensinados a respeitar os animais e a natureza; em vez transmitirem espetáculos violentos e deseducativos como as touradas. Gostaria também que as restantes organizações a que ora me dirijo, tivessem presente que são co-responsáveis pela sociedade em que estão inseridas, e deixassem de promover as suas marcas nos espaços em causa, por uma sociedade civilizada. Por um Portugal mais modernos e progressista que não admita espetáculos de crueldade contra os animais.

Agradecendo pela atenção dispensada e ficando na expectativa de uma resposta, que espero que seja positiva, a esta minha mensagem,
Com os melhores cumprimentos,
(Nome)
(Localidade)

= Campanha =
"Publicidade Longe da Crueldade" 



Corrida de Touros TVI - 2/08/2012

Corrida de Verão RTP - Albufeira, 8/08/2012

RTP 12-04-2012

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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Lesões Oculares nos Touros

Lesões Oculares nos Touros - Tristemente Frequente e Presente em Corridas

Um estudo realizado em Espanha, apoiado numa amostra de mais de 6000 touros, revelou um grande número de lesões oculares sofridas por estes animais durante o desembarque da viatura de transporte, no período de espera para entrada na arena ou no decorrer da lide. Em 23% deles, foram encontradas úlceras de córnea, descolamento de retina, luxação e subluxação de lente, fratura da borda orbital na fronte, e hemorragia intra-ocular.

Não é, pois, de estranhar que, recentemente, num espetáculo tauromáquico emitido pela RTP1, um touro não rejeitado durante a inspeção, tenha acabado por revelar cegueira na arena, em direto.

Segue-se a transcrição de algumas palavras proferidas pelo cavaleiro tauromáquico Tito Semedo e pelo comentador da RTP Vasco Lucas, com referências à forma como o diretor de corrida Ricardo Pereira e o médico veterinário João Pereira se foram posicionando, durante um muito triste momento televisivo que durou cerca de 5 longos minutos, contados desde que o cavaleiro tauromáquico disse, pela primeira vez, bem alto, que o bovino não via nada, até o animal ter sido mandado retirar da arena:

Toureiro – “O toiro não vê! Não vê! Não vê! O toiro tem problemas de visão! Não vê nada, nada, nada!”

> Diretor de corrida manda o toureiro lidar o touro

Algumas voltas à arena depois:

Toureiro – “Sr. Diretor, o toiro não vê nada! Não vê! Ponho o ferro!?”

> Diretor de corrida faz gesto para o cavaleiro avançar, indicando “um”

Durante as mal-sucedidas tentativas de fazer o bovino reagir:

Comentador da RTP – “Já tenho visto toiros com muita reação semelhante e depois de levarem o ferro, despertam.”

Algumas voltas à arena depois:

Toureiro – “Não vê nada!”

> Diretor de corrida e médico veterinário fazem, de novo, sinal para a lide prosseguir

Toureiro – “Vou enganar o público? Ponho o ferro e fica toureado? Ah, é um ferro e depois fica toureado!...”

> Diretor de corrida manda continuar

Durante mais algumas mal-sucedidas tentativas de fazer o touro reagir:

Comentador da RTP – “Porque é que o Tito não coloca o ferro?” (...) “Até porque se o toiro não vê é porque já não tem outra utilidade; portanto, tanto faz ir sem ferro como com ferro!”

Toureiro (desta vez dirigindo-se não ao diretor de corrida mas ao público) – “O toiro não vê!”

Comentador da RTP - “Conseguiu virar o público contra o diretor de corrida e médico veterinário, que ao fim ao cabo gostaria de ver como é que o toiro reage ao castigo, como todos nós gostaríamos de ver!”

(...)

E lá foi, finalmente, dada a instrução para que o desgraçado do animal fosse retirado da arena!

Acabaram-lhe com a vida após longas horas de cegueira, mas, pelo menos, não foi também perfurado, ao som de música e aplausos, por ferros com arpões.

O Sortudo – assim se chamava – foi mais uma vítima da tauromaquia, com a conivência de quem apoia esta cruel atividade, como seja a RTP.

