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terça-feira, 16 de outubro de 2012

VAMOS TENTAR PERCEBER O "cérebro"(?) dos toureiros...



Um Estudo Bestial: “A Magia da Mente de um Toureiro”
[ em baixo o texto original]

Virou moda a produção em larga escala de estudos para todos os tipos de gostos. São fiáveis? Tavez para quem queira acreditar neles.
Os aficionados também produzem estudos, ridículos, mas produzem-nos. O último que é de gritos foi feito por um neurocientista e bioquímico, que se chama Antonio Alcalá.

O estudo intitula-se “A magia da mente de um toureiro”. O neurocientista em causa, afirma não perceber nada de touros nem de toureiros, mas curiosamente produziu um estudo, em forma de decálogo, sobre os mesmos!

Desfrutem porque o estudo é hilariante. As notas a negrito são da nossa responsabilidade
O toureiro é um macho alfa com uma linguagem sexual impecável.

1. Os toureiros são escravos da infidelidade. O toureiro pelo seu baixo nível de vasopressina, está mais disposto à infidelidade. Todos os toureiros lidam contra a sua infidelidade sexual não a emocional.

Para quem não sabe, a vasopressina é uma hormona segregada pelo lobo posterior da hipófise, que aumenta a reabsorção de água pelo rim, diminuindo assim a excreção de urina, e que tem também acção constritora sobre os vasos sanguíneos; hormona antidiurética.

2. São os pais ideiais e todas as mulheres os desejam. É um dos grande segredos psicológicos: os indivíduos que não têm medo são eleitos para procirar e dar os seus genes. As mulheres recebem sinais que as fazem sentir-se atraídas pelo homem que toureia o que desperta nelas o seu desejo sexual.

Imaginamos uma fila de mulheres para agarrar o toureiro mais próximo!Como os toureiros são uma minoria, felizmente, é caso para dizer que muito provavelmente as que os desejam são aquelas que podem tirar num futuro algum tipo de benefício graças ao dinheiro que eles ganham, especialmente tendo em conta que no ponto 1, o estudioso afirma que os toureiros são escravos da infidelidade.

3. O seu cérebro está moldado pelo medo. Nessa sensação intervém a hormona vasopressina sobre a amígdala cerebral a responsável directa pela infidelidade genética. Altas doses de medo e fidelidade são um cocktail quase impossível.

Com as nossas devidas desculpas, mas para nós isto é chinês……..

4. Donos dos dois hemisférios. Ao contrário da maioria dos humanos, que só usam o hemisfério esquerdo, os matadores de touros usam ambos. Se o mapa dos homens “normais” é uma estrada, o dos toureiros é uma autoestrada com cinco faixas de rodagem, por onde passam partículas à velocidade da luz.

Chamem o Einstein por favor.

5. Os super toureiros em fase teta e paranormal. Um humano “normal” emite em beta e dorme em alfa; um toureiro só está em beta quando não toureia, pois quando o faz encontra-se em estado alfa, um estado de meditação. Se mantém esse ritmo alfa triunfa, se entra em beta fracassa. Alguns entram em teta, mentes paranormais que sentem uma força interior e uma intuição que lhes permite saber a quantos centímetros se devem acercar do touro. Têm premonições, sonhos com significados. O toureiro sabe quando vai ser colhido por um touro.

Nós diríamos que eles têm mentes anormais e é por isso que adoram torturar animais. Mas o que é que vale a nossa opinião comparada com esta afirmação genial!

6. A dopamina pelas nuvens: “imunes” à doença de Parkinson. Através do medo produz-se muita dopamina, um potente neurotransmissor que é segregado por jovens apaixonados. Daí que considerem que não existe uma lide perfeita e que queiram cativar com o seu toureio. Este alto nível é um dos motivos que faz com que entre toureiros a doença de Parkinson só apareça se os níveis de dopamina baixarem.

Genial e andam os verdadeiros neurocientistas há tanto tempo à procura de uma forma de evitar a doença de Parkinson. Afinal a forma de a evitar é simples, põem-se todas as pessoas a tourear!

7. Muito protectores do seu círculo. O toureiro é o chefe do clã e pelo seu elevado índice de testosterona, a sua mente é protectora, tanto da sua família como com da sua quadrilha. A sua mente é também capaz de fazer duas coisas ao mesmo tempo: amar uma mulher e sentir-se atraído por outra…

Machismo é a palavra mais apropriada para o chefe do clã. Quanto a amar uma mulher e sentir-se atraído por outra, isso acontece com muitas pessoas e não são toureiras.

8. Coerência luminosa positiva. Todos os corpos emitem luz. As melhores lides produzem-se quando existe uma coerência luminosa positiva. As piores resultam da incoerência luminosa e dos pensamentos negativos. Se existisse uma máquina fotográfica capaz de captar essa luz, ver-se-ia a figura do toureiro envolto nela. Essa coerência luminosa faz com que de modo inconsciente essa luz seja capaz de curar.

Isto é misticismo, algo que não se enquadra numa avaliação cientifíca.

9. Os toureiros não têm um carácter diferente: usam-no de modo diferente. As suas melhores lides produzem-se quando o coração está em estado de compaixão e amor; as piores, quando em modo de horror.

Permita-nos discordar senhor doutor mas quem tortura animais e faz disso profissão não tem carácter.

10. De toureiro a super toureiro. É um passo complexo, o mesmo que acontece com os faquires que usam a energia do universo e que faz produzir uma explosão de neurotransmissores no cérebro. O ponto de não retorno biológico não é o mesmo para todos e é por isso que muitos novilheiros ficam pelo caminho.

Nós também achamos que eles deviam usar a energia dos faquires para espetarem as picas e as bandarilhas neles próprios e se conseguissem resistir então sim, seriam sem dúvida super toureiros.
Este estudo é insulto a qualquer pessoa minimamente inteligente, é inacreditável como uma pessoa com um curso superior se preste a apresentar semelhante aberração cuja finalidade única é lavar a imagem dos abusadores de animais.

Prótouro
Pelos touros em liberdade



«El torero es un macho alfa con un lenguaje sexual impecable»
El doctor Antonio Alcalá desvela los secretos del comportamiento del cerebro de los toreros

Apriétense los machos. Comienza una trepidante aventura por el interior del torero, «un macho alfa que seduce a la masa, un creativo con lenguaje sexual impecable, que no pregunta si estudias o trabajas y que cuando está con una mujer no mira a otra; no teme al sexo opuesto, se sale con la suya y no negocia ante el riesgo».

¿Quieren conocer los secretos de su yo más íntimo? El profesor Antonio Alcalá Malavé, neurocientífico y bioquímico, expuso en una interesante conferencia en Las Ventas las claves desde el punto de vista científico: «La magia de la mente del torero», ha bautizado su trabajo, que traspasa los tópicos con reflexiones sorprendentes y que desatarán el debate. Reflexiones que arrojan luz al porqué de la verdad de cada torero: de dónde emana su magia, su naturalidad, su pureza, su valor... «La dopamina, la norepinefrina y la serotonina son sustancias que todos tenemos en nuestro cerebro. En el de los toreros aparecen en mayor cantidad, teniendo como consecuencia una repercusión directa en el qué y cómo sienten, sufren y viven», sostiene el experto.

Suenan clarines y timbales, una música que trae las notas de la química cerebral, la biológica neuronal, la física cuántica, las matemáticas aplicadas a la medicina y la anatomía. Arranca la faena del doctor Alcalá, que confiesa «no saber nada de toros ni toreros», pero maestro de la maquinaria científica que expone sobre el ruedo descubrimientos que no dejarán indiferentes:

1. Sentimientos: «esclavos» de la infidelidad. El torero rebosa amor hacia su entorno, pero por su bajo nivel de vasopresina está más predispuesto a la infidelidad. Todos los toreros luchan contra su infidelidad sexual, que no emocional.

2. Los padres ideales que toda mujer desea. Es uno de los grandes secretos psicológicos: los individuos que no tienen miedo son los elegidos para procrear y dar sus genes. Las mujeres reciben señales que les hacen sentirse atraídas por el hombre que torea, despierta su deseo sexual, los consideran padres ideales de sus hijos.

3. Su cerebro está moldeado por el miedo. En esa sensación interviene la hormona vasopresina sobre la amígdala cerebral, responsable directa de la infidelidad genética. El torero se lo encuentra como la última consecuencia de su coqueteo con la muerte, siendo una reacción fisiológica. Altas dosis de miedo y fidelidad son un cóctel casi imposible.

4. Dueños de los dos hemisferios. Al contrario que la mayoría de los humanos, que solo usan el hemisferio izquierdo, los matadores utilizan ambos. Si el mapa de los hombres «normales» es una carretera, el de los toreros es el de una autopista con cinco carriles, por donde pasan partículas a la velocidad de la luz. Aprenden del todo a la parte, no analizan sino que sintetizan, se deja llevar por su intuición para alcanzar la gloria.

