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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Anatomia do sofrimento de um touro (quando espetado pelo 'matador' na praça de touros)


© Revista Complutense de Ciencias Veterinarias et al

Há algo que gostaria de partilhar, visto que a informação está a ser publicada de forma galopante pelos meios de comunicação social.
Eu não pude ficar indiferente à informação fraudulenta que por aí circula, numa tentativa de justificar o injustificável! Ainda por cima vindo de "profissionais" da área, isto é verdadeiramente triste, senão vergonhoso!
Analisando a imagem em baixo:
Primeiro que tudo existem vários tipos de stress, segundo as hormonas corticosteróides, como o cortisol, não são catecolaminas (Adrenalina, epinefrina, etc.), terceiro é lógico que o cortisol esteja mais elevado durante o transporte, afinal ele está relacionado principalmente com respostas de stress a longo prazo, não a curto!

A informação da imagem não tem valor científico algum! Apenas vem afirmar o que consta há 50 anos nos livros de Fisiologia! Se os defensores das touradas querem ser levados a sério façam uma pesquisa dos níveis dos mediadores da dor (bradicinina, serotonina, substância P, etc.) e das catecolaminas, aquando de todos os processos que o animal é sujeitado!
Dizer que o animal não sofre porque apresenta níveis de cortisol mais baixos do que em transporte é algo surreal! Estão a misturar os pés com as mãos. E isto não sou eu que estou a inventar, consta em todos os manuais de Fisiologia, é uma das bases da fisiologia e uma falha gravíssima atentar contra isto!

Dor ≠ Cortisol - Não podemos deixar que moldem os factos em favor das circunstâncias!
O pior é que isto até foi publicado no jornal de notícias e tem vindo a ser utilizado como argumento!
Um aplauso à ignorância gratuita!
Na minha óptica isto é VERGONHOSO!
É preciso filtrar a informação, pois há muita gente que acredita neste artigo falacioso!

por Ricardo Lopes
Mestrado Integrado em Medicina Veterinária · Évora



Anatomía del sufrimiento.
La lidia consta de una serie de tercios en los que el toro es picado, banderilleado, y herido de muerte con el estoque, siendo posteriormente descabellado y apuntillado.

La puya es un arma metálica cortante y punzante que consta de 6 cm de cuerda encolada y 2.5 cm de púa piramidal tan afilada en cada una de sus aristas como la hoja de un bisturí. Va provista de un tope cilíndrico que debería impedir que entrara en el cuerpo del animal más de esos 8.5 cm.

Son muchos los estudios anatomopatológicos que se han desarrollado sobre cadáveres de toros lidiados para determinar las lesiones que provocan.
En todos, absolutamente todos los estudios consultados al respecto, se reconoce que los puyazos suponen, entre otras cosas, un gran daño neurológico para el toro.
En más del 70% de los toros estudiados, se ha determinado que las puyas son clavadas en zonas muy posteriores a la indicada como “ideal”.

Las lesiones descritas afectan a más de 20 músculos, sin contar los intercostales y costales. Todas estas estructuras son necesarias para la movilidad del tercio anterior de animal, los movimientos del cuello, y de la cabeza, y para la función respiratoria. Pero no son sólo los músculos, tendones y ligamentos los que son seccionados, sino también importantes venas, arterias, y nervios

Los resultados indican que la profundidad media de los puyazos es de 20 cm, habiéndose encontrado trayectorias de hasta 30 cm. Se sabe que una sola vara puede abrir hasta 7,4 trayectorias diferentes.

Se reconoce que las puyas provocan fracturas de apófisis espinosas y transversas de vértebras, fracturas de costillas, y de sus cartílagos de prolongación, y que pueden perforar la pleura y el pulmón, dando lugar a neumotorax. Del mismo modo son inevitables las lesiones de la médula espinal, las hemorragias en el canal medular, y la lesión de nervios tan importantes como el plexo braquial (que se ocupa de la inervación de las extremidades anteriores), y de las ramas dorsales de los nervios espinales que se encuentran paralelos a la médula.

Las pérdidas de sangre que sufre un toro en la suerte de varas son algo contradictorias, oscilando entre el 8 y el 18% de su volumen sanguíneo. Un toro de 550 kilos perdería entre 3 y 7 litros de sangre tras los puyazos.

Las banderillas, que se clavan en número de seis, llevan en su extremo un arpón de acero cortante y punzante, que en su parte visible será de una longitud de 4-6 cm. Desgarran muchas de las estructuras anatómicas lesionadas con anterioridad por las puyas, y producen lesiones en unos 10 cm alrededor de donde han sido insertadas, aumentando la pérdida de sangre en el animal.

El estoque, una espada curvada de 80 cm de largo, debería lesionar o secciónar los grandes vasos que asientan en la cavidad torácica, es decir, la vena cava caudal y la arteria aorta posterior.

Lo que sucede con más frecuencia es que el estoque lesiona cordones nerviosos laterales a la médula, lo que provoca la desconexión de todo el aparato motor de la caja torácica, lo que añadido a la gran lesión del pulmón derecho, da lugar a una dramática dificultad respiratoria. La sangre pasa del pulmón a los bronquios, de allí llega a la traquea, y sale al exterior por la boca y la nariz.

En otras ocasiones se atraviesa el diafragma, lo que va a producir una parálisis por lesión del nervio frénico; la lesión del nervio frénico puede determinar compromiso de la función diafragmática con insuficiencia respiratoria.
Se dan casos en que las estocadas son tan traseras que pueden llegar a penetrar en el hígado y la panza.
El descabello se realiza con una espada similar al estoque, pero que lleva un tope de 10 cm. Su misión es lesionar y seccionar la médula espinal entre la 1ª y 2ª vértebra cervical.

La puntilla se le da al toro con un cuchillo de 10 cm de hoja, que una vez introducido en el espacio occipito-atlantoideo secciona el bulbo raquídeo, provocando la parálisis general del animal con disminución de la presión arterial. Los movimientos respiratorios se van paralizando y la sangre circulante, cargada de CO2, produce hipoxia en el encéfalo. Se dice que provoca la muerte instantánea del toro, pero no es cierto, ya que va a dar lugar a la la muerte por asfixia.

Algunos animales presentan durante algún tiempo después reflejos que son compatibles con la vida. La puntilla está prohibida en todos los mataderos de la UE por considerarse un método cruel de dar muerte a un animal.



RAZONES PARA ABOLIR LA TAUROMAQUIA: POR QUÉ EL TORO SI SUFRE


INFORME TÉCNICO VETERINARIO SOBRE LAS CORRIDAS: POR QUÉ EL TORO SI SUFRE.

POR QUÉ EL TORO NO SUFRE, ¿POR QUÉ?

POR QUÉ EL TORO SÍ SUFRE

de José Enrique Zaldivar Laguía
Veterinario
Colegiado en el Ilustre Colegio de Veterinarios de Madrid

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Cultura, tradições e costumes.

... Como tal fala-se em tourada.


Vamos debater então, já que é uma questão de argumentação.
Em certos países do mundo árabe é permite uma pena de forma a não por em causa os ideiais culturais e civilizacionais daquele povo, que é a Sharia, isto é, punir tanto mulheres como homens adúlteros e homossexuais através do apedrejamento.

É cultura, é tradição.


Actualmente, a circuncisão masculina ainda é praticada como ritual religioso e também social por vários povos, como judeus e muçulmanos. Consideram um acto que faz parte da sua cultura religiosa.

É cultura, é tradição.


A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF), termo que descreve esse ato com maior exactidão, é vulgarmente conhecida por excisão feminina ou Circuncisão Feminina. É uma prática realizada em vários países principalmente da África, e da Ásia, que consiste na amputação do clítoris da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o ato sexual. A sua prática acarreta sérios riscos de saúde para a mulher, e é muito dolorosa, por vezes de forma permanente. A UNICEF revelou que três milhões de raparigas em África e no Médio Oriente são sujeitas a mutilação genital todos os anos.

É Cultura, é tradição.