Fonte:  Marinhenses Anti-touradas

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ferra

A ferra faz parte do processo de identificação dos animais. A tradição em Portugal ordena que equinos e bovinos sejam ferrados a fogo.
No chamado “Gado Bravo de Lide”, funciona assim:

1. Imobilização – Por uma das formas seguintes:

1.1. Alguns rapazes agarram o bezerro ou garraio pelas orelhas ou pelas ilhargas e derrubam-no. Caído no chão, são-lhe amarradas as patas;

1.2. O animal é imobilizado numa jaula, vulgarmente designada por caixão da ferra, sendo a sua cabeça presa numa abertura de uma portinhola. Fica com o lado esquerdo do corpo encostado a uma placa, preso por duas cordas ou por correntes amarradas no tronco, sendo ainda agarrado pelo rabo.

2. Marcação com Ferros em Brasa

São feitas as seguintes marcações, todas elas do lado direito:

2.1. Nádega - Ferro da ganadaria, como símbolo da casa onde nasceu o bovino, que tem as iniciais do ganadeiro ou o brasão de família;
2.2. Dorso - Número de registo;
2.3. Espádua - Último algarismo do ano em que nasceu;
2.4. Pescoço – Letra da associação de criadores de touros em que a ganadaria a que pertence o bovino está inscrita; no caso de Portugal, a letra “P” - ferro da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide.

3. Cortes nas Orelhas - Um extra muito frequente

Aproveitando a imobilização do animal, não é raro que se façam vários cortes nas orelhas com uma faca afiada. São feitos desde furos a rasgos, que chegam a dividir orelhas em duas partes. O intuito (dizem) é as marcas serem uma espécie de assinatura, que difere de ganadaria para ganadaria.

4. Dores e infecções

A marcação com os ferros em brasa provoca dores insuportáveis, por não ser utilizado qualquer tipo de anestesia ou analgésico. A extensão e profundidade das queimaduras provoca feridas que acabam muitas vezes por infectar, pois também não é administrada medicação que vise prevenir futuras infecções.

5. Momento da vida

Os animais são marcados por este processo quando ainda são muito jovens, tendo alguns menos de um ano de idade. Em Portugal, a época Outubro-Março á a mais escolhida.

6. Separação forçada

A ocasião é aproveitada para separar os machos das fêmeas (igualmente marcadas com os ferros em brasa), sendo que, muitos deles, não mais voltarão a pastar juntos.

7. Dia de Ferra; dia de Festa!

Assistem quase sempre muitos convidados e o ambiente é festivo.




Fonte: Marinhenses Anti-touradas

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A Tenta



1. O QUE É A TENTA

A “tenta” é um teste daquilo a que alguns chamam de bravura do (chamado) gado bravo de lide. Faz-se a praticamente todas as fêmeas, e a alguns machos, quando estas/estes têm cerca de 2 anos de idade.


1.1. A tenta das fêmeas

Um homem, o tentador (geralmente um picador profissional), montado em cima de um cavalo cujos olhos estão vendados, e armado com uma vara de 2,5m com um aguilhão na ponta, provoca cada vaquinha, de modo a que esta invista contra o cavalo para assim a castigar, espetando-lhe o aguilhão entre as espáduas e repetindo este processo, várias vezes, quando é conseguida a repetição/recarga. Muitas das jovens vacas são ainda lidadas de muleta. Tudo isto é feito nos tentadeiros das ganadarias que são redondéis ou pequenas praças de touros. Participam, para além do picador (que tem o papel principal), amadores e toureiros (ou ex toureiros) profissionais, o ganadeiro e o pessoal superior da ganadaria. Assistem, muitas vezes, convidados.

1.2. A tenta dos machos

1.2.1. No tentadeiro
Para as tentas feitas em tentadeiro, o procedimento é basicamente o mesmo tanto para fêmeas como para machos. As diferenças que existem visam que estes, que são dotados de uma excelente memória, se um dia chegarem a ser torturados também numa corrida de touros, não se recordem da tenta, já que isso pode ser uma desvantagem para quem os vier a lidar em praça. Assim sendo, enquanto nas tentas das fêmeas, na primeira fase, os toureiros de turno utilizam o capote para afastar as vaquinhas do cavalo, para que elas, preferencialmente, voltem a investir contra o cavalo e sejam novamente picadas com a vara; nas tentas dos machos são utilizados, para o efeito de os afastar provisoriamente do cavalo, ramos de eucalipto ou choupo. Para que os machos não vejam o capote, também se dispensa, usualmente, a lide de muleta.