5. Los supertoreros, en fase theta y paranormal. Un humano «normal» emite en beta y duerme en alfa; un torero solo está en beta cuando no torea, pues cuando lo hace se encuentra en estado alfa, un estado de meditación. Si mantiene ese ritmo alfa, triunfa; si entra en beta, fracasa. Algunos entran en theta, mentes paranormales que sienten una fuerza interior y una intuición que les hace saber cuántos centímetros acercarse al toro o hasta dónde alargar un natural. Tienen premoniciones, sueños con significados, películas... El torero sabe cuándo va a ser cogido por un toro, torean meditando.

6. La dopamina, por las nubes: «inmunes» al parkinson. A través del miedo se produce mucha dopamina, un potente neurotransmisor que se segrega en jóvenes enamorados. De ahí que consideren que no existe una faena perfecta y que quieran cautivar con su toreo. Este alto nivel es uno de los motivos por los que en los toreros apenas existe la enfermedad del parkinson, que se produce por la bajada de dopamina. Como Obélix, los maestros del toreo se cayeron en una marmita.

7. Muy protectores con su círculo. El torero es el jefe del clan y, por su elevado índice de testosterona, su mente es sumamente protectora, tanto con su familia como con su cuadrilla. Su mente es capaz también de hacer dos cosas a la vez: querer a una mujer y sentirse atraído por otra...

8. Coherencia lumínica positiva. Todos los cuerpos emiten luz. Las mejores faenas se producen bajo una coherencia lumínica positiva, mientras que las peores brotan por la incoherencia lumínica y los pensamientos negativos. Si existiese una cámara fotográfica capaz de captarlo, se vería la estampa del maestro envuelto en luz. Esa coherencia lumínica hace que de modo inconsciente su cuadrilla y la gente se acerque al torero, que con esa luz es capaz de curar y sanar tejidos.

9. Los toreros no están hechos de otra pasta: la usan de modo diferente. Sus mejores faenas se producen cuando el corazón está en estado compasión y amor; la peores, en modo terror.

10. De torero a supertorero. Es un paso complejo, en el que como los faquires usan la energía del universo y se produce una explosión de neurotransmisores en el cerebro. El punto de no retorno biológico no es el mismo para todos: de ahí que algunos novilleros se queden en el camino. Todo según las teorías del doctor Alcalá.

Decálogo según las teorías del doctor Alcalá, un prestigioso bioquímico que lo resume en siete secretos, basados en los estudios de los más reputados científicos, con nombres y apellidos dentro de su brillanten discurso. Los siete «pecados capitales» de la torería, enigmas que engrandecen los misterios del supertorero, un auténtico samurái que no ora como el común de los mortales. Son las luces y sombras de los «guerreros de la luz», aquellos que Coelho hoy hubiese cincelado.

¿Y qué pasa con las mujeres toreras? Pues ídem de ídem según el experto. La división de opiniones, como en todas las faenas, está servida.





UN ESTUDIO ANALIZA CÓMO ES EL CEREBRO DE LOS MATADORES DE TOROS
Según el doctor Antonio Alcalá, neurocientífico malagueño de 48 años, “el miedo origina que el cerebro de un torero se modele, se modifique. El torero vive con ese miedo, es como si su cerebro se hubiese encallecido frente al miedo”.
El doctor Antonio Alcalá Malavé ha lidiado en un terreno que pocos científicos habían pisado antes y ahora acaba de arriesgar, al hilo de una conferencia titulada “La magia de la mente del torero”, una teoría sobre el comportamiento del cerebro de los matadores de toros. De los lidiadores se intuía su predisposición al valor, a la entereza y al arte, pero ahora este científico ha conjugado la bioquímica cerebral y la biología celular para racionalizar, sin resabios folclóricos, la auténtica verdad del toreo en un estudio presentado recientemente en Madrid.
“El número de neurotransmisores (al modo de teléfonos móviles gracias a los cuales todo el cerebro se encuentra conectado) que tiene un torero es muy superior al de una persona normal – ha aclarado el doctor, defensor de la fiesta de los toros sin ser aficionado de la misma-. Además, su calidad es muy buena. Por eso, la mente de un torero no es una mente normal”.
Pero que nadie piense lo que no es. El torero siente miedo, miedo con mayúscula, una perturbación con pinta de furioso morlaco que es lo que motiva el principio mismo de los postulados de este científico.
Y ese principio es que “el miedo origina que el cerebro de un torero se modele, se modifique. El torero vive con ese miedo, es como si su cerebro se hubiese encallecido frente al miedo”.
“Además, por el miedo, el cerebro de los toreros emite en una frecuencia distinta a la del resto de los humanos: la frecuencia paranormal”, ha afirmado Alcalá.
“Los toreros son mediums que intuyen lo que va a ocurrir -ha apuntado-. Son capaces de cohesionar todas sus células a la velocidad de la luz: por ello, cuando torean, entran en lo que se llama ‘coherencia lumínica’; o sea, despiden luz por la gran cantidad de energía que liberan”.
Sin embargo, por qué un torero lo sigue siendo también fuera de la plaza y sus arquetipos eternos se suceden sin remedio.
“En un matador, hay neurotransmisores que aumentan mucho, y otros, que disminuyen otro tanto -ha continuado-. Por ejemplo, el neurotransmisor que hace que toree a la perfección es la dopamina, el mismo que secretan los enamorados; el que le hace torear con felicidad, la serotonina”.
Y en este punto ha añadido: “No obstante, hay otro neurotransmisor, la vasopresina, que el matador segrega en mucha menor cantidad, y le predispone biológicamente a la infidelidad: es lo que se llama un efecto colateral de ser torero”.
Esos “efectos colaterales” son los que perfilan el grueso trazo de la personalidad del torero fuera de la plaza. “Por ejemplo, su alto índice de testosterona hace que sean muy protectores con su ambiente, con su clan, y muy poco cercanos”, ha rematado.
Siempre se ha pensado que los toreros están hechos de otra materia, pero, según el doctor Alcalá, no es así: “No, están hechos de la misma pasta de una persona normal. Pero utilizan recursos propios y otros recursos no usados por las personas normales, con el propósito de ponerse delante de un toro y torear”.
Pero en qué órgano se aloja el gusto de Manzanares con el capote, la alegre valentía de José Tomás cuando se encara con el toro, el magnetismo que envuelve a Morante en la plaza. Los toreros, ¿mueven más el corazón o el cerebro?.
“Uno de los mayores reservorios de electromagnetismo del torero no es el cerebro, sino el corazón”, ha dicho el doctor.
“Ellos perciben que, cuando el corazón emite en una frecuencia de compasión y amor, son capaces de arrimarse más al toro, de torear mejor -ha continuado-. Mientras que, si emite en una frecuencia de temor o de odio hacia el animal, es mejor que no se acerquen al toro porque, habitualmente, acaban siendo cogidos”.
Misterios de la mente y del corazón de los toreros y toreras -no hay distinción de sexo en estas investigaciones-, ahora puestos al descubierto por el doctor Alcalá como si estuviera abriendo la misteriosa caja de Pandora del toreo, según los nítidos parámetros que ofrece la anatomía, la biología, la matemática y la física cuántica, entre otras ciencias.



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domingo, 14 de outubro de 2012

O toiro de lide

‎"Assim então, o toiro actual, pode considerar-se o resultado do trabalho de selecção efectuado desde principios do século XVIII mediante a prova da tienta a fim de eleger para sua reprodução exemplares em os que concorram determinadas características, aquelas que permitirão o exercicio da lide, é dizer, a sucessão de sortes que se executam nas corridas de toiros desde que o toiro sai á praça, á sua morte, e é arrastado pelas mulas. Estas características tem variado tanto ao longo dos séculos como o próprio toureio, mantendo-se como único denominador comum: a bravura do toiro." 
"Ao contrário da maioria das raças de gado doméstico, os toiros de lide apresentam uma série de características físicas e temperamentais mais próprias de um bovino selvagem. Isto não deve parecer estranho se tivermos em conta que a la hora de desenvolver esta raça os criadores nunca pretenderam potenciar coisas como uma maior produção de carne e leite ou uma mansidão e ausência de cornos acentuados para tornar os animais mais manejáveis ao trato humano, sem não que simplesmente se buscasse conservar (e ainda potenciar ligeiramente) um comportamento algo mais violento do normal que torna o animal mais propenso a investida e por tanto ao espectáculo taurino."

Por favor, não mintam mais! O touro de lide actual é o resultado da selecção artificial pelos humanos ao longo de séculos! Não venham mais falar da natureza do touro, ou do instinto do touro, visto que isso é algo do qual nada se pode aferir em animais criados em ambiente que propicia a compleição agressiva e de investida!
Ricardo Lopes

Fonte

terça-feira, 11 de setembro de 2012

(des)Argumentos: Touradas IV

DEFENSORES DOS ANIMAIS: A tourada é um ato bárbaro indigno de pessoas civilizadas que desrespeitam os mais elementares direitos de todos os seres vivos da Terra: viver sem sofrimento.

