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terça-feira, 10 de junho de 2014

Ganadeiro Arrasa Tauricidas e Aficionados

Numa entrevista dada ao blogue tauromafioso “Naturales”, o ganadeiro José Luis de Vasconcellos e Sousa d’Andrade fez acusações demolidoras contra tudo e todos que vivem à conta da tortura de seres sencientes.

São entrevistas como esta que mostram a realidade do asqueroso mundinho tauromáquico.

Prótouro
Pelos touros em liberdade



IMPERDÍVEL:
Entrevista a José Luis de Vasconcellos e Souza d' Andrade
O Naturales foi falar com José Luis de Vasconcellos e Souza d' Andrade e o resultado foi uma conversa directa e sincera. O Cavaleiro e Ganadero falou sem papas na língua.
O toiro, o toureio a cavalo, o púbico e a festa em geral foram temas abordados. A não perder!

"Repare os nossos empresário são uns parvos, eu nem sei para que compram toiros aos ganaderos. Deviam mandar fazer um toiro de corda que lhes dava para a temporada inteira."

Foi e é cavaleiro de Alternativa, mas também é ganadero?
É verdade comprei a antiga ganadaria Coimbra já lá vão um par de anos.
E porquê a ganadaria Coimbra?
Porque sempre foram toiros que me encantaram. Esta ganadaria de encaste Tamaron, Conde de la Corte estava para ir para o matadouro. Toiros encastados, bravos e sem serem parvos. Não gosto de toiros de corda.
Toiros de corda?
Repare os nossos empresário são uns parvos eu nem sei para que compram toiros aos ganaderos. Deviam mandar fazer um toiro de corda que lhes dava para a temporada inteira. Os senhores que se dizem cavaleiros na maior parte só querem toiros a modo. Ter lá um toiro de corda ou ter lá um "boi preto com cornos" é o mesmo. Quando lhes sai um toiro de verdade, com as complicações inerentes e características da raça brava não podem com eles, vetam, chamam todos os nomes ao ganadero, O problema deles nem é o toiro é a falta de oficio que tem e só sabem de artes de circo.
Falou nas características inerente aos toiro de raça brava, quais são elas?
A primeira obrigação de um toiro é colher e matar o toureiro. E o toureiro tem que saber "burlar" as suas investidas. Mas estes toureiros de agora como lhe disse se lhes sai um assim até se cagam todos. Um ganadero tem que procurar a bravura, não a comodidade, um toiro desses de agora da moda/corda não passam de uns bois mansos, descastados.
Pelo que diz os seus toiros não estão ao jeito de todos os toureiros, podemos considerar os seus toiros como "duros"?
Duros!? Não sei se o são, não costumo comer a carne dos meus toiros. Mas agora fora de brincadeiras não sei o que é um toiro duro!! Sei o que é um toiro bravo ou manso. E os mansos também cá os tenho, mas sem serem da corda.

"Quando vê ai certos números de circo nas praças, acha que o cavalo está no seu juízo perfeito!"

Já falou várias vezes em toiros de corda, fala do encaste Murube especificamente?
Não falo em encastes, cada um tem as suas características. Também há Murubes bravos. Eu falo é de seleção! Olhe a maior parte das pseudo figuras gosta muito de mandar em casa alheia! Tem estragado as ganadarias e acabado com encastes. E sabe porquê Miguel? São maus cavaleiros. Não tem noção se quer do cavalo quanto mais do toiro... Ele são martingalas e quando não as usam à vista usam de outra maneira.
De que maneira?
Quando vê ai certos números de circo nas praças, acha que o cavalo está no seu juízo perfeito!
Na sua ganadaria já tentaram mandar?
Vão logo porta fora... Aqui mando eu e quem eu quero que mande.
Vejo-o muito desgostoso com a festa, vai aos toiros em Portugal?
Muito pouco, só quando lido e nem sempre. Acha que estou para dar dinheiro a artistas de circo. Acha que gosto de ver um boi no centro da praça com um cavalo cheio de martingalas à volta.

