A diversidade genética dos touros
ditos “bravos” ou
de “Lide”
“Raça (Zoologia) - subdivisão
da espécie com uma unidade de constituição hereditária “ In Infopédia – Porto Editora
Normalmente, as raças bovinas são caracterizadas por
três parâmetros: o peso, o perfil cefálico e as proporções corporais. Na
suposta “raça brava” não é possível fixar parâmetros devido à grande variabilidade
genética e diversidade de caracteres dos touros usados nos espectáculos
tauromáquicos. Com efeito, entre os bovinos ditos de “lide” podem-se encontrar
animais com morfologias, pelagem, cornaduras, perfil cefálico, tamanho e peso muito variados, pelo que não é possível distingui-los com clareza dos touros comuns
(Bos Tauros). Não é de admirar, pois todos os bovinos existentes na
actualidade, mansos e não mansos, descendem do mesmo antepassado comum – o Uro
ou Auroch.
Os touros ditos de “lide” que existem na actualidade,
para além de não constituírem uma espécie, não são uma verdadeira raça, mas sim
um tipo de touros muito diversos entre si, que não pertencem a nenhuma raça bovina
determinada.
Estudos apontam para cerca de 31 grupos genéticos
distintos e para níveis elevados de diferenciação genética dos vários sub-grupos
de touros de tipo “bravo” designados por “encastes”: Estes níveis de diferenciação são superiores
aos que separam as raças de bovinos comummente aceites como tais. São pois animais
mestiços, estando longe de estar provado com critérios científicos válidos que
os touros que usam nas touradas são uma raça de bovinos distinta das demais.
Para estarmos diante de uma raça propriamente dita tem de existir uma unidade de
constituição hereditária, algo que não existe no caso dos bovinos de tipo
“bravo”.
Na
natureza não existem animais de lide, muito menos bovinos, animais herbívoros de índole
pacífica. Uma raça, cuja razão de existir fosse apenas a tortura em arenas, seria
uma aberração, só concebível por mentes doentes de quem quer perpetuar a
violência contra os animais.
A falsidade da
“bravura” como denominador comum na pseudo “raça brava”
A indústria
tauromáquica alega que a unidade da raça bovina “brava” é a bravura - uma
característica psicológica. Como não é possível definir um protótipo racial
para os bovinos de tipo “bravo”, que possuem características morfológicas muito
heterogéneas, inventaram um denominador comum designado por “bravura” para
construir o mito de uma nova raça distinta das demais raças de bovinos. A
identificação de uma raça com base numa característica subjectiva psicológica,
à qual se deu o nome de “bravura”, carece de fundamentação científica, desconhecendo-se
outros casos de raças definidas apenas por um elemento de tipo comportamental
de uma determinada população de seres vivos. É algo inédito, uma invenção da
indústria tauromáquica, que nem sequer é feita com coerência, dado que os
peritos tauromáquicos apontam variações no comportamento dos bovinos durante a
lide consoante as ganadarias de onde procedem.
A selecção artificial
(não natural) do gado dito “bravo” realiza-se por meio de provas de selecção
chamadas de “tentas”, onde são eliminados os bovinos considerados mais mansos e
escolhidos os bovinos considerados mais agressivos. A avaliação baseia-se na
observação subjectiva das características comportamentais dos bovinos face a
ataques e provocações. Os comportamentos do animal são pontuados com critérios
de técnica tauromáquica, desprovidos de qualquer base científica zoológica. O
objectivo é seleccionar os animais considerados mais aptos a comportarem-se de
uma forma desejada nos eventos tauromáquicos.
As contradições da indústria tauromáquica relativamente à bravura dos touros
Os ganadeiros da
indústria tauromáquica confirmam a dificuldade em obter um touro bravo, não
garantindo o nascimento de um touro bravo, mesmo quando os progenitores são do
tipo “bravo”. Trata-se de uma situação tão insólita como dizer que os filhotes
de um cão de raça caniche e uma cadela de raça caniche, dificilmente vão ser
caniches. Se os touros ditos de “lide” fossem uma verdadeira raça, certamente todos
os bovinos nascidos de progenitores de tipo “bravo” herdariam a hipotética característica
unitária designada por “bravura”. Mas isso não é verdade, muito poucos nascem
com a dita “bravura”.