Uma tradição na Índia, com mais de quinhentos anos, diz que os bebés devem ser lançados de grandes alturas para terem sorte e uma vida saudável. Devotos pais muçulmanos e hindus reúnem-se em Solapur, na província de Maharastra, para a cerimónia: atiram as crianças do cimo de uma torre, a uma altura de mais de dez metros. Como reagem? Naturalmente. O ritual, acreditam, fortalece as crianças, que caem sobre um pano branco esticado, próximo do solo, e que parece uma cama elástica. Mas conheço pessoas adultas que não se arriscariam a fazer o mesmo. Alguém perguntou aos bebés se eles queriam participar?

É cultura, é tradição.


Em Nabatiye, grupos de jovens desfilavam em frente à multidão cobertos de sangue e com as palmas batiam contra a cabeça gritando "Ali". Alguns seguravam espadas, outras navalhas. Quando sentiam que o sangramento parava, cortavam as suas testas um pouco mais. Sangrar, para eles, era um sinal de respeito. O problema é que alguns pais se encarregam de cortar seus bebés. Alguém em sã consciência acha que um bebé aprovaria tal brutalidade?

É cultura, é tradição.

Infanticídio entre indígenas. Se os outros rituais causam dor, este causa a morte. Pela tradição, muitas tribos indígenas enterram crianças vivas. Pesquisadores já detectaram a prática do infanticídio em pelo menos 13 etnias, como os ianomâmis, os apirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás, a tribo de Amalé e Kamiru, matam entre 20 e 30 por ano. Os motivos para o infanticídio variam de tribo para tribo, assim como variam os métodos usados para matar as crianças. Além dos filhos de mães solteiras, também são condenados à morte os recém-nascidos portadores de deficiências físicas ou mentais.

É cultura, é tradição.

Aqui torturar e matar animais de forma cobarde (sim, porque o único bravo é mesmo o touro, os outros até fogem e vão armados), só pelo belo prazer e interesse de alguns indivíduos, também acham que é cultura, é tradição.
Espero muito sinceramente que o Sr. José Carlos Abrantes, Provedor do Telespectador da RTP, tenha uma palavra séria a dizer sobre isto. Aguardamos.

por  Helder Silva

É Falso que o Espectáculo Seja Cruel! O Aficionado é Sensível ao Drama…! Mais Aberrações da “Prótoiro”

É igualmente falso que o espectáculo seja cruel, sendo que a crueldade supõe o prazer que se retira do sofrimento de uma vítima”. (“Parecer” da “Prótoiro”)

Crueldade: desumanidade, barbaridade.


Prazer: deleite, alegria, divertimento.


Vítima: alguém que morre num ritual, alguém que é sacrificado aos interesses de outrém.


Assim sendo, uma tourada é um espectáculo desumano, bárbaro, que supõe o deleite de todos os intervenientes e implica a morte de um animal que é sacrificado aos interesses de outrém, neste caso aos interesses de todos que lucram e fazem dela, tourada, um negócio.

Ora, o aficionado é certamente sensível ao drama do toiro, mas não vê nele uma vítima de sevícias”. (“Parecer” da “Prótoiro”)

Sensível: Compassivo.


Sevícias: castigo corporal, maus – tratos.


O aficionado, é uma pessoa compassiva? Se tal fosse verdade, não defenderia a continuidade deste espectáculo. Antes pelo contrário seria o primeiro a querer a sua abolição.


Sevícias, maus-tratos, castigos corporais, tal como espetar farpas, bandarilhas, etc. Se os aficionados não conseguem olhar para um touro cravejado com estes instrumentos de tortura e ver nele uma vítima de sevícias, então é caso para perguntar se o que vêem é uma vítima de carícias!!!!

Vê-o como um combatente perigoso, muitas vezes heróico – mesmo que ele seja quase sempre vencido”. (“Parecer” da “Prótoiro”)

Não é quase sempre vencido, é sempre vencido e para provar o combatente perigoso que o touro é, vejam-se estas fotos:

Num mundo perfeito, V.Exas., estariam neste momento numa instituição psiquiátrica.

in Prótouro
Pelos touros em liberdade

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Acabemos com a tourada em Portugal

Num mundo que vive de noções deturpadas, vejo muita gente a defender matérias como se tivessem uma perfeita definição do que é arte e principalmente como se achassem donos e senhores da definição de 'cultura'. A prova disso mesmo é a ignóbil convicção - num certo cultivo grotesco de uma profunda ignorância - de que o prazer na tourada não é consequência da tortura e do sofrimento de um animal inocente, isto é o touro entra na arena porque é seu destino ser toureado. Não é necessário salientar a indigência de semelhante... não lhe vou chamar raciocínio, mas absurda dedução... A «lógica» pseudo-moralista desta maralha é a mesma das beatas que passam horas infindáveis em oração por si próprias. Ou a dos doentes mentais que passam horas a puxar o brilho ao pelo dos cavalos numa mostra doentia de um afecto que terminará um dia pelos transformar em base de mesas depois de serem feridos de morte, mas que no entanto não são capazes de se levantar para afagar o bebé que chora a meio da noite, pois isso não é coisa de macho e a mulher que o faça. Que dizer de quem acha que o sentimento que se pode ter por um animal, o prazer de partilhar momentos de alegria e a angústia de uma correria para o veterinário, não passam de modas? Tudo não passa de um sentimento menor, ressabiado, de uma pequenez sem sentido e de um profundo sentimento de frustração perante a vida e a sociedade que os envolve. Partir do princípio de que o homem é o único que pode ter direitos e de que o direito é uma realidade cultural, é a mais profunda demonstração de uma falácia ignorante e desprovida de qualquer sentido.

O homem, como ser sapiente, tem a obrigação moral de defender os animais e essa defesa é o exponencial moral da condição humana, jamais sendo uma degradação da sua humanidade. Rotular os movimentos anti-taurinos como uma tendência social de origem urbana, é não compreender o mundo rural e uma tentativa de conflitualidade entre dois «mundos». Note-se a utilização do termo virilidade como uma justificação do meio pró-tourada como que o confronto entre o animal e a besta (e a besta não é o touro), viesse provar a superioridade do homem. As próprias justificações pró-taurinas são a imagem reflectida de um pensamento que se quer erradicado de uma sociedade evoluída. O meio rural não é, sendo-o só na tacanha visão de uma mente doentia, um mundo violento e pouco higiénico, e tão pouco um mundo onde a aceitação da tourada é plena. É a eterna dicotomia aldeia versus cidade sem nunca terem a noção de que "aldeia sempre foi sinónimo de isolamento e conformismo, de mesquinhez, aborrecimento e mexerico." Esta só o é porque se acha conveniente manter um povo ignorante e estúpido, pois um povo que não questiona é um povo e uma sociedade submissa e permissível à violência das touradas.

por Rui Barbosa

Portugal já foi um País Sem Touradas

No ano de 1836, Passos Manuel, ministro do reinado de D. Maria, promulgou um Decreto no qual proibia as touradas em todo o país (Diário do Governo nº229, de 1836):



“Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas, bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de hora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros”.


A 1 de Novembro de 1567, o Papa Pio V publicou a bula “De salute gregis dominici”, ainda em vigor:

“(…) Nós, considerando que estes espectáculos que incluem touros e feras no circo na praça pública não têm nada a ver com piedade e a caridade cristã, e querendo abolir estes vergonhosos e sangrentos espectáculos, (…) proibimos terminantemente por esta nossa constituição (…) a celebração deste espectáculos(…)”

A 15 de Outubro de 1978, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
Artigo 10º:

“Nenhum animal deve ser explorado para entretenimento do homem. As exibições de animais e os espectáculos que se sirvam de animais, são incompatíveis com a dignidade do animal.”

Ao fazer do sofrimento de um animal um meio de diversão, o Ser Humano está a propagar e banalizar a violência gratuita como forma de ser e estar na sociedade. De geração em geração, o sofrimento alheio banaliza-se no inconsciente colectivo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Touradas, vistas por adolescentes.