"Mas como os portugueses o que gostam é de ser enganados, participam na festa."

Pelo que diz como ganadero gosta de fereza na praça?
Nada disso. Quem procura isso também é um louco, procuro nobreza, casta e bravura. Mas se confunda com a nobreza... Nobreza não é toiros parvos e estúpidos. A malta anda ai confundida com os conceitos de seleção.
Andam confundidos?
Sim andam, a falta de cultura desta gente e não é só da dos toiros. Mas estes são os piores. Alguns acham que são muito espertos mas não passam de patetas. Mas como os portugueses o que gostam é de ser enganados, participam na festa.
Voltemos à ganadaria... Cria toiros em Portugal, teve grande cartel em Espanha e França.
Tive e acho que tenho. Mas lá como cá uns touirecos acham que mandam nisto e só querem toiros de corda.
Mas acha que lá as coisas se fazem mais a sério?
Um bocadinho nas praças importantes tem que gramar com eles em pontas e isso assusta mais. Nas outras praças não lhe cortam mais os cornos porque não podem.
Mas como cavaleiro gosta de ver tourear a cavalo?
Gosto, mas ele é tão pouco... Tenho quase que ir às memórias.

90% não tem nem ideia do toiro nem do toureio. Pensam que entendem. São uns entendidos!

O que é para si tourear a cavalo?
Olhe para se tourear a cavalo primeiro tem que se ser cavaleiro e saber o que isso é. Já perguntou a essas personagens que se dizem cavaleiros se sabe o que é ser cavaleiro? O toureio a cavalo está dentro de um quadro em que a equitação académica renascentista se adapta ao combate cavaleiro-toiro. Mas isso nem interessa estar para aqui a falar. Eles nem vestir se sabem como poderão saber do resto...
E de quem é a culpa?
Essa desgraçada morre sempre solteira.
Acha que o público tem a culpa por não exigir?
Exigir o quê!? Esses nem sabem o que vão ver, vão para ser vistos.
Mas ninguém percebe de toiros em Portugal.
90% não tem nem ideia do que é um toiro nem de toureio. Pensam que entendem. São uns entendidos!
E como vê a critica taurina em Portugal?
Não vejo. Olhe está aqui a fazer esta entrevista porque me dizem que não faz parte da escumalha que anda ai a deitar palpites.
O Miguel acha, não é porque veja ou leia, que se pode triunfar sempre? Uns dos que escrevem se calhar até percebem qualquer coisa, mas como são umas "putas baratas", são logo comprados. Mas das finas também há ai muito...
Está a dizer que a crítica em Portugal é comprada? Isso é uma afirmação grave.
Estou! Grave porquê? Mais grave é andarem a esconder os podres, dizerem mentiras e a maior partes das vezes barbaridades. Olhe todos mandam menos o toiro.
E em relação ao toiro, pensa que se sabe avaliar o comportamento em praça? Estou a falar da crítica!
Dizem quase todos o mesmo, é preto, tem cornos...

"Oh homem isso não são adaptações nenhumas, isso de morder, bater palmas, andar de lado, porque ladear é outra coisa são números de circo, não chame nunca a isso tourear."