“Obter touros bravos é
custoso no que se refere a tempo e dinheiro. As estatísticas dizem que de 100
touros lidados, 50 eram mansos, 20 passáveis, 20 regulares e apenas 10 bravos.
Podemos estar ou não de acordo com estas cifras, um pouco mais ou menos. O
certo é que a criação do touro de lide é muito custosa, e ainda mais obter um
com bravura, em virtude da selecção exigente. Quanto e como pesa uma decisão de
eliminar um semental ou várias vacas. “ – Julián Castro Marrero, médico
veterinário
“As mães têm que ter a
bravura necessária para transmitir aos filhos, o que nem sempre acontece,
porque como certamente viu, nós estamos a seleccionar um carácter psicológico,
não é uma coisa física. O físico comanda-se, no psicológico, você sabe tão bem
que de um pai e de uma mãe valentíssimos sai um cobarde, e às vezes o
contrário. E isto no gado bravo é dificílimo porque de um touro muito bravo e
de uma vaca muito brava sai por vezes um animal mansíssimo, o que é um contra-senso tremendo.” – Fernando
Palha, Companhia das Lezírias
A dita “bravura” do
touro acossado é apenas uma manifestação do instinto de sobrevivência, que também
está presente em exemplares de outros tipos de bovinos, que se defendem quando
se sentem ameaçados. Os touros torturados nos espectáculos tauromáquicos não são
mais temperamentais ou mais agressivos do que outros mamíferos ruminantes com
características semelhantes que, quando encurralados e sentindo-se em perigo, também
atacam. Experiências tauromáquicas efectuadas com búfalos comprovam que a
reacção destes animais ao que acontece numa corrida de touros é muito
semelhante à reacção dos bovinos.
Tourada com Búfalo em Tarascon, França
“A bravura é um instinto
defensivo, ou melhor, é um instinto de liberação.” - Sanz Egaña, médico
veterinário e professor espanhol
Apesar
do comportamento pacífico dos bovinos ditos de “lide” ser facilmente
comprovável com a abundância de exemplos, os aficionados, de forma
fanática, insistem na teoria da ferocidade, na teoria do animal
diferente de todos os demais – um alienígena perigoso. Não faltam imagens e vídeos de touros ditos “bravos” que
comem na mão de seres humanos, que se deixam acariciar e que se comportam de
forma tranquila na presença do ser humano e de outros animais, tal como é o
normal e natural nos mamíferos ruminantes domésticos.
Chiquilin
Machote, un toro de lidia que es parte de una familia
http://www.youtube.com/watch?v=WiZofVakLgA
Palomo
http://youtu.be/hqJ8i5bM5lk
Civilon
http://elpatiodemama.blogspot.pt/2012/06/toro-civilon-el-amigo-de-la-nina.html
Fadjen,
touro da ganadaria Domecq, que estava destinado a ser toureado em Barcelona
http://youtu.be/nMbBcDiuLfc
Romerito (de Antonete)
http://www.elmundo.es/suplementos/magazine/2007/426/1195978350.html
Curro (Ganadaria Flores Tassara)
Bonito (México)
http://ahtm.wordpress.com/2011/06/15/el-toro-bonito/
Meloso (Ganadaria Los Bayones)
Rozuelo (Ganadaria Pablo Romero 3/7/1916)
http://larazonincorporea.blogspot.pt/2011/05/tremenda-decepcion-con-los-pablo-romero.html
Ricardito
http://youtu.be/-x1g2cUpSSI
Califa
Pizarrin
http://youtu.be/KGx_tOiZaEU
Abulaga
http://youtu.be/CJE2U7NavCg
Cornetito
Playero
http://www.diariodesevilla.es/article/toros/1296897/la/vida/insolita/playero/indultado/la/maestranza.html
Os
touros ditos “bravos” são animais domésticos de origem espanhola, inadequados
para lutas desleais em arenas
Os bovinos ditos “bravos”
que existem na actualidade não são animais selvagens ou silvestres, mas sim animais
domésticos descendentes de 6 variedades bovinas originárias do Reino de Espanha, designadas por “castas fundacionais”. São
animais domésticos como os restantes bovinos visto que a sua subsistência depende
totalmente do homem, que é quem determina o seu meio ambiente e a sua dieta.