AFICIONADOS: A tourada é um nobre espetáculo em que um ser humano enfrenta um animal selvagem, com técnica, coragem, elegência, num ritual com milénios.

ARGUMENTOS EM DEFESA DAS TOURADAS
1 - Se não houvessem touradas e os seus adeptos, os touros bravos já estavam extintos.
2 - Quem não gosta ou não concorda, tem a opção de não ver. Pois, quem gosta não tem o direito de ver?
3 - As touradas são uma tradição antiga e por isso deve ser defendidas e perpetuadas.
4 - Está cientificamente que os touros não sofrem durante as touradas.
5 - O que se exige nua tourada de um touro é apenas que seja fiel à natureza com que nasceu.
6 - Se quem gosta respeita, ou devia respeitar quem não gosta, quem não gosta deve respeitar quem não gosta.
7 - A arte de tourear é uma arte bonita.
8 - As touradas enaltecem a nobreza do touro.

in PENSAR AZUL, Alves, F; Arêdes J.; Carvalho J.

domingo, 19 de agosto de 2012

Isto é um ultraje a Viana.

Isto é um ultraje a Viana. É um ultraje aos vianenses. É um ultraje à grande Romaria da Senhora d´Agonia. É um ultraje à gente de boa vontade que se rege por principios universais. Sinto vergonha por saber que a gente de fora veio à nossa casa insultar-nos. Viana não precisa deste "cartaz", depois de, em boa hora, a cidade e o municipio se declararem anti touradas. Equiparar um tal espectáculo, de sacrificio de animais, a cultura e tradição é tratar a gente de bem por estúpida. Viana sempre cantou as suas tradições! Veja-se o que é a nossa festa. Leia-se o que se escreveu desde há cem anos sobre a nobreza da nossa festa. Leiam! Essa tourada não faz parte da nossa tradição! Muita gente, felizmente, está um degrau acima da vileza humana e repudia esta forma de "arte".
Por razões de saúde não posso associar-me às manifestações, mas estarei presente em espírito no protesto contra o evento grotesco e ancranónico que o tribunal nos obriga a acolher. "Dura lex sed lex", mas neste país é letra morta!

por Rogério Barreto

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Recriação do espectáculo tauromáquico de modo a não envolver animais ou qualquer tipo de sofrimento animal

A PRÓTOIRO, na sua pagina, depois de duas pessoas terem sugerido uma recriação do espectáculo tauromáquico de modo a não envolver animais ou qualquer tipo de sofrimento animal:

"PRÓTOIRO: (...) A tourada não um recreio tourada é uma forma ética de dar morte a um animal, expondo o homem a sua vida ao touro, dando-lhe a hipotese de este o poder matar. Esse é o princípio básico da ética das corridas. "

"Portanto, seguindo esta lógica, vamos concluir que quando um homem decide dar porrada na mulher, esse é um combate ético porque a mulher pode retribuir e até pode lembrar-se de lhe atirar com a televisão à cabeça o que certamente não seria saudável. Ou então, generalizando, qualquer agressão entre pessoas capacitadas de se moverem é sempre uma forma ética de violentar essa pessoa já que ela pode defender-se e até tirar a vida ao seu agressor. Voltando ainda aos animais, as lutas entre cães, proibidas por lei em Portugal por razões éticas (e óbvias), são afinal um espectáculo ético já que os cães estão expostos da mesma maneira durante o combate e podem ambos receber a morte. Afinal de contas a Protoiro (creio que o (...), já que foi ele que teve precisamente esta conversa comigo e mais outros amigos pró-touros-anti-touradas), descobriu que qualquer forma de tortura é ética e legítima desde que o torturado tenha a possibilidade de se defender e provocar os mesmos danos (físicos) ao seu torturador.

Posto isto, e voltando ao mundo real...como é que um ser pensante pode acreditar que o touro e o toureiro estão de igual para igual, se o toureiro treinou horas e horas para o que vai fazer, e o touro está aterrorizado, confuso, sem perceber o que se passa nem porque foi ali parar, e obviamente sem saber como deve ou não reagir para conseguir a melhor defesa naquela situação? Fossem estas pessoas perceber alguma coisa de etologia (ou simplesmente perceber alguma coisa de animais), e talvez não dissessem estas barbaridades. Falta, entre muitas coisas, na nossa educação, o desenvolvimento do espírito critico dos estudantes portugueses (se bem que no caso do (...), que supostamente concluiu o curso de filosofia na unl, é mais inademissivel)."

por Miguel Marques

sábado, 11 de agosto de 2012

Precisamos de argumentos?

por Ricardo Petinga
Os aficionados têm uma extrema dificuldade em compreender que aquilo que defendem é indefensável. Não vêem nada de errado naquilo que fazem, e se alguns o vêem, deixam que o negócio fale mais alto que a ética. Do mesmo modo, muitos outros violadores dos direitos fundamentais de seres inocentes não consideram que estão a cometer alguma imoralidade, estejam eles a molestar crianças, a explorar mulheres ou a assassinar em massa indivíduos com religiões ou orientações políticas ou sexuais diferentes. Todos esses perpetadores de crimes sentem-se sempre ou quase sempre justificados pelas suas convicções. Os aficionados ficam sempre chocados com estas comparações, e por mais que os activistas se manifestem pela defesa dos direitos dos animais, continuam a não entender que estamos apenas a tentar defender vítimas (neste caso os touros e cavalos) dos seus opressores (toureiros, forcados, ganadeiros e empresários tauromáquicos), tal como defendemos vítimas humanas. Continuam a pensar que é uma simples questão de não gostarmos de touradas e que podemos simplesmente olhar para o lado e permitir que continuem a acontecer e que eles continuem a desfrutar das mesmas, mas se o fizermos somos cúmplices da injustiça e do sofrimento de que os animais por eles explorados são vítimas. Chamam-nos fascistas e terroristas e extremistas, mas se realmente acreditam nisso deveriam olhar para a sociedade como um todo e ver que existem muitos actos que não são permitidos, que se tornaram ilegais por serem imorais, e essas proibições não podem ser consideradas como privação de liberdade porque estão na verdade a salvaguardar a liberdade de seres inocentes de não serem vitimizados por esses actos. A maior diferença entre esses actos e o acto de estropiar touros numa arena é que por enquanto, estropiar touros ainda é legal. Isso significa apenas que não chegámos ainda ao fim da nossa evolução civilizacional e que devemos continuar a lutar por essa evolução. A abolição das touradas e de quaisquer actividades de exploração animal serão passos na direcção certa, para uma sociedade mais justa, compassiva e ética.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"... nada que se compare à dor que o touro está a sentir"

Na sua página do Facebook, Nuno Markl publicou o seguinte:
"Pode-se ser chutado para tarde por muitas razões de programação; mas ser chutado para tarde por causa de tourada dói ainda mais. Mas - lá está - nada que se compare à dor que o touro está a sentir por esta altura."
E respondeu a alguns comentários:

"... As audiências das transmissões das touradas não são mesmo nada de especial.

A RTP não é merda. Tem um notável director chamado Hugo Andrade, que sabe tudo o que eu penso sobre a tourada e que nos dá toda a liberdade para contestarmos, criticarmos e dizermos tudo o que pensamos sobre esta controversa questão. Já é um bom princípio que nos seja dado esse espaço e esta liberdade!

... pois, eu tenho é sérios problemas em respeitar qualquer coisa que envolva tortura e derrame de sangue. Por isso, peço desculpa, mas a tourada não respeito assim lá muito... 
... a questão dos contribuintes e dos impostos dava pano para mangas. Mas à partida o 5 Para a Meia-Noite, nem que seja por convidados que leva, por artistas que divulga, é mais serviço público do que um espectáculo violento e sangrento. 
- eu respeito muito a liberdade. Por isso é que adorava ver os touros a libertarem-se da arena...

... hoje não sou eu que faço o 5; é a Ana na 3. Mas estão preparadas umas bocas. Já que os aficionados reclamam tanto pela liberdade de ver a tourada, que tenhamos nós liberdade a seguir para dizer o que pensamos. Acho que os amantes da tourada não têm razão de queixa. Nós, os que contestamos, passamos a vida a fazê-lo; mas é ou não é verdade que continuam a ter o espectáculo com fartura? Então deixem-nos protestar contra ele com fartura, também. É difícil mudar quem cresceu a apreciar tourada. Permitam-nos que tentemos, pelo menos, fazer ver às gerações mais novas que Portugal tem tradições muito mais interessantes e menos violentas do que isto. Dito isto, quando chegará o argumento "a tourada é ecológica porque se não fosse isto, o touro estava extinto"?