Agora está muito em voga o toiro cumpriu?
Pois estão a falar de borregos. Esses que cumprem nem sabem para que tem os cornos na cabeça.
Onde se vão ver os Sommer em 2014?
Onde os quiserem colocar... Não os deve ir ver com esses que se dizem figuras, esses não podem pensar neles. O medo é inerente ao toureio, mas o pavor é uma fraqueza. Nem é pavor é mais falta de conhecimento para os tourear.
Vejo que é pouco adepto destas novas aportações ao toureio a cavalo?
Oh homem isso não são adaptações nenhumas, isso de morder, bater palmas, andar de lado, porque ladear é outra coisa são números de circo, não chame nunca a isso tourear.
Já vi que não gosta de circo?
Gosto, gosto! Tenho muito respeito pelos palhaços... Mas nos toiros não gosto de ver palhaçadas!
Olhe acha que se um toiro investe a direito se pode andar com um cavalo de lado? Só com toiros de corda e carril.
E um toiro bravo dá para fazer essas habilidades?
Não! Mas esses não querem e fogem deles como diabo da cruz.
E como se deve então tourear a cavalo?
De frente e ao estribo. Mas isso já não se usa, está fora de moda, é feio e díficil. Agora é só cambiadas e isso é uma mentira, parece que tem perigo, mas não o tem. Se não veja o que caiu em fora de moda? O difícil! Ponha lá esses dos números a deixar vir um toiro de poder a poder e a cravar de frente e ao estribo. Nem o tentam fazer os cavalos só sabem tourear toiros parados e quando aquilo arranca o cavalo e cavaleiro até se cagam. Isto hoje é tudo uma farsa do pior.
O que me diz da aficion do Campo Pequeno?
Das piores, vão lá como lhe disse para serem visto e outros para se verem depois nas fotografias. Vão a Lisboa, é diferente. As senhoras ver os fatos umas das outras e falar ao telefone e nós para vermos umas meninas bonitas nas barreiras. Muito pouca gente vai ver a corrida e esses vêm sempre de lá aborrecidos.
Bom mas onde vamos ver os seus toiros?
Penso que vão a Santarém e digo penso porque cá nunca se sabe. Mas pergunte ao meu representante, Rui Piteira, que ele é que sabem bem isso. Eu já nem estou para aturar empresários, cavaleiros, bandarilheiros. Tenho a ganadaria só para me divertir aqui. Na praça como lhe disse a maior parte das vezes nem lá vou.
Sorte para a temporada.
Obrigado! Mas a sorte é relativa, acha que um toiro pode ter sorte com esta gente que tomou conta disto?!



Fonte da entrevista: naturales

sábado, 25 de maio de 2013

O perito tauromáquico que não sabe classificar biologicamente os touros

Murteira Grave: o ganadeiro /veterinário que afirma que os touros usados nas touradas são uma espécie, ao arrepio da classificação biológica dos seres vivos, matéria do 5.º ano de escolaridade.

Em entrevista à revista “Caras”, publicada na edição de 18 de Maio de 2013, Murteira Grave responde a questões colocadas por Rita Ferro e fala na “espécie dos toiros de lide”. Se essa classificação viesse de um aficionado comum, apesar de errada do ponto de vista da taxonomia, não seria muito extraordinária, tendo em conta os elevados índices de analfabetismo entre a população aficionada. Mas a afirmação é de um suposto veterinário, um perito em touros, pelo que a gafe é de uma gravidade estrondosa. Um veterinário inserido na indústria tauromáquica revelar esta incapacidade para proceder à classificação biológica dos touros é verdadeiramente sintomático da impossibilidade dos aficionados alicerçarem a defesa da tauromaquia com argumentação coerente, racional e verdadeira. E mais, tal lapso imperdoável pode potenciar dúvidas legítimas em relação ao diploma académico do ganadeiro em questão.


Uma criança que frequente o 5.º ano de escolaridade, altura em que aprende a classificar os seres vivos, sabe que os touros não são uma espécie, mas sim os indivíduos machos de uma espécie designada por Bos Tauros, à qual pertencem todos os bovinos, incluindo aqueles que são torturados em espectáculos tauromáquicos. Ou seja, os touros que existem no planeta são todos da mesma espécie, o que pode variar é a raça, que é algo bem diferente.


Os touros ditos de “lide” não são uma espécie com toda a certeza e nem sequer reúnem os requisitos para serem classificados como uma raça distinta entre os bovinos. Por conseguinte, a “bíblia” tauromáquica "El Cossío" não se atreve a determinar que o touro dito de “lide” constitui uma raça, como se pode constatar na ficha zoológica que apresenta relativamente a estes animais.
http://www.animanaturalis.org/704
Ficha zoológica do touro dito de “lide” segundo a enciclopédia tauromáquica “El Cossío”:


Tipo – Vertebrados
Classe – Mamíferos
Subclasse – Monodelfos
Ordem – Ungulados
Subordem – Artiodáctilos
Secção – Ruminantes
Família – Cavicórnios
Subfamília – Bovinos
Género – Bos
Espécie – Bos Tauros
Raça – Bos Tauros Africanus
   Sub-raça ou Variedade – Andaluza, Navarra etc


 Este caso de ignorância relativamente à classificação biológica dos touros deveria ter como desfecho o regresso do suposto veterinário à escola, para aprender que os touros não são uma espécie e para aprender a definição de espécie.