No século XVIII o gado
bovino dito “bravo” começa a ser criado em Espanha com uma dupla função:
trabalho agrícola / produção de carne e espectáculos tauromáquicos. Só no
século XIX começa a existir separação do gado considerado mais agressivo destinado
a espectáculos tauromáquicos, surgindo as ganadarias de gado de tipo
“bravo” como se conhecem na actualidade. Estão então definidas as "castas" ou
tipos fundacionais de bovinos ditos “bravos”: Morucha, Navarra, Jijona,
Cabrera, Vazqueña e Vistahermosa. Actualmente, 90% das linhagens de gado dito
“bravo” procedem desta última "casta".
É principalmente desde
do século XX que o gado dito “bravo” é exportado para Portugal, sul de França e
países americanos.
A "bravura"
não é intrínseca de raça nenhuma de bovinos, mas sim um “produto” fabricado
mediante técnicas, onde estão incluídas as cruéis “tentas” de animais jovens. Apesar
de serem criados para serem bravos, mediante selecção criteriosa dos bovinos
mais agressivos, a indústria tauromáquica não consegue evitar os muitos e
muitos touros mansos que persistem em aparecer nos espectáculos tauromáquicos.
Disso dão conta os relatos e crónicas de comentadores e críticos tauromáquicos.
“Moura – ‘8 Bombas’ que
Explodiram Mansidão. “ - in tauródromo, Setembro de 2011
“ […] um toiro de Veiga
Teixeira, manso e a descair sempre para tábuas[…]” – in bolasetouradas blog
http://bolasetetouradas.blogspot.pt/2010/10/premios-para-toiros-de-oliveiras-irmaos.html
Prova evidente de que
os bovinos, herbívoros ruminantes, não se adequam aos jogos violentos em que
são forçados a participar, são os episódios frequentes de touros que saltam as
barreiras das praças de touros, desesperados por escapar das arenas infernais onde
não pertencem.
Touro voa sobre a
trincheira no Campo Pequeno
Pajarito, o touro que
queria ser livre e que acabou brutalmente assassinado
O mito da “besta negra” ao serviço da desculpabilização da tortura dos touros
Os
aficionados instruem-se uns aos outros, divulgando a história da “besta
negra”. Contam às crianças que o touro é mau e que é correcto
castigá-lo com ferros. António
Moreno, um ex-aficionado espanhol que testemunhou no parlamento da
Catalunha em favor da abolição das corridas de touros, denunciou a
autêntica lavagem cerebral que é feita às crianças através da
“diabolização”do touro.
http://youtu.be/icHu14u2t6U
As
mentes dos criminosos psicopatas são engenhosas e buscam desculpas para
os seus actos criminosos. “As minhas vítimas são culpadas”, disse Paul
Haigh, um serial killer. John Wayne Gacy, outro serial killer, afirmou
que as suas vítimas mereceram morrer.
http://www.heraldsun.com.au/news/victoria/my-victims-are-to-blame/story-fn7x8me2-1226322356454
De
igual forma, no meio tauromáquico existe a ideia que as bandarilhas e
outros instrumentos perfurantes são uma forma de castigar os touros.
Castigar pressupõe que os touros fizeram algo de errado. Consideram os
touros “bestas negras” e condenam-nos à morte.
De acordo com a Associação Psiquiátrica Americana, os pedófilos
frequentemente justificam os seus comportamentos alegando que as
crianças “gostam” ou que as crianças os provocaram sexualmente. Por sua
vez, no meio dos aficionados das touradas, afirma-se que os touros são
“bravos”, que gostam de lutar e até que eles se sentem “nobres” por
morrerem na arena. Justificam o maltrato dos touros, negando ou
minimizando a capacidade de sentir dor desses animais, que dizem ser
diferentes de todos os demais.