"Quando há uma tourada na TV não costumo assistir porque mete-me muita pena ver o touro a morrer.
No entanto também me mete muita raiva, porque por vezes os toureiros matam o touro só por divertimento. Aí o que me apetece é saltar do sofá, entrar pela TV dentro e em vez de matar o touro matar o toureiro.
Se eu fosse Presidente da República de Portugal a primeira coisa que eu fazia era proibir as touradas em Portugal .
Também apoio um protesto que ouve em Pamplona – Espanha, que foi quase todas as pessoas daquela cidade desfilaram todos nus e sobre o seu corpo nu lia-se: deixai morrer o touro em paz.
É tudo o que eu acho sobre as touradas."
Catarina


"Eu acho que as touradas não deviam existir, pois é uma coisa absurda e só faz sofrer o animal.
Nunca pensei em ser toureira e não sei como é que os toureiros têm a coragem de fazer tal barbaridade. Se os toureiros tivessem consciência veriam que são pessoas muito injustas e agressivas para com o touro.
Quando eu era bem pequena pensava que os touros eram maus, então era por isso que existiam as touradas mas agora sei que o touro é um animal muito indefeso nas mãos do homem.
Às vezes passo por um canal da TV onde está a dar touradas e logo me caí uma lágrima, mudo de canal e penso :
Como devem estar a sofrer aqueles animais.
Apesar de não gostar de nada nas touradas, a parte que eu menos gosto é quando os toureiros espetam as espadas e as bandarilhas no lombo do touro.
E é isto tudo que eu acho sobre as touradas"
Telma


Em primeiro lugar, por mim as touradas podiam nem existir.
Na minha opinião as touradas são um desporto muito estúpido porque nenhum toureiro gostaria de ser massacrado como o touro é. Quando vejo as touradas pela TV mudo logo de canal, porque sei que me mete nojo A primeira vez em que vi touradas achei uma diversão porque ainda não tinha consciência, pois era muito nova para entender o mal que o toureiro fazia ao touro, mas agora já ando a estudar e por isso já entendo muito bem o que se passa em cada tourada.
Eu não entendo porque é que muitos dos portugueses gostam de fazer mal ao touro por divertimento, por fama. Também não entendo porque é que inventaram este tipo de divertimento, que passados alguns anos se tornou numa violência para com o touro.
A parte que eu menos gosto numa tourada, apesar de não gostar de nada, são as forcadas, que é quando o Homem atrai o touro para lhe fazer mal e empoleira-se nos chifres e...
Natacha

Protesto contra as touradas - Deixai os touros morrer em paz
Em sinal de protesto contra os maus tratos dados aos animais, os activistas na sua maioria portugueses, norte americanos, espanhóis, entre outros países da Europa – decidiram manifestar-se na véspera de início de San Fermin .
A "acção" organizada pela maior associação de defesa de protecção dos animais do mundo , a norte americana "Peta" visa contestar, pela primeira vez, no local, um espectáculo tauromáquico em Espanha.
O protesto durou cerca de dez minutos e foi tanto aplaudido como assobiado por numerosos pamploneses (Pamplona) que assistiram a esta iniciativa ecologista .
A associação "ANIMAL", foi a única organização portuguesa de defesa dos direitos dos animais que aderiu à iniciativa. Seis organizadores desta associação deslocaram-se de Portugal para participar no protesto, que seguiu o percurso que os animais farão na tradicional largada.
Todos os anos, dezenas de pessoas ficam feridas e algumas morrem durante estas largadas de touros.
Deram também corpo ao protesto manifestantes vindos da Alemanha, Áustria e Canadá. Sobre o seu corpo nu lia-se a frase:
"Deixai os touros morrer em paz"


Movimento anti-touradas de Portugal
Nós entendemos que o Homem não tem o direito de massacrar um animal por uma razão absurda e só por divertimento.
Mesmo que estes direitos não fossem reconhecidos por alguém, o respeito pelos animais deve ser cumprido, porque tal como nós também têm o direito de viver.
Se deixarmos que estas pessoas torturem os touros por tão simples espectáculos dessa tortura retira a humanidade às pessoas e cria uma sociedade agressiva.
A agressividade que provoca os espectadores de touradas, o facto de massacrar o touro não acaba na praça e tem como resultado a desvalorização da vida.

As touradas têm que acabar pois não passam de espectáculo de violência e sofrimento feitas pelo Homem sobre um animal.


Touradas à corda
Há na ilha Terceira duas espécies de touradas: as de praça e as de corda. As primeiras são iguais ás Touradas Portuguesas; as segundas, o touro corre pela estrada preso pelo pescoço a uma corda de 80 m de comprimento, na extremidade, normalmente há 6 Homens que a seguram fazendo-o parar quando for preciso.
O número de touros corridos é de 4 e a duração de tempo para cada um é de 30 minutos. Do segundo para o terceiro touro, há um intervalo de 30 minutos e de touro para touro, há um intervalo de 15 minutos. As touradas começam às 4 da tarde e acabam ao por do sol.
As touradas de fama, onde são corridos os touros escolhidos a capricho das melhores criações da ilha. Dá-se o nome de Arraial ao lugar destinado para a tourada. A área é curta, pois em poucos casos excede 500m lineares e tem de ser assim para não cansar muito o touro.
Um foguete atirado do Touril, anuncia que vai começar a tourada. Depois de amarrado o touro, à corda sai por uma fresta do caixão e os Homens da bolça, começam a estende-la para um dos lados do arraial em todo o seu cumprimento. Pouco depois um foguete anuncia que vai sair o touro. Toda a gente se dispersa atabalhoadamente encontrando-se, empurrando-se caindo uns em cima dos outros. Uns trepam pelos buracos das paredes de pedra solta procurando lugar no cimo delas; outros sobem muros, outros refugiam-se nas vendas, nos cafés ou na maior parte procuram externos do Arraial. Apenas alguns rapazes já grandes se deixam ficar no caminho, à certa distancia do Touril para verem mais de perto a saída do touro e poderem capetá-lo.
Então abre-se a porta do caixão e um grande barulho anuncia a saída do touro, que, numa correria veloz leva à sua frente toda a gente que se encontra no caminho, fazendo igualmente deslocar-se numa fuga desordenada, na extremidade do Arraial se dispunham a ver a tourada ao longe. O touro pára em volta e faz-se o terreiro, onde apenas um ou outro mais rápido se atreve a passar correndo em frente do touro arremendo o toureiro pelintra; mas precisamente quando o touro se dispõe a arremeter, logo outro, abanando um casaco o distrai da primeira arremetida e assim por algumas vezes até que o touro toma a querença. A expectativa é geral.
Os pastores do meio da corda tentam puxar o touro, que já não obedece aos acenos que o provocam.
Então o pastor do meio da corda, cheio de ver "acanalhar o touro," tenta pôr a corda sobre o lombo do touro e esticando-a atira-lhe uma chicotada, e logo o desperta. O touro desperta pela chicotada arremete furioso e lança-se sobre a multidão enquanto que a corda desenrolando-se e esticando-se pela violência da corrida, atira com uns tantos incautos de encontro à parede ou ao chão em quedas espectaculares e extremamente ridículas. Na frente não se contava com a corda, nem com aquele arranque feito pelo touro. Homens atrevidos correm para o touro, pegam-lhe de cerneira e conseguem tirar a pessoa dos cornos do touro, enquanto que as pessoas se agarram ao rabo e á cabeça da corda para não o deixarem arremeter.
Uns saltam para fora, outros inadvertidamente para o cerrado onde o touro, em campo largo, arremete furiosamente contra tudo e todos, até que dali para fora de o puxarem pela corda. Novamente no arraial continuam as peripécias e assim continua o touro a sua odisseia, até chegar a hora de o meterem novamente no Touril. Um "foguetão" anuncia a recolha do cornúpeto, enquanto cá fora, no Arraial o povo falando sobre as peripécias da corrida dizem:
"É um bicho de respeito"!

Qual respeito!


Fonte: site Prof2000.pt (alunos do secundário)

domingo, 29 de julho de 2012

"Carta de um humano - Touradas???"