Espécie - grupo de seres vivos com características semelhantes, que se cruzam entre si dando origem a descendentes férteis.



As contradições e incoerências na defesa da

indefensável tortura de bovinos  

Em comentário acerca do antropomorfismo, o ganadeiro Murteira Grave diz que “ antropomorfismo é a teoria que extrapola para os animais os sentimentos humanos”. Acusa os anti touradas de padecerem desse antropomorfismo mas, no mesmo comentário, acaba por antropomorfizar o touro dizendo que o touro “realiza o seu grande bem lutando” e que “realiza-se plenamente na corrida”. Ou seja, o perito tauromáquico explica que “o toiro é um profissional da fúria” e que as touradas são o culminar da realização profissional dos bovinos, numa clara e absurda antropomorfização dos animais. Como todos sabem, os animais não têm uma especial preocupação em realizar um grande bem ou em realizarem-se pessoal e profissionalmente, sendo estas afirmações do ganadeiro um exemplo crasso da visão antropomórfica subjectiva distorcida dos bovinos. É uma visão distorcida porque atribuí características a um animal herbívoro que contradizem a natureza dos herbívoros, tal como é descrita pelos etólogos.

Segundo o perito tauromáquico Murteira Grave, o sofrimento não existe no caso dos animais

“O Sofrimento implica zonas mais profundas do organismo e supõe uma consciência reflexiva que, naturalmente, o animal não possui” – Murteira Grave in entrevista da revista Caras, publicada na edição de 18 de Maio de 2013


Esta poderia ser uma consideração de algum nazi-fascista, numa tentativa desesperada de justificar as macabras experiências científicas em seres humanos ou a eliminação física dos deficientes levadas a cabo durante o holocausto perpetrado pelo regime nazi. Mas não, é um suposto veterinário da indústria tauromáquica negando a capacidade dos animais sofrerem. Para este perito tauromáquico, o sistema nervoso central é algo inútil no caso dos animais porque neles a dor não se traduz em sofrimento. Por isso,  certamente considerará sem sentido toda a panóplia de legislação comunitária no sentido de evitar ou minimizar o sofrimento dos animais. Diria ele, que esta legislação e considerações científicas são obra de animalistas que desconhecem a realidade dos animais:


- Legislação europeia para evitar e minimizar o sofrimento dos animais


- O sofrimento do Touro de lide explicado pelo veterinário José Enrique Zaldívar Laguía


- ‘Suffering’ in bullfighting bulls; An ethologist’s perspective - By Jordi Casamitjana


- Adaptive Metabolic Responses in Females of the Fighting Breed Submitted to Different Sequences of Stress Stimuli
Segundo Murteira Grave, infligir cortes de pouca profundidade não é coisa que cause sofrimento, porque este implica zonas mais profundas. Para o ganadeiro, não existindo “consciência reflexiva” não há sofrimento, pelo que deve deduzir que os bebés e os deficientes profundos não têm capacidade para sofrer.


O que se pode dizer destas teorias aberrantes que tentam justificar a injustificável tortura de seres inocentes? São aberrações, nada mais do que isso.


E ainda por cima, os aficionados não se entendem uns com os outros, como se isto se tratasse de uma brincadeira de opiniões. Uns dizem que os touros não sofrem, e outros dizem que sim, como é o caso deste empresário tauromáquico:


“Eu acho que de facto existe sofrimento. E esse sofrimento tem de ser assumido.” - Carlos Pegado, empresário tauromáquico no debate do programa Aqui & Agora na SIC sobre direitos dos animais.