A
fabricação do mito do touro como uma “besta negra” feroz e perigoso
serve o propósito de auto-absolvição dos aficionados pelo seu gosto
sádico e doentio em causar dano a um ser inocente. A ideia do touro mau,
que não sente dor, é um óptimo álibi para justificarem a catarse
colectiva com o castigo com ferros de um pobre animal que não cometeu
mal nenhum.
O
mito da “besta negra” é uma tentativa fracassada de justificação da
injustiça que se comete contra os touros. É uma forma desonesta da
indústria tauromáquica varrer a imagem cruel e atroz da tourada,
colocando o ónus da culpa nas vítimas das touradas – os touros – à
semelhança de muitos criminosos que culpabilizam as vítimas pelos seus
crimes.
A
verdadeira natureza do touro
Um animal mal disposto para a luta
“No quadro da zoologia
o touro aparece como animal cobarde, mal disposto para a luta; a sua defesa é a
fuga, sempre que lhe seja permitida. Perseguido, cercado, aceita o combate
utilizando as únicas armas de que dispõe – as hastes – e recorrendo a um mecanismo
muscular fixo. Ainda: acode com intensidade ao engano, só cede ante o
esgotamento físico, a fadiga muscular. Resumindo: o touro acomete aos objectos
ou seres móveis, por medo; investe à muleta vermelha porque lhe incomoda a
vista, cansa, fatiga a retina, dói-lhe e quer livrar-se desse incómodo.” - Sanz
Egaña, médico veterinário e professor espanhol
Um animal herbívoro receoso e defensivo
“Os animais carnívoros, guiados pelo seu
instinto de conservação, procuram presa viva que os alimente, dispostos sempre
a atacá-la e a matá-la; estão dotados de acometividade permanente e sempre
prontos para a luta. As suas faculdades mentais adestram-se nesta forma,
tornando-se sagazes, astutos e mestres da caça, por surpresa. Os ruminantes, e
entre eles os touros, pelo contrário, têm alimentação herbívora, não necessitam
de atacar ninguém, e como isso seria absurdo e na natureza não existem
fenómenos desta espécie, o touro não ataca nenhuma espécie de animais, nem o
homem. O animal herbívoro só tem que se defender dos carnívoros, e como o touro
e os outros ruminantes constituem presas desejadas, dada a sua substância e
volume, se as suas faculdades defensivas não fossem tão grandes, careceriam de
condições de vida e desapareceriam. Por isso todos os bovinos têm potentíssimas
reacções defensivas e são receosos e assustadiços. Tão receosos que já no
século XVI D. Diogo Ramirez de Haro observava que o touro pasta, geralmente
andando para trás. Espera sempre o ataque, sobretudo quando se encontra isolado
da piara ou quando tem de defender a sua prole, que o espera no mesmo sítio, o
escolhido para cama. Em tais circunstâncias investe sem reparar na
superioridade que possa ter o inimigo, e sempre á cega. Fora disso, os
ruminantes são tranquilos, porque essa função, que lhes dá o nome, requer largo
repouso depois das comidas, para voltar a mastigar e salivar os alimentos
depositados na pança, tornando-se, porém, inquietos quando, ao despertar a
primavera, os alimentos abundam e os ardores genésicos aparecem. E assim se
explica a habilidade de que usam os toureiros que só começam a tourear depois
de Maio. “ - ABC da Tauromaquia de El Terrible Pérez, Edições VIC, 1944
“Por
instinto, o toiro busca apoios para a sua defesa, procura os lugares da praça
em que crê proteger-se melhor; a porta dos chiqueiros, por onde lhe chega o
odor animal dos currais onde podia estar a sua momentânea libertação; as tábuas
da trincheira, onde pode apoiar-se e ver vir de frente os seus opositores.” -
LOS TOROS, La Gran Enciclopedia del Espectaculo, Antonio Abad Ojuel Don
Antonio e Emilio L. Oliva Paíto (Libreria Editorial Argos – 1966 Barcelona)
Um animal sociável e simpático
“Sente o touro simpatia ou antipatia por pastores
e lugares, «querenças» onde encontra sensações gratas, chegando-se a deixar
acariciar por crianças. Tal não é raro, e basta recordar-se o touro «Civilon»,
de Cabaleda, que tanto deu que falar e que tão má lide ofereceu na praça. A
isto pode o autor opor que há uns bons vinte anos escreveu no Diário de Lisboa
acerca do touro «Galego» do saudoso D. Florentino Sottomayor, que, lidado na
praça de Madrid, foi bravo e matou o toureiro Mariano montes. Ora dias antes,
quando o autor levava o seu cavalo ao bebedouro da «dehesa» encontrou aquele
touro com o mesmo destino. O animal parou-se como a convidar o cavalo a beber.