... - eu queixo-me desde que me conheço. Nasci a queixar-me. Mas se uma pessoa não se queixa e aceita passivamente tudo, as coisas não avançam. O mal deste país é, muitas vezes, esse..."

Este foi o comentário que se destacou:

"Estamos a falar... 
... de uma emboscada organizada pelo homem, de forma voluntária e livre, na qual o toureiro entra porque quer, sai quando desejar, mas em que o touro é obrigado a intervir, sendo empurrado para a arena, sem alternativa? 
... de uma emboscada organizada pelo homem, de forma voluntária e livre, na qual o toureiro recorre a instrumentos perfurantes e a armas letais estranhas à sua própria anatomia? 
... de uma emboscada organizada pelo homem, de forma voluntária e livre, na qual o toureiro monta um cavalo que lhe proporciona (outra) injusta vantagem no ataque ao touro 
... de uma emboscada organizada pelo homem, de forma voluntária e livre, em que o touro, obrigado a participar, é condicionado e diminuído na sua condição natural (cornos serrados e/ou revestidos)? 
... de uma emboscada organizada pelo homem, de forma voluntária e livre, em que o touro, obrigado a participar, está sozinho contra tudo e todos? 
... de uma emboscada organizada pelo homem, de forma voluntária e livre, em que o touro, obrigado a participar, é provocado, incitado, picado e instigado a reagir? 
... de uma emboscada organizada pelo homem, de forma voluntária e livre, na qual o o toureiro age primeiro, ataca e agride, por motivos fúteis e gratuitos... até conseguir obter uma reacção de defesa (da própria vida) e de contra-ataque, por parte do touro, obrigado a participar? 
... de uma emboscada organizada pelo homem, de forma voluntária e livre, na qual o touro, obrigado a participar, luta pela própria vida, enquanto o toureiro... o toureiro luta exactamente pelo quê? 
... de uma emboscada organizada pelo homem, de forma voluntária e livre, na qual o o touro, obrigado a participar, é submetido a uma sessão de tortura e a um sofrimento dispensável, inútil, evitável e excessivo? 
É disto que estamos a falar? 
Se é disto que estamos a falar, parece-me tão-somente natural que exista quem prefira torcer pelo touro..."
por Pedro Fernandes

Tourada... Arte ou Bestialidade?

... tema mais que debatido, onde a conclusão nunca é uma conclusão, ou seja, nunca tem um resultado.
O gosto pelas Touradas, resulta e é adquirido quase sempre, pela educação. Assim sendo, os ouvido são tapados à voz da razão, ignorando-se assim, o sofrimento e a tortura que o animal está sujeito. A tradição, continua na procura da justificação utópica ao acto. Acto este, plagiado pelas tradições do nosso país vizinho: Espanha.

O que é uma tradição?
Pelo dicionário: acto de transmitir ou entregar;
transmissão oral de lendas, factos, etc. , de pais para filhos; transmissão de valores espirituais de geração em geração; conhecimento ou prática que provém da transmissão oral ou de hábitos inveterados; hábito; uso; notícia de um facto transmitido oralmente ou por testemunho que livros, sucessivamente publicados, confirmam; recordação; memória.

Por mim: Tradição, na maioria dos casos, igual a parvoice. As tradição são uma forma de reavivar o passado. Não me pegruntem o porquê de se querer faze-lo. Uma tradição tem que ser vista como uma inimiga da evolução, uma luta contra a outra, e mesmo assim, a Tradição por muitas vezes ganha (Volto a repetir, na maioria dos casos = infelizmente). O Homem 'avança' e aperfeiçoa as suas técnicas, actualiza a sua maneira de viver e de pensar... e sendo tudo isto tão obrigatório, porque é que se insiste nesta tradição tão descabida...? É por todo este processo de evolução, que por exemplo, já não aquecemos baldes de água para te tomar banho. A torneira está à nossa frente; a evolução está acessível, para quê complicar?

Outra coisa que me altera, são os dizeres acerca de, se não fosses as Touradas, o Touro Bravo estaria extinto...! Ora... se os toureiros e afins, são tão amigos dos Touros e remam todos contra o mar da extinção... porque é que os matam? Prefiro que sejam extintos a que sejam mortos. Mesmo sendo um bicho inútil, esses toureiros pseudo-protectores dos touros, estariam 'obrigados' a defende-los...
Mas enfim... isto é só algum dos muitos problemas.
Para mim Tourada = A cultura do sofrimento.
Fonte

domingo, 5 de agosto de 2012

Os Melhores Argumentos Contra Touradas Provêm dos Pró Touradas

Alfonso Guerra ex vice-presidente do governo espanhol (jornal Tiempo de Hoy)

“Quem não provoque danos a terceiros, não deve ser alvo da intervenção de instituições que regulem o que os cidadãos fazem”.
“Existe tratamento cruel do touro de lide? Sim, há crueldade na sorte de varas e no estoque, mas anteriormente, no campo, o touro viveu em boas condições”.

Claro que o terceiro não é alvo de danos porque é um animal! E como esse animal viveu em boas condições anteriormente, tem como “prémio” ser torturado e morto numa praça de touros!

Excerto de uma reportagem de uma corrida de touros em Valência em 2010, autor Rafael Cabrera.

“Se vissem com saiu o segundo touro, não prestando atenção à capa e aos bandarilheiros, fugindo deles, sem investir uma única vez na capa, nem nos cavalos, veriam o reflexo do touro Fernando de Walt Disney e não entenderiam como se pode torturar um animal que não busca a luta, não investe e não mostra nenhum comportamento agressivo. Se vissem o estado em que chegou o quarto na muleta, caindo de patas para o ar em diversas ocasiões, e um toureiro fazendo intentos indecentes para tourear um moribundo”.

Sem comentários, a descrição é por si só elucidativa.

Excerto do livro
‘Conocer y seleccionar el ganado vacuno bravo de lidia’ de José Rufino Martín

“Na Festa Brava este animal imponente tem sido o representante da natureza, seleccionado para verter o seu sangue na arena. Exemplifica como nenhum outro ser vivo a nobreza impetuosa; o instinto de bravura moldado pela mão do homem; a força virginal canalizada para seguir os enganos com prontidão”.

Seleccionado para verter o seu sangue na arena! Moldado pela mão do homem! Ora nem mais, fabricado pelo predador humano para ser torturado e dessangrado até à morte numa praça de touros.

Excerto de um entrevista de Manuel Jorge de Oliveira, cavaleiro tauromáquico:
“O mundo dos toiros é corrupto ao mais alto nível”


“Quando falo em corrupção quero dizer que ninguém mexe um dedo sem ter dinheiro por trás. O tipo que abre a porta tem que ter dinheiro senão não abre a porta do toiro. Há rapaziada de 20 e 30 anos que paga para tourear.
Quando se entra numa praça e se vê o toiro está a ver-se a morte em movimento. É a arte de enfrentar a morte em movimento. A morte é o toiro”.

A afirmação sem pruridos do que nós estamos fartos de saber, o que move esta gente é o dinheiro, o vil metal, que muitas vezes consegue transformar um ser íntegro num corrupto da pior espécie. Afinal o dinheiro não tem cor e mesmo que esteja manchado de sangue, para esta gente é indiferente.

Fonte

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Cultura, tradições e costumes.

... Como tal fala-se em tourada.


Vamos debater então, já que é uma questão de argumentação.
Em certos países do mundo árabe é permite uma pena de forma a não por em causa os ideiais culturais e civilizacionais daquele povo, que é a Sharia, isto é, punir tanto mulheres como homens adúlteros e homossexuais através do apedrejamento.

É cultura, é tradição.


Actualmente, a circuncisão masculina ainda é praticada como ritual religioso e também social por vários povos, como judeus e muçulmanos. Consideram um acto que faz parte da sua cultura religiosa.

É cultura, é tradição.


A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF), termo que descreve esse ato com maior exactidão, é vulgarmente conhecida por excisão feminina ou Circuncisão Feminina. É uma prática realizada em vários países principalmente da África, e da Ásia, que consiste na amputação do clítoris da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o ato sexual. A sua prática acarreta sérios riscos de saúde para a mulher, e é muito dolorosa, por vezes de forma permanente. A UNICEF revelou que três milhões de raparigas em África e no Médio Oriente são sujeitas a mutilação genital todos os anos.

É Cultura, é tradição.

Uma tradição na Índia, com mais de quinhentos anos, diz que os bebés devem ser lançados de grandes alturas para terem sorte e uma vida saudável. Devotos pais muçulmanos e hindus reúnem-se em Solapur, na província de Maharastra, para a cerimónia: atiram as crianças do cimo de uma torre, a uma altura de mais de dez metros. Como reagem? Naturalmente. O ritual, acreditam, fortalece as crianças, que caem sobre um pano branco esticado, próximo do solo, e que parece uma cama elástica. Mas conheço pessoas adultas que não se arriscariam a fazer o mesmo. Alguém perguntou aos bebés se eles queriam participar?