Os homens e mulheres não são entidades estáticas, mas sim seres que têm em si a capacidade de fazer melhor, portanto de serem perfectíveis. Assim, se considerarmos que são susceptíveis de se aperfeiçoarem, isso implica que têm a capacidade de abandonarem modelos que deixaram de representar os valores entendidos como correctos à luz de um dado patamar ético e, consequentemente, estabelecerem novos paradigmas que lhes permitam orientar as vivências de modo mais consentâneo. Assim, movimento, interacção e evanescência surgem como molas propulsoras da Vida em permanente devir.
Ao longo dos tempos, as culturas deixaram sempre aflorar, aqui e ali, os altos valores dos saberes que se constituem ainda hoje como farol para uma prática fraterna entre todos os seres sencientes, onde naturalmente se incluem os humanos, e onde todos, necessariamente, têm um lugar e um papel a desempenhar. A Natureza só é feliz quando todos os seus elementos vivem em equilíbrio dinâmico consoante o patamar de consciência de cada um! E esta consciência – por exemplo, a capacidade de reflectir e meditar sobre as ocorrências e actos praticados – se mais apurada, mais subtil e profunda, tanto mais responsável deverá ser.

A questão que aqui se coloca é, pois, bastante simples. Se aceitarmos que os actos praticados, ditos e pensados têm consequências, que papel queremos desempenhar nesta dinâmica inter-relacional e, por maioria de razão, que herança deixaremos às gerações vindouras? No caso dos seres “animais”, desejaremos conscientemente continuar a retirar prazer a expensas do seu sofrimento, numa espécie de orgia selvagem que não olha a meios para atingir os fins, mesmo que isso implique dor e tormentos continuados? É essa a representação de Homem que queremos continuar a sustentar e/ou permitir?

Porque os valores mudam, as culturas necessariamente reflectem estas mesmas mudanças! Afirmarmos que algo faz parte de um alegado “património” e que portanto se deve eternizar, mesmo que isso comporte o perpetuar de valores já inaceitáveis, é não só recusar o óbvio como também tentar afirmar um imobilismo pantanoso na vã pretensão de aprisionar o grande rio da vida. É também recusar crescer interiormente, é voltar as costas ao horizonte desenhado pela solidariedade e pela fraternidade que devemos a nós próprios e a todos os outros seres que, juntamente connosco, compõem esta grande Sinfonia da Natureza! Aquilo que alguns apelidam de “animais”, esses meros objectos, simples “coisas” de quem se alega ter o direito de dispor a seu belo prazer na prossecução de interesses egoistamente medíocres, é já hoje uma abordagem que a maioria não sustenta, que já não entende como aceitável!

A grande comunidade de Portugueses a que chamo Portugal, perdoem se me engano, tem ao longo do tempo dado evidentes sinais ao mundo de possuir um fundo afectuoso e uma intenção de pouco pactuar com interesses mesquinhos, mostrando desde sempre ser mais inclinada para o sorriso hospitaleiro do que para o exercício do uso do gume da espada! Não será afinal esse o “fundo” Português que subjaz à manta genética que nos surge aos sentidos? Como “rosto da Europa”, como farol que mostrou novas terras ao mundo e por tantas outras razões que não cabe aqui mencionar, é hora de reafirmarmos mais uma vez a nossa força de mudança alicerçada por essa “alma” temperada pela força da esteva e pelo sussurro do mar no seu eterno movimento cíclico e que sempre nos convida a mais uma viagem.

As “touradas” são a degradante imagem que certos defuntos protelados querem perpetuar, a vergonha da nossa cara enquanto homens e mulheres cidadãos dos «mundos a haver»! Não deveremos mais permitir que a imagem desta terra luxitanea, deste porto sagrado do graal, se deixe manchar pela incúria e passividade, pelo comodismo e pela recusa de vivenciar um modelo holístico, abarcante e fraterno! Há tempo para pensar, há tempo para agir! Hoje, na velocidade estonteante deste mundo tido como complexo, a sabedoria mostra a verdade do que é simples mas não simplório. Avancemos para pensar, pare-se para verdadeiramente agir! Na simples decisão de uma recusa firme, que jamais possa dar continuidade ao vil proceder, está a força calma do sorriso que simplesmente diz não.

Portugal é pequeno para os curtos de vista, para os de coração empedernido, nunca para aqueles que o vivem como terra prática de sonho e utopia, onde a planura alentejana e as serranias para lá do Marão, o quente Algarve, o doce Minho e as saudosas Beiras, as cálidas terras estremenhas tão perto desse Riba+Tejo, são evidências de diversidade a que subjaz a unidade desse “ser” Português do/no Mundo!

Touradas??? Decididamente, não!!!

António E. R. Faria

sábado, 28 de julho de 2012

O Touro e a Tauromaquia em Portugal

Com tanta informação e movimentos pró e anti touradas o que poderá justificar o redigir de mais um conjunto de artigos sobre o assunto?


Apesar de existir muita informação na Internet, para quem investigue o assunto a fundo, o autor dos textos que se seguem achou que existe uma dispersão muito grande de informação com tendência para a parcialidade exagerada.


O que muitas vezes salta à vista é que não há um esforço de compreensão dos pontos de vista opostos partindo-se para o deboche, radicalismo ou desvalorização dos argumentos do outro lado da barricada. Será que conhecemos todos os argumentos das partes em confronto?


Por outro lado fala-se muito do acto da tourada em si mas e do Touro? O que realmente conhecemos do Touro? Este foi o ponto por onde decidiu começar porque tem a noção de que a maioria das pessoas não conhece o Touro para além da imagem passada por filmes e Touradas.


E assim surgiu a ideia de redigir este dossier que resume ao máximo a imensidão de informação encontrada, e devidamente referenciada, para que rapidamente se possa ter uma visão global de tudo o que envolve esta luta pró vs anti tourada.


Foi tentada a todo o momento a imparcialidade nos textos redigidos apresentando-se factos tais como são. Claro que em alguns trechos surgem alguns apontamentos de opinião, o que é inevitável tendo em conta que no assunto abordado o autor é claramente anti-tourada.


O objectivo deste dossier é o de levar os seus leitores a tomarem ou firmarem a sua posição sobre a Tauromaquia, e em particular a tourada.


Como é importante para enquadramento e para a própria interpretação dos textos fica aqui uma pequena apresentação do autor. Os artigos foram redigidos por Nuno Faria, nascido em 1977, tornado vegetariano em 1997 por convicção própria porque ser defensor dos animais implica a não abertura de excepções mesmo quando por razões alimentares impostas culturalmente. Informático de profissão é o criador do PortugalZoofilo.net em 2005 que procura apoiar a organização de associações de animais abandonados. Acredita que as mudanças devem acontecer organicamente e não ser impostas através de confrontação ou condicionamento. Informar, questionar, levar ao pensamento e a conclusões próprias e individuais são o caminho para a transformação pessoal, local e global.




Conhecer o Touro


No meio da acesa discussão anti e pró tourada muitas vezes centra-se a argumentação em aspectos éticos, políticos, culturais, económicos e sociais esquecendo-se a devida apresentação daquele que deve ser o verdadeiro objecto da discussão: o Touro


O que realmente sabemos sobre os Touros para além de serem um animal possante, de grande envergadura, macho do gado doméstico e utilizado em actividades Tauromáquicas? Quando ouvimos ou pronunciamos a palavra Touro o que mais nos vem à ideia? Um Touro pastando tranquilamente num prado, no seu habitat natural, ou um Touro com uma pose agressiva em combate dentro de uma arena? O mais provavel é que lhe ocorra esta última pois é essa a imagem mais passada nos orgãos sociais onde a palavra Touro está intimamente ligada à Tourada. Se lhe pedirem um sinónimo de Touro provavelmente na maior parte das vezes Besta Negra será dito primeiro do que Boi.


Com este artigo procuro desfazer esta imagem construída pelo marketing da Tauromaquia e fazer um resumo das principais características dos Touros.


Espero que no minímo contenha curiosidades de que não fazia ideia e o faça rever os seus conhecimentos sobre este animal tão mal conhecido pela sociedade.


Aurochs - O Antepassado Comum


Os Grandes Aurochs
Todas as raças, ou sub-especies, de Touros descendem do Auroch, um bovino gigantesco com uma altura de ombros de 2 metros e peso na ordem da tonelada (à esquerda é representado pelo touro a branco comparativamente com um touro contemporâneo e um humano) .