O autor deteve-se, por irrepreensível receio da delicadeza. E, depois, na
dúvida, cautelosamente, avançou a montada até à fonte. E o touro, sempre
delicado, cedeu-lhe a prioridade, amavelmente. Quando o cavalo se fartou de
beber, afastámo-nos agradecidos, e o touro bebeu por seu turno, com satisfação
do dever cumprido…” - ABC da Tauromaquia de El Terrible Pérez, Edições VIC,
1944
Um animal com memória
“As sensações no touro
são muito intensas, em especial as do olfacto e do ouvido. Diz a Enciclopédia
«Los Toros»: No lugar em que tenha morrido um touro e se tenham corrompido,
passam três e quatro anos e todas as reses que por ali transitam cheiram e
mostram compreender o facto. Podemos acrescentar que o touro dá disto outras
provas, movidas pela recordação, quando transita pelo local onde passou fome ou
sofreu castigos, isto mesmo anos depois, como anos depois ainda recorda as
pessoas que lhe fizeram mal, segundo afirmam alguns tratadores. Daí o
inconveniente dos «ganaderos» mandarem touros já corridos, em desprestígio do
espectáculo e com perigo para os lidadores.”- ABC da Tauromaquia de El Terrible Pérez, Edições VIC, 1944
Um ruminante tranquilo e pacífico
“O
touro na manada é profundamente pacífico, tranquilo e tímido” Álvaro Domecq y
Diez, ganadeiro empresário tauromáquico
Um animal sensível ao
som, aos movimentos e aos contrastes de luz
" Los factores que van a hacer que el toro disminuya su
capacidad de visión son: la luminosidad (las corridas tienen lugar en la época
más luminosa del año). Los estímulos más eficaces representados por el
movimiento y los excitantes cromáticos de mayor contraste. [...] El toro ataca
unicamente cuando estas excitaciones alcanzan los centros nerviosos y se
transforman en sensaciones de fatiga y nerviosidad que se caracterizan por una
acción explosiva inadecuada al excitante. [...] El animal, bajo este estado de
semiinconsciencia sufre en la última parte de la lidia una gran disminución de
su visión normal motivada por una constante fijación de la mirada, producida
por pases rápidos delante de su cara, gran fatiga muscular y un intenso dolor
producido por las puyas y las banderillas. Sus músculos mantenidos en constante
movimiento le producen un agotamiento nervioso. [...] Por tanto, los excitantes intensos de luminosidad,
movimiento, dolor, hiponosis e isquemia cerebral, producen una disminución de
su visión normal durante la lidia.” - Fundamentos
anatomo-funcionales de la visión en el Toro de Lidia, Prof Dr. R. Martín
Roldán. Catedrático de Anatomía de la Univesidad de Madrid. 1976
Na verdade, a
"bravura" ou "mansidão" de um animal jamais pode legitimar
o seu maltrato.
Links:
http://pendientedemigracion.ucm.es/info/genetvet/genetic_variability_fighting_bull.pdf
A diversidade genética dos touros ditos “bravos” ou
de “Lide”
“Raça (Zoologia) - subdivisão
da espécie com uma unidade de constituição hereditária “ In Infopédia – Porto Editora
Os touros ditos de “lide” que existem na actualidade,
para além de não constituírem uma espécie, não são uma verdadeira raça, mas sim
um tipo de touros muito diversos entre si, que não pertencem a nenhuma raça bovina
determinada.
Estudos apontam para cerca de 31 grupos genéticos
distintos e para níveis elevados de diferenciação genética dos vários sub-grupos
de touros de tipo “bravo” designados por “encastes”: Estes níveis de diferenciação são superiores
aos que separam as raças de bovinos comummente aceites como tais. São pois animais
mestiços, estando longe de estar provado com critérios científicos válidos que
os touros que usam nas touradas são uma raça de bovinos distinta das demais.