É cultura, é tradição.


Em Nabatiye, grupos de jovens desfilavam em frente à multidão cobertos de sangue e com as palmas batiam contra a cabeça gritando "Ali". Alguns seguravam espadas, outras navalhas. Quando sentiam que o sangramento parava, cortavam as suas testas um pouco mais. Sangrar, para eles, era um sinal de respeito. O problema é que alguns pais se encarregam de cortar seus bebés. Alguém em sã consciência acha que um bebé aprovaria tal brutalidade?

É cultura, é tradição.

Infanticídio entre indígenas. Se os outros rituais causam dor, este causa a morte. Pela tradição, muitas tribos indígenas enterram crianças vivas. Pesquisadores já detectaram a prática do infanticídio em pelo menos 13 etnias, como os ianomâmis, os apirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás, a tribo de Amalé e Kamiru, matam entre 20 e 30 por ano. Os motivos para o infanticídio variam de tribo para tribo, assim como variam os métodos usados para matar as crianças. Além dos filhos de mães solteiras, também são condenados à morte os recém-nascidos portadores de deficiências físicas ou mentais.

É cultura, é tradição.

Aqui torturar e matar animais de forma cobarde (sim, porque o único bravo é mesmo o touro, os outros até fogem e vão armados), só pelo belo prazer e interesse de alguns indivíduos, também acham que é cultura, é tradição.
Espero muito sinceramente que o Sr. José Carlos Abrantes, Provedor do Telespectador da RTP, tenha uma palavra séria a dizer sobre isto. Aguardamos.

por  Helder Silva

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Acabemos com a tourada em Portugal

Num mundo que vive de noções deturpadas, vejo muita gente a defender matérias como se tivessem uma perfeita definição do que é arte e principalmente como se achassem donos e senhores da definição de 'cultura'. A prova disso mesmo é a ignóbil convicção - num certo cultivo grotesco de uma profunda ignorância - de que o prazer na tourada não é consequência da tortura e do sofrimento de um animal inocente, isto é o touro entra na arena porque é seu destino ser toureado. Não é necessário salientar a indigência de semelhante... não lhe vou chamar raciocínio, mas absurda dedução... A «lógica» pseudo-moralista desta maralha é a mesma das beatas que passam horas infindáveis em oração por si próprias. Ou a dos doentes mentais que passam horas a puxar o brilho ao pelo dos cavalos numa mostra doentia de um afecto que terminará um dia pelos transformar em base de mesas depois de serem feridos de morte, mas que no entanto não são capazes de se levantar para afagar o bebé que chora a meio da noite, pois isso não é coisa de macho e a mulher que o faça. Que dizer de quem acha que o sentimento que se pode ter por um animal, o prazer de partilhar momentos de alegria e a angústia de uma correria para o veterinário, não passam de modas? Tudo não passa de um sentimento menor, ressabiado, de uma pequenez sem sentido e de um profundo sentimento de frustração perante a vida e a sociedade que os envolve. Partir do princípio de que o homem é o único que pode ter direitos e de que o direito é uma realidade cultural, é a mais profunda demonstração de uma falácia ignorante e desprovida de qualquer sentido.

O homem, como ser sapiente, tem a obrigação moral de defender os animais e essa defesa é o exponencial moral da condição humana, jamais sendo uma degradação da sua humanidade. Rotular os movimentos anti-taurinos como uma tendência social de origem urbana, é não compreender o mundo rural e uma tentativa de conflitualidade entre dois «mundos». Note-se a utilização do termo virilidade como uma justificação do meio pró-tourada como que o confronto entre o animal e a besta (e a besta não é o touro), viesse provar a superioridade do homem. As próprias justificações pró-taurinas são a imagem reflectida de um pensamento que se quer erradicado de uma sociedade evoluída. O meio rural não é, sendo-o só na tacanha visão de uma mente doentia, um mundo violento e pouco higiénico, e tão pouco um mundo onde a aceitação da tourada é plena. É a eterna dicotomia aldeia versus cidade sem nunca terem a noção de que "aldeia sempre foi sinónimo de isolamento e conformismo, de mesquinhez, aborrecimento e mexerico." Esta só o é porque se acha conveniente manter um povo ignorante e estúpido, pois um povo que não questiona é um povo e uma sociedade submissa e permissível à violência das touradas.

por Rui Barbosa

terça-feira, 31 de julho de 2012

"Quem não gosta não vai."


 Estas pessoas reduzem ÉTICA e MORAL a simples "gostos". Como se a VIDA e SOFRIMENTO pudessem ser comparados a um objecto do qual se possa ou não gostar. Quem diz um objecto diz uma música, um livro, um filme, um programa de televisão...

Não se coloca a questão de se gostar ou não de touradas, isso é absolutamente IRRELEVANTE perante o que está em causa, que é o SOFRIMENTO de um SER SENCIENTE. Lá por haver gente que ADORA ver acidentes de viação e que até pára o carro, provocando grandes engarrafamentos, APENAS na esperança de "apreciar" as possíveis vítimas, não vamos encorajar a que haja mais acidentes apenas para satisfazer os "gostos" mórbidos dessas pessoas. VALORES como o direito ao BEM-ESTAR e à VIDA quer de animais humanos e não humanos, têm de prevalecer independentemente dos "gostos" das pessoas.

É um princípio, e foi por esse princípio que se aboliu a escravatura e outras situações análogas. As pessoas das touradas ainda não compreenderam que o mundo evoluiu e que a luta pelos direitos dos animais equivale à luta, no passado, pelos direitos dos escravos, judeus e de outros seres considerados de 2ª e descartáveis, como o são ainda os animais. Nem se dão conta de que com esta atitude arrogante, cruel e ORGULHOSAMENTE IGNORANTE, acima do bem e do mal, da ética e da moral, da ciência, do conhecimento e da cultura, estão a provocar na maioria das pessoas, sentimentos tão negativos, como outrora se nutriram pelos nazis.

Ganadeiros, toureiros, forcados a aficionados: o MUNDO já não vê os animais como objectos interactivos descartáveis. A ciência já provou que estes além de sentirem como nós têm também consciência e que cada vez mais a sua integridade física e psicológica tende a ser respeitada. Como tal, uma vez que as touradas NÃO SERVEM NENHUMA NECESSIDADE BÁSICA nem são INDISPENSÁVEIS à nossa SOBREVIVÊNCIA, não são mais do que CRIMES cometidos contra SERES PUROS E INOCENTES que promovem a violência GRATUITA, provocam traumas psicológicos nas crianças e contribuem para a degradação ética e moral dos cidadãos.

Os nazis também estavam protegidos pela lei e não foi por isso que o mundo deixou de os considerar CRIMINOSOS. Será assim que vocês ficarão na História também à semelhança dos esclavagistas que se opuseram fortemente à abolição da escravatura. Os ganadeiros e afins, são hoje, os Lanistas do passado.

Uma vergonha para a humanidade.

por Cláudia Vantacich

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Porquê Touradas?

O titulo que eu escolhi foi sobre as criticas que têm surgido sobre as touradas ao longo destes últimos anos, mas porquê a tourada?
Existem muitos argumentos a favor das touradas e algumas delas são:


Tudo o que é tradição merece ser preservado, a tourada é tradição, logo, a tourada merece ser preservada.
Se não fossem as Touradas e os seus adeptos, a raça dos Touros Bravos já estava extinta.
Quem não gosta ou não concorda, não veja.
Quem é contra as Touradas devia preocupar-se com outras coisas que também são feitas, nomeadamente o abandono de cães.
Quem diz que é contra as touradas é hipócrita porque muitas vezes maltrata os cães e outros animais.
O touro praticamente não sofre com o que lhe é feito na arena.
Os Touros nascem para serem lidados, são animais agressivos por natureza.
Se quem gosta, respeita a opinião de quem não gosta, porque é que quem é contra não respeita a opinião contrária?
A arte de tourear é tão bonita que seria uma pena perdê-la.
As Touradas enaltecem a nobreza do Touro.


Depois destes argumentos válidos porquê quererem acabar com as touradas?
Se é para salvar os touros, então estão enganados pois se acabarem com as touradas, acabam com a raça dos touros, pois os touros são criados muito bem, são bem alimentados, têm uma vida de luxo que até algumas pessoas não o têm, para depois subirem para a arena.
Se acabarem com as touradas os touros já nem criados são.


Por isso a minha pergunta, Porquê as touradas?
Se depois disto tudo se percebe a importância das touradas.


Fonte

domingo, 29 de julho de 2012

"Carta de um humano - Touradas???"