1.2.2. Em campo aberto
Uma vez que o tentadeiro pode dar a conhecer um ambiente semelhante ao de uma praça de touros - com todas as desvantagens que daí poderão advir decorrentes da capacidade de aprendizagem e excelente memória dos bovinos -, os machos são quase sempre tentados em campo aberto. Dois cavaleiros separam de um grupo o indivíduo que querem tentar, servindo-se para Isso de longas varas com que, de seguida, o perseguem até o conduzirem ao local onde se encontra o tentador. Quando o animal perseguido percebe que lhe taparam o caminho, num instinto de defesa tenta atacar o tentador, que aproveita para o castigar, da mesma forma como se castiga em tentadeiro: picando-o, repetidamente, com o aguilhão da vara dos 2,5m. Há animais que são espetados, pela vara de castigo, 12 (DOZE) ou mais vezes.

2. A VIOLÊNCIA DAS TENTAS

2.1. A tenta como ato violento para os bovinos

Ao serem picados, com o ferro afiado e comprido que lhes rasga e perfura a pele, carne e músculos, estes animais, que estão a ser testados, sentem dores fortíssimas. Tentando libertar-se da vara, empurraram, muitas das vezes, o cavalo montado pelo picador, o que faz com que a vara lhes perfure ainda mais o corpo e os deixe severamente feridos e enfraquecidos. Para alguns, a tenta não termina após o tércio das varas ou da muleta, e são ainda violentados pelo cravar de bandarilhas, algumas dessas vezes por alunos de escolas de toureiro.

2.2. A tenta como ato violento para os cavalos

Os cavalos, que estão mal protegidos, apenas pelo “peito” - uma espécie de capa de borracha e algodão - sofrem as investidas dos bovinos e ficam muitas vezes com lesões, em especial lesões internas nem sempre visíveis, que a tal estrutura, supostamente protetora, não consegue prevenir. Além disso, são derrubados com alguma frequência, devido às referidas investidas, ocorridas num momento em que eles estão de olhos vendados e com os movimentos dificultados pela estrutura que os deveria proteger, mas que, não só não os protege convenientemente, como é desconfortável e pesada.


3. O DESTINO DAS VÍTIMAS TESTADAS

3.1. O destino das fêmeas

À generalidade das fêmeas que são atraídas pelos cites do picador, e que investem várias vezes contra o cavalo e obtêm boa nota na tenta, é-lhes atribuída a função de procriar até aos 13/14 anos de idade, normalmente, dois anos sim, um ano não. Quanto às que não são atraída pelos cites do picador, fogem do cavalo ou da vara ou, por outros motivos, obtêm má nota final, vão para o matadouro. Arriscamos dizer que é o que acontece a cerca de 50% das vacas testadas. (De referir que algumas vaquinhas nem chegam a ser testadas em tentas, pois são torturadas ainda antes disso, por exemplo em treinos de toureiros e de alunos de escolas de toureio, e perdem a vida antes de completarem os 2 anos de idade.)

3.2. O destino dos machos

Os machos que se mostram voluntários e, de acordo com os critérios de quem os avalia, nobres: ficam destinados à lide. Poucos meses, ou poucos anos, depois, serão torturados para gáudio de pessoas que pagam para ver. Entre os que se mostram voluntários e nobres, os que fazem pelo menos doze fortes entradas no cavalo são muitas vezes, de seguida, lidados por um novilheiro ou por um matador, com os três tércios (capote, bandarilhas e muleta), sendo que se obtiverem boa nota quer na primeira fase com o picador, quer na faena, serão destinados a cobrir vacas; dependendo a continuação desta função das características dos filhos que forem tendo. Os machos que são fugidios e demonstram medo vão para a charrua ou para o matadouro. (De referir que muitos machos, por não reunirem uma série de características, são abatidos muito antes dos dois anos de idade e não chegam a ser testados.)

Gado "Bravo" de Lide?

Marinhenses Anti-touradas