Para estarmos diante de uma raça propriamente dita tem de existir uma unidade de
constituição hereditária, algo que não existe no caso dos bovinos de tipo
“bravo”.
Na
natureza não existem animais de lide, muito menos bovinos, animais herbívoros de índole
pacífica. Uma raça, cuja razão de existir fosse apenas a tortura em arenas, seria
uma aberração, só concebível por mentes doentes de quem quer perpetuar a
violência contra os animais. A falsidade da “bravura” como denominador comum na pseudo “raça brava”
A indústria
tauromáquica alega que a unidade da raça bovina “brava” é a bravura - uma
característica psicológica. Como não é possível definir um protótipo racial
para os bovinos de tipo “bravo”, que possuem características morfológicas muito
heterogéneas, inventaram um denominador comum designado por “bravura” para
construir o mito de uma nova raça distinta das demais raças de bovinos. A
identificação de uma raça com base numa característica subjectiva psicológica,
à qual se deu o nome de “bravura”, carece de fundamentação científica, desconhecendo-se
outros casos de raças definidas apenas por um elemento de tipo comportamental
de uma determinada população de seres vivos. É algo inédito, uma invenção da
indústria tauromáquica, que nem sequer é feita com coerência, dado que os
peritos tauromáquicos apontam variações no comportamento dos bovinos durante a
lide consoante as ganadarias de onde procedem.
A selecção artificial
(não natural) do gado dito “bravo” realiza-se por meio de provas de selecção
chamadas de “tentas”, onde são eliminados os bovinos considerados mais mansos e
escolhidos os bovinos considerados mais agressivos. A avaliação baseia-se na
observação subjectiva das características comportamentais dos bovinos face a
ataques e provocações. Os comportamentos do animal são pontuados com critérios
de técnica tauromáquica, desprovidos de qualquer base científica zoológica. O
objectivo é seleccionar os animais considerados mais aptos a comportarem-se de
uma forma desejada nos eventos tauromáquicos.
As contradições da indústria tauromáquica relativamente à bravura dos touros
Os ganadeiros da
indústria tauromáquica confirmam a dificuldade em obter um touro bravo, não
garantindo o nascimento de um touro bravo, mesmo quando os progenitores são do
tipo “bravo”. Trata-se de uma situação tão insólita como dizer que os filhotes
de um cão de raça caniche e uma cadela de raça caniche, dificilmente vão ser
caniches. Se os touros ditos de “lide” fossem uma verdadeira raça, certamente todos
os bovinos nascidos de progenitores de tipo “bravo” herdariam a hipotética característica
unitária designada por “bravura”. Mas isso não é verdade, muito poucos nascem
com a dita “bravura”.
“Obter touros bravos é
custoso no que se refere a tempo e dinheiro. As estatísticas dizem que de 100
touros lidados, 50 eram mansos, 20 passáveis, 20 regulares e apenas 10 bravos.