Os Aurochs desenvolveram-se na India há cerca de 2 Milhões de anos, chegaram à Europa há 250 000 anos, e extinguiram-se em 1627.


Grande contributo para a sua extinção foi o facto de devido ao seu porte e capacidade de defesa se ter tornado um alvo popular de desafios de caça. Alvo da caça e considerado concorrente ao gado doméstico não foi capaz de resistir até aos dias de hoje.


A partir desta espécie derivaram muitas outras, como o gado domesticado a surgir há cerca de 8 000 anos. Todas elas têm um porte bastante inferior ao Auroch.


O Touro de Hoje
Touro Adulto




  • Bos Taurus é o nome científico deste mamífero com dieta herbívora.
  • Altura de 1,5 metros.
  • Comprimento de 1,5 a 1,8 metros.
  • Peso típico de 500 Kg a 900 kg (dependendo da subespécie). Mas o recorde de peso de um Touro é de 1 750 kg.
  • Têm aproximadamente 38 litros de sangue no corpo.
  • Velocidade máxima atingida de 40 Km/h.
  • Têm um período de gestação de 9 meses com uma a duas crias. Protegem a sua prole com bravura e fúria cega.
  • Longevidade de 15 a 25 anos, atingindo o seu tamanho máximo com a idade de 2 a 3 anos. A maturidade completa é atingida aos 4 a 5 anos.
  • O registo do bovino a viver com mais idade foi de 49 anos!
  • Vivem em manadas de 40 a 50 elementos com uma hierarquia social bem demarcada existindo um Touro que é o macho dominante.
  • Têm um couro grosso e rijo.
  • Têm um complexo aparelho digestivo com um estômago segmentado em 4 compartimentos que permitem gerar enzimas capazes de digerir substâncias impossíveis de digerir por outros animais.
  • Têm um ângulo de visão de quase 360º e são daltónicos.
  • Conseguem cheirar odores a mais de 8 km de distância.
  • Ouvem frequências mais baixas e mais altas que os humanos.
  • Mastigam na ordem das 50x por minuto atingindo os 400 000 movimentos de mandíbula por dia.
  • Devido à anatomia dos seus joelhos são capazes de subir escadas mas não de as descer.
  • Um animal de 1 tonelada produz 10 toneladas de estrume por ano.
  • Os seus predadores são o homem, os lobos e os ursos.
  • Estima-se que existam no mundo mais de 1.3 biliões de cabeças de gado. Uma pequena parte ainda em estado selvagem.
  • Estima-se que 18% dos gases emitidos que provocam efeito de estufa tenham origem na flatulência e arrotos do gado mundial.
  • Já têm o seu genoma mapeado. Têm 22 000 genes. 80% dos quais partilhados com os humanos. 1 000 partilhados com cães e roedores.
  • Em Portugal praticamente desapareceram as antigas raças de Touro bravos indígenas. Os que hoje pastam nos nossos campos são maioritariamente descendência da casta Andaluza de Vista Hermosa.
  • No passado um Touro era lidado aos 5 anos, idade em que era considerado estar no expoente máximo das suas faculdades: potência, inteligência e resistência. Hoje são-no aos 3 anos, idade em que já atingiram a sua máxima envergadura mas não o pleno da sua maturidade.
  • Com um ano de idade são marcados com ferros em brasa.
  • Com 2 anos as vacas bravas são submetidas ao exame da tenta que procura aferir o grau da sua predisposição e habilidade para a luta. É picada e lidada a cavalo e a pé para provocar reacções em resposta às agressões. As que consideram mais bravas são enviadas para os prados para se reproduzirem as outras seguem para a indústria da carne.
  • Dezenas de milhares de Touros são mortos anualmente em todo o mundo em actividades Tauromáquicas.
  • Existe um Signo do Zodíaco e uma Constelação de Estrelas com o nome Touro.




O Comportamento do Touro


Os ganadeiros e toureiros têm um grande conhecimento sobre o Touro, que é a base da sua actividade, pelo que as descrições mais detalhadas e empíricas sobre Touros são feitas exactamente por agentes da Tauromaquia. Surpreendentemente as suas descrições chegam a ser quase poéticas e com tal nível de detalhe e paixão pelo animal que duvidamos que quem fala assim do Touro possa depois executar e apreciar a sua lide. A título de exemplo veja-se este excerto do ABC da Tauromaquia de El Terrible Pérez onde são reconhecidas várias características ao comportamento/psicologia do Touro que automaticamente o catalogam como um ser senciente completamente consciente do mundo ao seu redor.


Ao contrário do que se pensa, na zoologia o Touro é considerado um animal cobarde, indisposto para a resolução de conflito através da luta. A sua defesa é a fuga sempre que esta lhe seja permitida. Apenas reagem com uma violência e fúria cega em duas situações: 1) para defenderem a sua prole; 2) quando encurralados e agem violentamente como mecanismo de defesa.


A memória dos Touros é sobejamente reconhecida como sendo capaz de recordar eventos que tenham ocorrido há anos. De tal forma que uma das regras da criação de um Touro bravo é a de jamais o castigar com qualquer um dos castigos que lhe serão infligidos no futuro numa arena. Isto porque se o fossem uma única vez deixariam de ter a bravura que demonstram ao reconhecer os instrumentos de tortura usados na lide.


Aliado à sua memória o Touro tem uma alta capacidade de aprendizagem. É por isso que na Tauromaquia proibem, ou desaconselham, que um Touro seja lidado mais do que uma vez. Porque também aprende com as acções dos toureiros o que pode levá-lo a desenvolver ao longo do tempo novas estratégias e movimentos para conseguir colher com sucesso o toureiro. Ou seja pode tornar-se imprevisível para os homens que o lidam.


Em termos de linguagem o Touro tem chamamentos diferentes para exprimir o desejo por uma fêmea, emitir ou responder a um pedido de socorro e preparar-se para a luta.


É muito sensível às temperaturas extremas e procura abrigar-se do frio e chuva bem como do calor para se colocar mais confortável e protegido.


Um Touro revela também simpatia, antipatia ou mesmo empatia. Existem várias histórias de Touros bravos que no seu ambiente natural permitem a aproximação e o toque por parte de crianças. E quando encontra locais aprazíveis deixa-se por aí ficar. Uma história muito conhecida é a do Touro "Gallego" de D. Florentino Sottomayor que foi lidado na praça de Madrid matando um toureiro. Dias antes esse Touro cruzou-se com outro toureiro, a Cavalo, junto a um bebedouro na zona onde era criado. Touro e Cavalo iam competir pelo mesmo bebedouro. O cavaleiro estava receoso do que poderia ocorrer. E eis que o Touro cede passagem ao Cavalo para que este se saciasse primeiro após o que ele próprio foi beber com um ar de satisfação. Dias depois, na arena, esse Touro manso matou.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Pró-Taurinos vs Anti-Taurinos

Após a informação exposta nos artigos anteriores, deste dossier, temos agora enquadramento suficiente para perceber e participar na discussão entre os apoiantes e os detractores das touradas. Abaixo são explorados os principais argumentos utilizados para a defesa e para a proibição das touradas.