Os homens e mulheres não são entidades estáticas, mas sim seres que têm em si a capacidade de fazer melhor, portanto de serem perfectíveis. Assim, se considerarmos que são susceptíveis de se aperfeiçoarem, isso implica que têm a capacidade de abandonarem modelos que deixaram de representar os valores entendidos como correctos à luz de um dado patamar ético e, consequentemente, estabelecerem novos paradigmas que lhes permitam orientar as vivências de modo mais consentâneo. Assim, movimento, interacção e evanescência surgem como molas propulsoras da Vida em permanente devir.
Ao longo dos tempos, as culturas deixaram sempre aflorar, aqui e ali, os altos valores dos saberes que se constituem ainda hoje como farol para uma prática fraterna entre todos os seres sencientes, onde naturalmente se incluem os humanos, e onde todos, necessariamente, têm um lugar e um papel a desempenhar. A Natureza só é feliz quando todos os seus elementos vivem em equilíbrio dinâmico consoante o patamar de consciência de cada um! E esta consciência – por exemplo, a capacidade de reflectir e meditar sobre as ocorrências e actos praticados – se mais apurada, mais subtil e profunda, tanto mais responsável deverá ser.

A questão que aqui se coloca é, pois, bastante simples. Se aceitarmos que os actos praticados, ditos e pensados têm consequências, que papel queremos desempenhar nesta dinâmica inter-relacional e, por maioria de razão, que herança deixaremos às gerações vindouras? No caso dos seres “animais”, desejaremos conscientemente continuar a retirar prazer a expensas do seu sofrimento, numa espécie de orgia selvagem que não olha a meios para atingir os fins, mesmo que isso implique dor e tormentos continuados? É essa a representação de Homem que queremos continuar a sustentar e/ou permitir?

Porque os valores mudam, as culturas necessariamente reflectem estas mesmas mudanças! Afirmarmos que algo faz parte de um alegado “património” e que portanto se deve eternizar, mesmo que isso comporte o perpetuar de valores já inaceitáveis, é não só recusar o óbvio como também tentar afirmar um imobilismo pantanoso na vã pretensão de aprisionar o grande rio da vida. É também recusar crescer interiormente, é voltar as costas ao horizonte desenhado pela solidariedade e pela fraternidade que devemos a nós próprios e a todos os outros seres que, juntamente connosco, compõem esta grande Sinfonia da Natureza! Aquilo que alguns apelidam de “animais”, esses meros objectos, simples “coisas” de quem se alega ter o direito de dispor a seu belo prazer na prossecução de interesses egoistamente medíocres, é já hoje uma abordagem que a maioria não sustenta, que já não entende como aceitável!

A grande comunidade de Portugueses a que chamo Portugal, perdoem se me engano, tem ao longo do tempo dado evidentes sinais ao mundo de possuir um fundo afectuoso e uma intenção de pouco pactuar com interesses mesquinhos, mostrando desde sempre ser mais inclinada para o sorriso hospitaleiro do que para o exercício do uso do gume da espada! Não será afinal esse o “fundo” Português que subjaz à manta genética que nos surge aos sentidos? Como “rosto da Europa”, como farol que mostrou novas terras ao mundo e por tantas outras razões que não cabe aqui mencionar, é hora de reafirmarmos mais uma vez a nossa força de mudança alicerçada por essa “alma” temperada pela força da esteva e pelo sussurro do mar no seu eterno movimento cíclico e que sempre nos convida a mais uma viagem.

As “touradas” são a degradante imagem que certos defuntos protelados querem perpetuar, a vergonha da nossa cara enquanto homens e mulheres cidadãos dos «mundos a haver»! Não deveremos mais permitir que a imagem desta terra luxitanea, deste porto sagrado do graal, se deixe manchar pela incúria e passividade, pelo comodismo e pela recusa de vivenciar um modelo holístico, abarcante e fraterno! Há tempo para pensar, há tempo para agir! Hoje, na velocidade estonteante deste mundo tido como complexo, a sabedoria mostra a verdade do que é simples mas não simplório. Avancemos para pensar, pare-se para verdadeiramente agir! Na simples decisão de uma recusa firme, que jamais possa dar continuidade ao vil proceder, está a força calma do sorriso que simplesmente diz não.

Portugal é pequeno para os curtos de vista, para os de coração empedernido, nunca para aqueles que o vivem como terra prática de sonho e utopia, onde a planura alentejana e as serranias para lá do Marão, o quente Algarve, o doce Minho e as saudosas Beiras, as cálidas terras estremenhas tão perto desse Riba+Tejo, são evidências de diversidade a que subjaz a unidade desse “ser” Português do/no Mundo!

Touradas??? Decididamente, não!!!

António E. R. Faria

sábado, 28 de julho de 2012

"Se calhar este indivíduo até tem razão."

Acho curioso o facto de, à semelhança do que a SIC fez, a RTP ou a TVI não se dignem a transmitir um documentário/reportagem apresentando argumentos anti e pró-tourada. Acho curioso, mas não acho de todo algo abstruso, pois é facilmente justificável pelo lastimável contrato que têm com os organizadores dos eventos de chacina que ao que parece vão abundar este Verão.
Uma televisão que diz prestar serviço público, deveria considerar na elaboração da programação oferecer ao telespectador a possibilidade de tomar contacto com a maior diversidade de ideias possível. Porque é que dão tempo de antena aos toureiros barrigudos (já explico a seguir) e não a quem luta pelos direitos de uma espécie animal vilmente perpetuada por um punhado de senhores dementes que se acham donos de vidas alheias? Tudo bem, não há tempo para permitir tempo de antena a toda a gente. Mas então, sejam honestos, e admitam que o que fazem não é serviço público, mas sim serviço interesseiro, na melhor defesa de determinados emolumentos, que não duvido que existirão.
É essencial permitir às pessoas tomarem contacto com ideias adversas à sua própria cultura, que procuram sempre impor acrítica e passivamente. Parecendo que não, é muito fácil no mundo actual alguém deixar-se perder intelectualmente no sensacionalismo e no prazer fácil e imediato. E claro que uma pessoa comum, ao sintonizar uma corrida de touros e ao vislumbrar o gáudio do público presente no local, não vai sequer ponderar, ou dificilmente o fará, a hipótese de toda aquele gente estar errada e de aquele espectáculo, afinal, até poder tratar-se de uma chacina descarada. É difícil remar contra a maré espontaneamente. É preciso que isso se torne um exercício de rotina. E para o poder realizar é necessário receber estímulos adequados. Se calhar se alguém disser à pessoa que está a ver a corrida de touros para atentar no sofrimento do animal que está a ser barbaramente agredido, ela até pára para pensar "Se calhar este indivíduo até tem razão.". E daí a nada poderá estar a mudar de ideias. Já para não falar no completo desplante que é a transmissão destes circos sádicos em horário nobre, deixando a mentalidade inocente e sensível das crianças à mercê da ganância de assassinos, para turvar permanentemente.
Meus amigos, de certo que quem treinava gladiadores na antiga Roma, também não ficou satisfeito quando se viu privado do seu meio de subsistência no qual se apoiou tão cegamente e desumanamente, que, não duvido, lhe conferia um certo prestígio perante a nobreza e prerrogativas condizentes. Todas as profissões estão sujeitas à extinção. A mentalidade evolui, a cultura evolui, a tecnologia evolui. Tantas e tantas profissões tradicionais e respeitáveis que estão, cada vez mais rápido, a serem extinguidas no nosso país e da nossa identidade cultural até. Mas consideram problemático que alguém que recebe remunerações numa soma exorbitante, numa soma que jamais poderia ser adquirida pela esmagadora maioria da população mundial durante uma vida inteira de trabalho digno, perca a sua ocupação, em favor do melhor respeito pela vida alheia, que tanto a nossa condição racional nos impõe? Sejam sensatos, por favor. Talvez assim, até alguns profissionais desse ramo pudessem dedicar-se à educação que nunca receberam, desde cedo sendo cultuados, dessensibilizados, lavados e manipulados, desprovidos da própria essência humana.

por  Ricardo Lopes

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Texto argumentativo

"Touradas, um assunto capaz de dividir famílias, cidades, países. Quase se poderia dizer que se parece com futebol, só que no caso das touradas parece só haver dois clubes: os Pró e os Contra
Na minha opinião as touradas são cruéis porque com que os touros sofram. As touradas são usadas para entreter os humanos. Bem, tenho alguma dificuldade em chamar humanos, seres que se divertem com a tortura de um animal.