A Tradição
 Pró-Touradas
Anti-Touradas
  • São uma tradição enraizada por milénios de relação entre o homem e o Touro e afirmadas como um espectáculo cultural e popular há séculos.
  • Tem uma carga cénica e uma estética deslumbrante que permitem construir uma bonita festa.
Apesar do seu valor histórico as tradições devem acompanhar os tempos e adaptar-se, ou mesmo extinguirem-se, à medida que a humanidade evolui. Os direitos dos animais são cada vez mais um dos pilares de uma consciência ética e justa. O Touro não pode e não deve ter um regime de excepção na garantia desses direitos.
Durante 500 anos a escravatura foi uma tradição e costume.
A emancipação das mulheres foi feita através de uma longa e desigual luta que conseguiu pôr fim a uma supremacia masculina em termos de direitos e exercício de cargos ou profissões.
As execuções em praça pública foram comuns durante séculos.
Este são apenas três exemplos de antigas tradições milenares ou seculares que naturalmente chegaram ao fim. Porque era o correcto e não porque toda a sociedade concordasse com o seu fim.
O que se deve sobrepôr? O perpetuar de uma tradição ou o respeitar do bem-estar humano e animal?
Conhecer e Preservar o Touro
 Pró-Touradas
Anti-Tourada
Os profissionais do mundo tauromáquico, e mesmo os afficionados em geral, são os verdadeiros conhecedores e amantes dos Touros.
Convivem com os Touros em todo os ciclos da sua vida, conhecem-nos como ninguém, seja em aspectos biológicos, seja em aspectos psicológicos e/ou comportamentais.
Sim, é verdade que quem lida com eles diariamente terá a aptidão natural de melhor os conhecer. Não é por acaso que das mais detalhadas e apaixonantes descrições sobre Touros sejam feitas por pessoas ligadas à Tauromaquia, com claro conhecimento de causa.
No entanto é de estranhar que tanta admiração e amor ao animal culminem no aceitar do seu sacríficio num espectáculo baseado no infligir de stress e dor ao Touro.
Quem de perto lida com os Touros sabe que aquele não é o seu ambiente, que investe porque não tem para onde fugir, que sente cada um dos castigos que lhe são fustigados e que tivera o Touro livre escolha e não estaria ali naquela confrontação desigual.
Sabe também quem os cria que um Touro pode viver dezenas de anos, no entanto entrega-o para as lides quando perfazem apenas 3 anos. Privar um Touro de viver as restantes décadas são demonstração de amor, apreço e respeito?
A luta entre homem e Touro na arena é uma luta justa. É o culminar de uma vida de bem-estar em liberdade podendo o Touro salvar a sua vida com um indulto sendo devolvido aos prados.Quanto á luta justa existem dados estatísticos em Espanha que dizem que desde 1771 foram mortos 445 ´artistas´ das lides Tauromáquicas (apenas 65 toureiros) e que desde 1950 foram alvo de indulto apenas 7 Touros. Estranho sentido de justiça aplicada aos centenas de milhares de Touros mortos desde 1771 ou estará a balança avariada? E que dizer do facto de 80% dos Touros indultados morrerem no dia seguinte ao da lide?
Muitos dos que gritam pelo fim das Touradas não fazem o ideia do que é um Touro e do que lhe dá ganas de viver.

O Touro anseia pela confrontação e sente-se confortável na luta. É um animal agressivo que sente prazer na lide.
Não bastará reconhecer que o conceito de forçar um animal a defender-se, de o sangrar na arena e de o ver sofrer são vis, sádicos e macabros?
Precisaremos de conhecer um animal para assumir que não terá ganas de querer sofrer e morrer? 
Muitos dos que gritam a favor das touradas não deixam que os aficionados façam ideia do que é e do que sente um Touro enfabulando e mistificando o conhecimento público sobre os Touros.
Em artigos deste dossier já foi feita a informação sobre o comportamento normal de um Touro que é completamente antagónico ao que o mundo Taurino quer fazer passar.
Sem a Tauromaquia o Touro seria extinto. É uma raça sem interesse comercial para outras actividades onde existem raças mais produtivas.
A Tauromaquia é também uma actividade que preserva milhares de hectares de montado com sistemas de produções de bovinos dos mais sustentátveis e com maior bem-estar animal em todo o mundo.
Com efeito, em três ou quatro anos de vida do touro, este apenas sofre cerca de 30 minutos, o tempo que dura a lide. O resto do tempo, não há animal que viva junto do homem que tenha vida que se lhe compare. Vive em liberdade, em estado selvagem, inteiro.
Intimamente ligado aos Touros existe também o desenvolvimento e apuramento dos Cavalos Lusitanos.
Parece um pouco um contra-senso aqueles que se dizem os principais amantes e defensores de uma espécie defenderem que se não existir algum interesse comercial a sua preservação é impraticável.
Temos em Portugal vários centros de recuperação de espécies em extinção (como o lobo e lince ibérico) e várias reservas onde existe um ecossistema que permite a vivência de espécies autóctones em equilíbrio.
Com a ajuda de biólogos e cooperação dos actuais ganadeiros certamente que seria viável criar uma reserva de alguns milhares de hectares de montado onde fosse possível que algumas manadas vivessem em liberdade. Iria até ajudar certamente a recuperação de um dos seus predadores naturais, os lobos, bem beneficiar o reforço de população de aves necrófagas.
Quanto aos cavalos são outros dos animais explorados na Tourada que felizmente hoje em dia não morrem com a frequência de outros tempos. (apesar de neste dossier não se ter explorado o tema existe também muito sofrimento psíquico e físico dos cavalos, sobretudo dos que são montados pelos picadores que são privados da visão e audição para enfrentarem as investidas do Touro sem perceber o que se passa nem poder reagir instintivamente. Sofrem também graves lesões e por vezes a morte.). Em todo o caso talvez alguns desses cavalos pudessem também ser libertos nas reservas atrás mencionadas.
Visto que aparentemente ambos os lados da barricada têm amor e respeito ao Touro certamente que não seria complicado juntar esforços e dedicação para providenciar uma vida verdadeiramente livre aos Touros.
O Touro é um dos animais na Natureza com maiores níveis de endorfinas e adrenalinas no seu sistema o que leva a que a sua sensibilidade à dor seja extremamente reduzida em alturas de stress comparativamente a outros animais.
O facto de os níveis de stress do Touro atingirem o seu pico máximo durante o transporte, em que estão confinados em espaços exíguos, e baixarem significativamente durante a lide demonstram como é um animal que se sente bem na luta.
A sua bravura suplanta em muito o seu sofrimento porque a sua fisiologia assim o permite.
Exigem estudos científicos rigorosos dos quais resulte a conclusão de forma inquestionável que os animais, e em particular o Touro, sentem, como o fazem e em que circunstâncias.
Isto contraria o facto dos ganadeiros evitarem ao máximo castigar os Touros durante a sua vida pois estes recordam-se para sempre dos castigos que sofrem e dos autores e utensílios utilizados.
Se um Touro sente as moscas que pousam no seu corpo, que reage com espamos involuntários ou com o abanar da cauda para as afastar como poderá não sentir as perfurações de lâminas com vários cm de diâmetro e profundidade?
Também um Homem em luta pela sua vida não sente a dor das lesões que sofre a quente. Se estudassem apenas os homens quando se encontram em combates de ringue não iriam tirar as mesmas conclusões?
Cientificamente está aqui rebatido esse argumentocom indicação de todas as lesões provocadas pelas sevícias a que é sujeito um Touro bem como do stress a que é sujeito.
Mesmo que o Touro nada sentisse, qual a moralidade de provocar lesões num animal que lenta e progressivamente conduzem à sua morte?
Durante séculos o nosso conhecimento sobre o bem-estar físico e psicológico dos animais era rudimentar. Ainda há duas ou três gerações era comum dizer-se que os animais não sentiam dor. Hoje em dia está comprovado que os animais, incluindo o Touro, são seres sencientes, capazes de sentir dor física e sofrimento psíquico/emcional. Negá-lo está ao nível da posição da inquisição sobre os heréticos avanços da ciência.
Outros Argumentos
 Pró-Touradas
Anti-Touradas
A Tourada é um espectáculo que ocorre em recinto fechado com bilhete pago. Só assiste quem quer. E quando dá na TV quem não quiser assistir basta mudar de canal.
Quem não gosta não vê.
Não podemos ficar indiferentes aos maus tratos a animais infligidos aos Touros durante um pretenso espectáculo cultural. O regime de excepção para com os Touros equivale a uma lei penalizadora de um crime, excepto se cometido sobre um tipo de vítimas em particular. O Touro é um animal como os outros e deve ser reconhecido e protegido como tal.
O sentimento de injustiça e intolerância são o natural para com uma tradição que parou no tempo e assenta numa violação dos direitos e bem-estar de animais.
A partir do momento que existem apoios de autarquias e televisões públicas à exaltação de um espectáculo que assenta em derrame gratuito e violento de sangue, os cidadãos portugueses têm o direito de manifestar o seu desagrado e exigir o fim de todo e qualquer apoio a esta actividade, bem como ao seu fim. 
Porque é que aqueles que se insurgem contra as Touradas não se insurgem contra o sofrimento e más condições de vida das galinhas, porcos, vacas, peixe, etc, que comem tranquilamente sem problemas de consciência?
Porque não se preocupam com os cães e gatos abandonados que são um flagelo no nosso país?
Ora, os defensores dos direitos dos animais fariam melhor em preocupar-se com os valores civilizacionais que transformaram a vida de certos animais domésticos num espectáculo verdadeiramente degradante do que com as touradas que enobrecem e perpetuam a vida dos touros bravos, proporcionando-lhes uma vida de fazer inveja à dos seus primos bois.
E porque assumem que não o fazem? Muitos dos activistas anti-tourada praticam uma dieta vegetariana e/ou defendem o bem-estar dos animais, mesmo daqueles que têm como destino o consumo humano.
Muitos estão também intimamente ligados a associações zoófilas que lidam directamente, com acções no terreno, com o problema do abandono de cães e gatos em Portugal.
Não existe uma prioridade para os horrores e resolução de problemas. A polivalência é necessária e obrigatória exactamente para não deixar agravar aqueles que são descurados.
Recentemente conseguiu-se a vitória de a prazo acabar com o uso de animais em circos. O fim das Touradas se seguirá. É mais uma de muitas batalhas em curso pelos direitos e bem-estar dos animais. 
A Tourada foi apreciada desde sempre e inspirou muitos artistas com obras marcantes sobre o tema expressas em pinturas, esculturas, música e obras literárias.Os artistas são como o resto das pessoas. Existem os aficionados e os que se oponham à Tourada. O facto de ser alvo de abordagens no trabalho de vários grandes artistas não deverá ilibá-la daquilo que é.
Também muitos artistas se inspiraram em guerras, em cenários de catástofres naturais e sofrimento humano e ninguém defende que estas devam ocorrer para estimular veias criativas.
A Tauromaquia é uma actividade auto-sustentada que gera empregos e riqueza para o país.
Não recebem quaisquer apoios financeiros do estado. 
Seria um desastre económico o fim da actividade Tauromáquica.
Auto-sustentada? A receber milhões de euros de apoios de autarquias anualmente para manutenção dos recintos e organização das ´festas´?
Todas as revoluções que têm impulsionado o desenvolvimento da nossa civilização têm provocado transformações nas actividades profissionais existentes. A revolução industrial acabou com o fabrico artesanal de milhares de produtos, a robótica e informatização extinguiram também uma série de tarefas que eram executadas por pessoas e os sectores económicos mais fortes estão em constante mudança obrigando a uma movimentação constante das massas laborais.
O fim da Tauromaquia seria apenas um desastre económico para as poucas centenas de famílias que dela dependem a 100%. E isto se não fosse estabelecido algum tipo de plano que lhes permitisse a transição gradual de actividade. Não é defendida a ruína de pessoas mas o fim de uma actividade cujos moldes podem e devem ser negociados para diminuir o seu impacto nos agentes que vivem exclusivamente dessa actividade.
As praças de Touro continuariam a existir mas o seu espaço a ser reaproveitado para actividades verdadeiramente lúdicas e culturais.
Muita gente é aficionada desde tenra idade e não é por isso que são pessoas mal-formadas, agressivas ou perigosas para com os outros ou animais.Não pode ser ignorada a força da sugestão e do subconsciente, bem como o culto de alguma ignorância.
A tourada incute a imagem errada dos Touros e sobretudo educa a tolerância à violência, ao sofrimento e a imagens sangrentas a troco de divertimento. Mesmo que apenas para com Touros, o que pode ser discutível.
Mais detalhes sobre o impacto da Tourada em crianças e jovens pode ser lido neste ensaio feito por um psiquiatra.
Os anti-taurinos atribuem aos animais características humanas para despertar proximidade e identificação confundido o que são pessoas e o que são animais.
Com a antropoformização do Touro deixam-no de ver como o animal que é com necessidades, comportamentos e reacções psíquico-físicas distintas das de um ser humano.
Touro Bravo, Fera Negra, Besta Negra, símbolo da morte e do medo, arrogante, valente, etc. São apenas alguns dos termos comuns utilizados pelos pró-Taurinos. Tão depressa o sacralizam, como diabolizam como o antropoformizam.
Descrevem-no à medida do necessário para conceder uma carga sagrada, poética, espiritual, transcendente ao acto da Tourada.
Ao dizerem que o Touro nasce para arena e que não sente dor devido ao prazer da luta estão também já cegos para com as reais necessidades, comportamentos e reacções psíquico-físicas deste animal que tão bem conhecem.
Ocorrem muitos espectáculos com Touros para fins beneméritos existindo uma forte solidariedade social com grandes benefícios para misericórdias e outras associações.Ser pró-taurino não quer dizer que não se seja solidário e voluntário para com causas sociais pelo que este é um argumento que parece ser uma lavagem de cara servindo-se daqueles que vivem com a corda no pescoço e que não podem recusar donativos. 
Mesmo assim há muitas associações zoófilas que recusam donativos oriundos de actividades que envolvam o sofrimento de animais pelo que normalmente o alvo dos donativos são associações de causas relacionadas com a melhoria de vida de pessoas mais carenciadas.
É louvavel esta atitude e distribuição de dinheiro que não deixa de ser um dinheiro sujo de sangue. 
Mas lançamos o desafio de que os apoios dados pelas autarquias em vez de serem canalizados para actividades tauromáquicas sejam directamente canalizados para associações sem fins lucrativos de apoio a pessoas e animais.
Admitem um dia colocar fim às actividades Tauromáquicas. Mas pela falta de afluência de público e não por resultado de manifestações daqueles que são contra estas práticas.As manifestações físicas e online são uma das vias para conduzir a essa falta de público. O que elas pretendem é mostrar que há muitos cidadãos incomodados com as práticas tauromáquicas e trazer a público informação e pontos de vista muitas vezes desconhecidos. 
Perspectivas
 Imagem
 Pró-Touradas
Anti-Touradas
Cientistas espanhóis clonam primeiro touro de arena do mundo.Um Touro bravo. Apesar da sua frágil aparência enquanto bezerro não se deixem enganar. Dentro de pouco tempo estará feito um Touro agressivo e lutador.

Esperemos que passe na triagem que separa os bravos dos mansos e ganhe o direito a lutar pela sua vida na arena proporcionando um bom espectáculo aos aficionados.
Um animal que como todos os outros tem direito à vida e ao bem-estar.
Se assim o deixarem viverá pacificamente, como é a sua natureza.
3 anos separam-no daquele que é verdadeiramente o seu inferno na terra: uma tourada.
Touros para a Capeia do Campo Pequeno - 2010É chegada a altura do Touro cumprir o seu destino e ser encaminhado para a arena onde poderá lutar com valentia e mestria pela sua vida.

Será conduzido ao transporte que o levará à arena onde terá meia hora de dignidade e prazer para fazer aquilo que mais gosta enfrentando os seus oponentes de igual para igual com uma bravura, fúria e força únicas.
Com menos de 20% da sua vida cumprida, acabado de terminar a sua juventude, o Touro é retirado do seu habitat com destino à lide.
Em poucas horas é ´raptado´ à força, transportado em espaço diminuto e colocado na arena onde encontrará a morte certa.
Festas de Barrancos 2010 - 2º dia O Touro descansa nos curros, recuperando da viagem que causa algum stress.

É importante que o Touro se acalme para poder combater com total discernimento.

São-lhe dadas todas as condições para que se apresenta na máxima força no momento da tourada.
Após o transporte é colocado nos curros onde aguarda pela hora em que é forçado à luta.
Apesar de menos stressado do que durante a viagem encontra-se num ambiente totalmente diferente daquele que teve em toda a sua vida e é alvo de várias práticas de preparação como por exemplo o embolamento que consiste na serração da ponta dos seus cornos.
Por vezes começam aqui a prática de actos para a sua debilitação para que não se apresente na sua máxima força e se consiga uma lide mais controlada e sem danos para os homens e cavalos.
Faltou público na Homenagem a ZoioO Touro entra na praça e imediatamente demonstra a sua bravura e agressividade percorrendo o recinto e investindo contra os homens de capa que o provocam.