Uma coisa é matar os touros sem que sofram outra coisa é tortura-los espetando farpas que os deixam a jorrar sangue e pô-los cansados para no fim os matarem sem dó nem piedade. “ Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti”. Este é um ditado que se pode aplicar nesta situação, e dizer as pessoas que gostam das touradas, para que se ponham no lugar dos touros e imaginem o que é ser torturado e no fim morto. Não se trata de matar para sobreviver, trata-se de torturar e matar por divertimento! Que mal terão feito os touros? Nenhum. São apenas uma raça inferior e com menos poder, por isso podem servir de passatempo para os mais inteligentes e poderosos.
Há quem diga que os touros não sofrem com as farpas. Pobre argumento, não só não se sabe se é verdade, como mesmo que não sofram, continuam na arena a ser gozados pelas pessoas.

Acho que as touradas podem ser substituídas, por exemplo, por idas ao cinema, ao teatro, a concertos, ou a acontecimentos desportivos, pois estas actividades entretêm e divertem as pessoas e não prejudicam os touros.

Penso que as touradas são algo que deveria deixar de existir pois incentiva a crueldade. Os touros deviam ser livres e quando for necessária a sua carne, devem ser mortos rapidamente."

Filipe Esteves 11º ano

domingo, 1 de julho de 2012

A tourada

A tourada é uma tradição presente nos países ibéricos e França, e em algumas das áreas por eles colonizadas (México), que consiste da lida de touros bravos através de uma série de artes, a pé ou montado a cavalo. Presente em diferentes vestígios desde a antiguidade clássica, sendo conhecido o afresco da tourada no palácio de Cnossos em Creta.

Em Portugal as touradas de morte foram proibidas no tempo do Marquês de Pombal ao mesmo tempo que a pena capital foi definida para os criminosos, por motivos do falecimento de figuras de relevo nestes espetáculos (o que ainda acontece em Espanha com alguma frequência). Em 2002 a lei foi alterada para permitir os touros de morte em locais justificados pela tradição, como na vila de Barrancos.

Antes de entar na arena, os touros são mantidos nos curros, para onde são conduzidos com aguilhões e à paulada, e onde os seus chifres são serrados a sangue frio para serem embolados.

Factos:

Ao entrar na arena, os touros vão já fortemente enfraquecidos e feridos (devido aos chifres serrados a sangue frio antes da tourada), além de apavorados. O pânico do touro é tão grande, que fugiria deste cenário aterrorizador, se tivesse essa possibilidade.

É possível observar a expressão de medo e de confusão nos touros sempre que estes entram na arena, e que se agrava quando a tortura da tourada se acentua, à medida que as bandarilhas e os restantes ferros (que podem ter comprimentos variáveis entre os 8cm e os 30 cm, além de terem afiados arpões na ponta, para se prenderem à carne e aos músculos dos animais) rasgam os seus tecidos, provocando-lhes um sofrimento atroz, além de febres imediatas, acrescidas de um enfraquecimento acentuado pela perda de litros de sangue.

A Tourada em detalhe:

Todo o decorrer da chamada corrida de touros à portuguesa consiste na “lide” de seis touros, habitualmente. Cada um dos touros é toureado por um cavaleiro tauromáquico, que lhe crava entre quatro a oito ferros compridos com grandes e afiados arpões na ponta. Os touros podem alternativamente ser “lidados” por um toureiro a pé (embora isto seja menos comum nas touradas portuguesas), que crava repetidamente as aguçadas bandarilhas no dorso do touro. Seguidamente, é comum entrar em cena o bandarilheiro, que vem cansar ainda mais o touro já febril, brutalmente enfraquecido, confuso e assustado.

Enquanto o touro é brutalizado na tourada, enquanto o cavalo é também vítima desta brutalização, e enquanto o sangue de ambos os animais escorre e mancha a arena em que este acto deplorável acontece, não são apenas toureiros (cavaleiros tauromáquicos e bandarilheiros) que participam nesta festa de sacrifício de animais – existe um público presente que, por minoritário que seja na sociedade portuguesa, aprecia e aplaude a violência a que assiste, regozijando-se com o sofrimento bárbaro que ali é infligido aos animais.


A necessidade de um referendo.
“Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.”
Artigo 1º da Constituição da República Portuguesa

Embora possa não ser evidente ou flagrante o descontentamento e a tristeza sentidos pelo povo português perante situações degradantes que persistem e teimam em coexistir connosco, a verdade é que tal falácia poderá resultar precisamente do facto de já constituírem um costume, carecendo de uma falta de apuramento a nível nacional, uma consulta individual de cada cidadão, que viesse destronar uma realidade que, colectivamente, poderá não corresponder às pretensões e sonhos de todos nós.
Não deverá o recurso a um referendo nacional fundamentar-se quando, envolvida uma nação em circunstâncias particulares que só exprimem o desmazelo por valores fundamentais e a tendência para o culto da violência e da apatia perante situações de evidente violação de um direito inalienável comum a espécies humanas e não-humanas, como o do direito à vida, se torna manifestamente necessário averiguar qual o sentido que queremos dar à nossa sociedade, procurando preservar, estimar e redescobrir alguns fundamentos axiológicos que só podem enriquecer a nossa existência?
Será, porventura, mais enriquecedor valorativamente, proteger os interesses de um minoria que justifica os seus actos pela sua reiterada consumação, e resistir cegamente a “imposições” externas que, embora representações aparentemente minoritárias como uma esporádica manifestação e por vezes tão simplistas como a passagem de um pensamento para uma folha de papel, expressam uma esperança que continuamente renasce das cinzas, ou, por outro lado, ceder e, perante o tão aclamado benefício da dúvida, dar seguimento a um escrutínio popular que dará voz aqueles que, certamente não menos influentes, também eles devem decidir sobre situações problemáticas e assustadoramente actuais?

Questões estas que, seguramente, não suscitam qualquer dificuldade de resposta por parte de todos nós quando o objecto de tais situações infamantes é o nosso semelhante - o Homem – infelizmente assim já não sucede quando se trata de um animal não-humano. Tal facto deve-se, com certeza, a inúmeras e insondáveis razões, mas a verdade é que não nos devemos abstrair de erros actualmente cometidos, reveladores de um “especismo” anacrónico como este, para perpetuar sucessivos ataques a valores fundamentais que, em virtude de uma consciência mais aberta e plural, se estendem também, e necessariamente, aos nossos companheiros não-humanos.

O espectáculo tauromáquico é um atentado ao mais elementar dos deveres do Homem para com o animal. Muitos há que o sabem, ainda assim, numa cumplicidade mórbida, assistem. Outros há, indiferentes numa sociedade que não solicita a sua participação convicta que, consciente ou inconscientemente, consentem.
Uma imagem vale mil palavras, dizem, horas de toureio certamente valerão um precedente pesadamente negativo no historial de empatia, compreensão e afinidade entre o Homem e o animal. Mesmo quem, vivendo indiferente ao sofrimento gesticulado, à tortura muda, ao cansaço visível e às horas de solidão por que passam as verdadeiras vítimas das touradas nos momentos que antecedem tal espectáculo, permanecendo robustos e incansáveis até ao momento da verdade, de certo, no mínimo, consentirá o aclamado benefício da dúvida e porá em causa aquilo que para ele se ostentará como mais precioso – momentos de pseudo-cultura e ostentação humanas ou momentos de liberdade e paz para os touros e cavalos?

“Que prazer pode um homem civilizado retirar de um espectáculo de um fraco ser humano a ser dilacerado por um animal poderoso, ou de um esplêndido animal a ser trespassado por uma lança?”
Marco Túlio Cícero

A cultura é, deveras, um ponto sensível. A heterogeneidade da opinião popular, mais que um critério assertório da nossa soberania e fonte de afirmação social, deve fomentar o respeito por todas as diversas formas de representação cultural. Sem dúvida que devemos respeitar as decisões do próximo mas, certamente concordarão, com a excepção intuitiva de que não extravasem para ir entrar em conflito com direitos que nós próprios tenhamos como garantidos. Mas será esta a única restrição? Decerto que não, entre muitas outras, apresenta-se como evidente para muitos, o limite que não interfira com a autonomia, a independência, e o livre-arbítrio – seja por parte daquele que partilha connosco semelhanças cognitivas, físicas e psicológicas, mas também, e sobretudo, por parte daqueles que partilham connosco a capacidade de sentir, de sofrer, de exprimir ansiedade, desejo e desconforto, inteligência e auto-domínio, a que são comuns o Homem e os animais não-humanos. Dito isto, é moralmente exigível que alguém respeite outrem se este retribuir o respeito não só para o primeiro mas para com os outros.
A garantia com que todos nós, ou assim deveria ser, sentimos todos os dias as consequências, boas ou más, em virtude de acções deliberadas ou instintivas mas sempre fruto do nosso agir incondicional, deveria ser comum a todos os animais. Sabemos, no entanto, que tal é impensável nos dias que correm, tal é a dependência com que nos interligámos, falo, nomeadamente, dos hábitos alimentares extravagantes e, a meu ver e na perspectiva de muitas outras pessoas que hoje decidem adoptar uma alimentação vegetariana, moralmente disfuncionais da sociedade Ocidental. Ainda assim, nos momentos em que nos é possível devolver autonomia, falhamos. A expressão “do mal, o menos” tem continuamente falhado, e assim continuará se não nos mentalizarmos do mal que subjaz à posse de domínio irrestrito sobre o próximo e a tão pesada responsabilidade que acarreta.