Olha para a platéia como que desafiando toda aquela multidão a enfrentá-lo.
O Touro entra desorientado na praça, ainda confuso pelo facto de há poucas horas estar a viver livre num prado rodeado dos seus.
Encontra-se agora só, em local incerto, foi sujeito a práticas que correspondem a agressões físicas e psicológicas. 
Por instinto procura a fuga e estuda o espaço para verificar se esta é possível.
TOURADA EM MADRID – CORAGEM OU COVARDIA?O picador faz o seu trabalho com mestria de preparação da lide.

O Touro demonstra a sua bravura e força investido de encontro ao Cavalo praticamente sem sentir os golpes infligidos.
Um Cavalo vendado e com tampões nos ouvidos para que não perceba o que está a acontecer e não reaja por instinto. A malha que o envolve protege-o de perfurações contra cornos embulados mas não o protege de lesões causadas pelo impacto que podem ser fatais. Para esta tarefa são escolhidos cavalos considerados menos valiosos, não treinados, pelo que caso ocorra uma morte ou lesão grave não é considerado um grande prejuízo.
O Touro por sua vez reaje às provocações da forma que lhe resta depois de interiorizado que não existe fuga possível.
As feridas causadas garantem que fica pelo menos incapacitado de erguer a cabeça e que terá hemorragias contínuas que o farão perder força e discernimento ao longo da lide.
Portalegre, 9 de Julho - Mouras versus CaetanosSeguem-se as lides a Cavalo. O Touro investe tentando derrubar cavalo e cavaleiro.

Demonstra a sua valentia e bravura não desistindo da perseguição e aceitando os castigos dos arpões das bandarilhas sem virar a cara à luta.
O Touro já debilitado defende-se como pode das agressões causadas pelos cavaleiros. Um olhar atento conseguirá verificar que o Touro apenas investe quando o cavaleiro o ataca, investindo o Cavalo contra si para cravar as bandarilhas.
É até comum que após cravar a bandarilha o cavaleiro se dê ao luxo de colocar o seu cavalo a efectuar manobras artísticas como trotes elegantes ou rodopios.
Se o Touro fosse verdadeiramente agressivo e não estivesse numa postura de defesa não iniciaria uma perseguição contínua ao cavalo até conseguir o choque ou que um dos dois se fatigasse?
Não haveria espaço e tempo para movimentos artísticos se estivesse uma fera agressiva na praça.
TOURADA EM MADRID – CORAGEM OU COVARDIA?O toureio a pé é um desafio cara-a-cara em que a inteligência e coragem do homem tenta exercer o seu domínio sobre a natureza do Touro.

Valroiza-se a mestria do homem que consegue ler o Touro e levá-lo a investir e movimentar-se como se estivessem sincronizados numa coreografia previamente ensaiada.
O Touro neste momento já está desgastado pelas lides a cavalo e pela grande quantidade de sangue que perdeu durante as partes anteriores da Tourada.
Inclusive estará limitado fisicamente em termos de locomoção tendo os ligamentos, que lhe permitiam manobrar a cabeça sem limitações, dilacerados logo na fase do picadeiro.
O Toureiro beneficia de anos de aprendizagem com bezerros, vacas, Touros mansos, e da experiência acumulada de lidar com Touros em touradas.
O Touro por sua vez está pela primeira vez naquela situação, sujeito aquele tipo de ataques, não tendo qualquer preparação para lidar com ela.
Morais (Bragança) Forcados de Arronches vencem prémio para a 
melhor pega Os forcados. Únicos no mundo da Tauromaquia em todo o mundo.

Um grupo de amadores que enfrenta o Touro numa demonstração de um misto de força, coragem e saber.

São a verdadeira extensão do povo que nas bancadas sente nas entranhas o impacto do Touro no corpo durante a pega de caras.
Talvez a parte mais justa da tourada em que não é infligida dôr física adicional ao Touro.
Pena que só ocorra na parte final em que o Touro já está repleto de lesões externas e internas e completamente fatigado.
Apesar de ainda reprovável do ponto de vista ético, já que continua a usar-se um animal para um espectáculo, talvez se devesse considerar a actuação de forcados em Touros que não tenham sido alvo dos picadores, cavaleiros, e toureio a pé.
Seria a verdadeira demonstração de coragem e força.
Touro salta 
para bancada e fere 40 pessoas em EspanhaUm Touro demonstra a sua bravura, ferocidade e agressividade saltando as barreiras protectoras e investindo aleatoriamente por entre a plateia.Os chamados Touros voadores mais não são animais que atingem um nível de stress tão elevado que se transcendem e conseguem o seu objectivo principal, normalmente impossível, a fuga.
O Touro salta a bancada para fugir do que se passa na arena e não para investir na platéia. A sua fisionomia não está preparada para o subir e descer de escadas pelo que a sua locomoção trapalhona fere mais pessoas por atropelamento e quedas do que por cornadas.
Touradas O Touro sempre morre e é conduzido para matadouros onde será convertido em produtos alimentares.

Teve a sua oportunidade para indulto e despediu-se em exaltação e glória.

Esta vida é preferível à de uma vida numa unidade de exploração intensiva para fins alimentares.
Antes da sua morte o Touro é submetido a actos atrozes para gáudio e divertimento de humanos que não se dão ao trabalho de conhecer e compreender esta espécie animal.
O facto de o destino certo ser a morte não justifica que o processo para lhe chegar seja um suplício infernal.
CortesiasOs artistas tauromáquicos. Gente respeitada e respeitadora.

Arriscam a vida num espectáculo de enorme beleza para gáudio dos aficionados.

Merecedores de admiração pela sua coragem e mestria na arte de lidar com Touros.

Profundos conhecedores e defensores dos Touros e da Festa Brava.
Os agentes da indústria Tauromáquica exploram comerciamente um espectáculo que assenta no sofrimento de animais.
Vivem numa realidade completamente desajustada relativamente aos dias de hoje.
Beneficiam de um estranho status e são protegidos por lobbies que apesar da grande influência representam uma pequena parte dos Portugueses.
Como amantes dos Touros deveriam dá-lo a conhecer ao público tal como ele é e não deturpar a imagem pública de uma espécie para que seja aceitável explorá-la na Tauromaquia.
Deveriam reconhecer os estudos científicos que demonstram que o Touro é um animal senciente que sente dor física e tem estados emocionais e comportamentais que podem levar ao sofrimento psíquico.
Campo Pequeno reabre a 7 de MaioOs aficionados.

É por eles que existe a Festa Brava.

Os verdadeiros amantes de um espectáculo único e cultural.

Boa gente ciente do valor da tourada para a cultura Portuguesa e para a defesa do Touro e do Cavalo Lusitano.
Muitos dos aficionados desconhecem completamente o que é e como vive um Touro. Acreditam piamente que o Touro não sente dor nem desespero e sente-se confortável ao ser toureado. 
Os que não têm falta de informação poderão no mínimo ser chamados de sádicos pois retiram prazer de actos de tortura e mutilação sobre um animal.
Portugueses manifestam-se em Lisboa contra as touradasCambada de gente pseudo-intelectual que quer acabar com uma tradição secular.

Terroristas que não têm noção da dimensão dos seus actos que atropelam direitos de liberdade de expressão, colocam em perigo o sustento económico de numerosas famílias e podem levar o Touro à extinção.

Podem fazer barulho onde e quando quiserem pois os apoiantes da Festa Brava são muitos mais, têm a razão do seu lado e darão a cara sempre que fôr preciso.
Os activistas da luta contra as touradas são pessoas como as outras que simplesmente dão mais valor a certos valores éticos e morais relacionados com os direitos e o bem-estar dos animais.
A tourada é considerada um divertimento, um espectáculo, e assenta no infligir de sofrimento físico e psíquico a uma espécie animal.  
Estamos no século XXI e não na época medieval. Sabemos hoje em detalhe que o Touro sofre durante a tourada.É visível que a Tourada assenta em actos violentos para com um animal, tolerar a tourada é tolerar a violência e o  derramar de sangue por entretenimento. O Touro não teve escolha. Está ali obrigado.