Se em momentos de hierarquizar, axiologicamente, entre a nossa acepção de entretenimento e a autonomia existencial dos animais, nem sequer hesitamos, que reflexo poderá ter nas nossas próprias relações, na forma com que nos visualizamos mutuamente e nos critérios com os quais atribuímos valores, direitos e deveres aos da nossa espécie?

A Lei n.º 92/95 de 12 de Setembro, que apresenta a seguinte epígrafe “Protecção aos animais”, e que constitui o documento legislativo actualmente mais ambicioso no domínio da protecção animal, dispõe da seguinte forma:
“Artigo 1.º
1 – São proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes em, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal.
2 – Os animais doentes, feridos ou em perigo devem, na medida do possível, ser socorridos.
3 – São também proibidos os actos consistentes em:
(…) e) Utilizar animais para fins didácticos, de treino, filmagens, exibições, publicidade ou actividades semelhantes, na medida em que daí resultem para eles dor ou sofrimentos consideráveis, salvo experiência científica de comprovada necessidade;
f) Utilizar animais em treinos particularmente difíceis ou em experiências ou divertimentos consistentes em confrontar mortalmente animais uns contra os outros, salvo na prática da caça.”

No artigo 3.º, sob a epígrafe “Outras autorizações”, o ponto 2 dispõe: “A touradas são autorizadas nos termos regulamentados”.
Confrontando este último artigo (artigo 3.º 2.) com todas as alíneas do artigo 1.º, referidas acima, rapidamente se revelará como evidente a existência de uma excepção no domínio dos maus-tratos aos animais – os espectáculos tauromáquicos. Quaisquer que tenham sido os motivos por detrás da elaboração do disposto no artigo 1.º, certo são que visam, acima de tudo, devolver princípios básicos aos animais e atribuir-lhes direitos que correspondem a deveres da nossa parte. Assim sendo, é incongruente atribuir uma excepção em domínio de valores fundamentais, quando esta dispõe precisamente em sentido contrário, atentando contra os mesmos. Perdem toda a relevância objectiva e material as disposições que visam proteger e consagrar direitos inalienáveis, quando se consentem excepções que admitem comportamentos opostos.

Reconheça-se que o espectáculo tauromáquico já esteve proibido, por Decreto de 12 de Setembro de 1836, no nosso ordenamento jurídico, muito embora, pouquíssimo tempo depois, haja sido revogado pela Lei de 20 de Junho de 1837. Já com a Lei n.º 19/2002, de 31 de Julho, é concedida uma “autorização excepcional” que permite, quando na sequência de um costume de incumprimento à anterior lei, os touros de morte. Este seguimento cronológico de legislação necessariamente despertará um sentido crítico e uma atenção especial por parte dos Legisladores e dos cidadãos comuns.

Não se impõe ao poder político que altere situações que apenas uns opinem que assim devia ser, mas sim aquelas em que uma maioria se pronuncia, tendo oportunidade para tal.

As leis devem exprimir o consenso e o assentimento da maioria dos cidadãos de um Estado, se assim não for, uma lei de nada valerá, pelo menos materialmente falando. Ter-se-á aplicado este princípio regulador na Lei de 20 de Junho de 1837 acima referida? Certamente que não. Será este o princípio regulador do processo legislativo num Estado de direito democrático e social? Esperemos que sim. Será este o momento, fazendo jus a tudo aquilo que aprendemos ao longo de tanto tempo, oportuno a uma rectificação, a um confronto entre capacidade decisória e mera exaltação de valores? Sabemos que sim. A oportunidade cria o momento. Chegada a altura de decidir, o resultado falará por si e ganhará toda a relevância.

Depois de algum tempo a ler todos os depoimentos, factos, reportagens, dissertações, entrevistas, só posso concluir que toda a tinta que correu, todo o tempo que se passou a falar do assunto não pode nem deve ter sido em vão, toda a polémica sobejamente conhecida em torno do espectáculo tauromáquico só existe pelo facto de sabermos que existem vítimas de sangue durante o processo, que toda e qualquer réstea de compaixão é esmagada pelo som ensurdecedor de pessoas a aplaudir o mal consumado no final das touradas. Peço que ouçam este pedido que é partilhado por milhares de pessoas já descrentes numa solução quando nem o poder político sequer se roga a mencionar o assunto. Peço que não ignorem este apelo sob pena de também eu me tornar um descrente. Pouco a pouco, a esperança de testemunhar a vitória dos verdadeiros interesses sobre os interesses económicos que pairam sobre este negócio, vai-se perdendo...

por André Barros

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A vergonha de Ponte de Lima

Vaca das Cordas 2012Amanhã tem lugar a denominada 'vaca das cordas' em Ponte de Lima, um dos últimos resquícios da tauromaquia no Minho (exceptuando a vergonhosa Barcelos). Curiosamente, hoje li num jornal de Braga qualquer coisa que dizia que o mundo avança e que a sociedade também evolui, mas que era necessário manter o essencial das festas. No Jornal de Notícias, pasquim pró-touradas, dizia que a festa em Ponte de Lima atrai cada vez mais jovens devido à 'vaca das cordas' no que eu entendo ser um texto escrito por um demente tauromáquico a tentar justificar a manutenção do evento.
Durante as festas, um touro é usado para ser abusado durante um dia inteiro. Amarrado à igreja, é banhado com vinho tinto num cerimonial «para dar força» ao animal. Depois é solto e o objectivo é ser perseguido pelas ruas da vila até dar três voltas à igreja sem cair. No fim é recolhido num matadouro e a sua carne posteriormente vendida num talho da vila.

É através destes eventos que a tauromafia se vai infiltrando subrepticiamente em locais onde as touradas não têm tradição pois rapidamente se passa de uma 'vaca das cordas' para uma corrida. Há que estar atento.

por Rui Barbosa

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Touradas nos Açores - Reflexão

Tenho andado a estudar um pouco da história das touradas nos Açores e verifico que os adeptos da festa (?) brava têm razão quando dizem que o argumento da tradição não lhes serve por razões diferentes que são:

1- Em práticamente todas as ilhas existiram "touradas" que foram desaparecendo com o evoluir da sociedade;

2- As touradas à corda já foram mais cruéis do que são hoje, devendo-se a alteração ao aumento da sensibilidade das pessoas e a imposições legais;

3- Na Terceira o argumento não serve pois o que se pretende não é mantê-la mas sim legalizar práticas não existentes como a sorte de varas e os touros de morte;

4- A única actividade tauromáquica que faz mover o povo (a maioria?) da Terceira são as touradas à corda, as outras são puro negócio para meia dúzia;

5- Os adeptos da touradas à corda são sensíveis ao sofrimento dos touros, e facilmente aceitariam medidas conducentes à minimização do mesmo;

4- Nas outras ilhas, nomeadamente em São Miguel, todas as tentativas mais recentes de introduzir touradas à corda falharam por razões sobretudo económicas. Como não é tradição neste ilha, o argumento também não serve aos pró-touradas.

Para terminar esta breve reflexão, passo a analisar a estratégia que tem sido seguida pela recente investida com o objectivo de popularizar as touradas em São Miguel.

1- Não sendo as touradas auto-sustentáveis do ponto de vista económico, o recurso tem sido à sua promoção por entidades oficiais ou por elas apoiadas directa ou indirectamente. Assim as touradas à corda têm sido promovidas em São Miguel sobretudo pela Junta de Freguesia das Capelas, cujo presidente era até recentemente presidente do IROA, Câmara Municipal da Lagoa e pela Associação Agrícola de São Miguel. Embora não possa confirmar para todas estas entidades sabe-se que nalguns casos há a mão do Director Regional do Desenvolvimento Agrário, residente na Terceira e aficionado.

2- Não negando que entre a população micaelense haja adeptos, a estratégia tem passado por começar a divulgar as touradas entre os mais frágeis quer do ponto de vista da instrução, da cultura ou dos rendimentos económicos. Não terá sido por acaso que a maioria das touradas se realizaram em zonas piscatórias, como Lagoa, Caloura ou Rabo de Peixe.

Por último, não se está a promover a pretensa ruralidade, pelo contrário está-se a fomentar a utilização de animais para divertimento, a banalisar os maus tratos, a promover o alcoolismo,etc., em suma a deseducar.

Face a esta situação não podemos ficar de braços cruzados, temos que apostar na educação junto das escolas e continuar a denunciar o mau uso de dinheiros públicos já que com eles poderíamos alterar em grande medida a situação de maus tratos e abandono de animais que tem ocorrido na nossa terra.

por Mariano Soares