Podemos estar ou não de acordo com estas cifras, um pouco mais ou menos. O
certo é que a criação do touro de lide é muito custosa, e ainda mais obter um
com bravura, em virtude da selecção exigente. Quanto e como pesa uma decisão de
eliminar um semental ou várias vacas. “ – Julián Castro Marrero, médico
veterinário
Tourada com Búfalo em Tarascon, França
“A bravura é um instinto
defensivo, ou melhor, é um instinto de liberação.” - Sanz Egaña, médico
veterinário e professor espanhol
Chiquilin
Machote, un toro de lidia que es parte de una familia
http://www.youtube.com/watch?v=WiZofVakLgA
Palomo
http://youtu.be/hqJ8i5bM5lk
Civilon
http://elpatiodemama.blogspot.pt/2012/06/toro-civilon-el-amigo-de-la-nina.html
Fadjen,
touro da ganadaria Domecq, que estava destinado a ser toureado em Barcelona
http://youtu.be/nMbBcDiuLfc
Romerito (de Antonete)
http://www.elmundo.es/suplementos/magazine/2007/426/1195978350.html
Curro (Ganadaria Flores Tassara)Bonito (México)
http://ahtm.wordpress.com/2011/06/15/el-toro-bonito/
Meloso (Ganadaria Los Bayones)Rozuelo (Ganadaria Pablo Romero 3/7/1916)
http://larazonincorporea.blogspot.pt/2011/05/tremenda-decepcion-con-los-pablo-romero.html
Ricardito
http://youtu.be/-x1g2cUpSSI
CalifaPizarrin
http://youtu.be/KGx_tOiZaEU
Abulaga
http://youtu.be/CJE2U7NavCg
CornetitoPlayero
http://www.diariodesevilla.es/article/toros/1296897/la/vida/insolita/playero/indultado/la/maestranza.html
Os touros ditos “bravos” são animais domésticos de origem espanhola, inadequados para lutas desleais em arenas
Os bovinos ditos “bravos”
que existem na actualidade não são animais selvagens ou silvestres, mas sim animais
domésticos descendentes de 6 variedades bovinas originárias do Reino de Espanha, designadas por “castas fundacionais”. São
animais domésticos como os restantes bovinos visto que a sua subsistência depende
totalmente do homem, que é quem determina o seu meio ambiente e a sua dieta.
No século XVIII o gado
bovino dito “bravo” começa a ser criado em Espanha com uma dupla função:
trabalho agrícola / produção de carne e espectáculos tauromáquicos. Só no
século XIX começa a existir separação do gado considerado mais agressivo destinado
a espectáculos tauromáquicos, surgindo as ganadarias de gado de tipo
“bravo” como se conhecem na actualidade. Estão então definidas as "castas" ou
tipos fundacionais de bovinos ditos “bravos”: Morucha, Navarra, Jijona,
Cabrera, Vazqueña e Vistahermosa. Actualmente, 90% das linhagens de gado dito
“bravo” procedem desta última "casta".
É principalmente desde
do século XX que o gado dito “bravo” é exportado para Portugal, sul de França e
países americanos.
A "bravura"
não é intrínseca de raça nenhuma de bovinos, mas sim um “produto” fabricado
mediante técnicas, onde estão incluídas as cruéis “tentas” de animais jovens. Apesar
de serem criados para serem bravos, mediante selecção criteriosa dos bovinos
mais agressivos, a indústria tauromáquica não consegue evitar os muitos e
muitos touros mansos que persistem em aparecer nos espectáculos tauromáquicos.
Disso dão conta os relatos e crónicas de comentadores e críticos tauromáquicos.
“Moura – ‘8 Bombas’ que
Explodiram Mansidão. “ - in tauródromo, Setembro de 2011
“ […] um toiro de Veiga
Teixeira, manso e a descair sempre para tábuas[…]” – in bolasetouradas bloghttp://bolasetetouradas.blogspot.pt/2010/10/premios-para-toiros-de-oliveiras-irmaos.html
Prova evidente de que
os bovinos, herbívoros ruminantes, não se adequam aos jogos violentos em que
são forçados a participar, são os episódios frequentes de touros que saltam as
barreiras das praças de touros, desesperados por escapar das arenas infernais onde
não pertencem.
Touro voa sobre a
trincheira no Campo Pequeno
Pajarito, o touro que
queria ser livre e que acabou brutalmente assassinado
O mito da “besta negra” ao serviço da desculpabilização da tortura dos touros
Os aficionados instruem-se uns aos outros, divulgando a história da “besta negra”. Contam às crianças que o touro é mau e que é correcto castigá-lo com ferros. António Moreno, um ex-aficionado espanhol que testemunhou no parlamento da Catalunha em favor da abolição das corridas de touros, denunciou a autêntica lavagem cerebral que é feita às crianças através da “diabolização”do touro.
http://youtu.be/icHu14u2t6U
As
mentes dos criminosos psicopatas são engenhosas e buscam desculpas para
os seus actos criminosos. “As minhas vítimas são culpadas”, disse Paul
Haigh, um serial killer. John Wayne Gacy, outro serial killer, afirmou
que as suas vítimas mereceram morrer.
http://www.heraldsun.com.au/news/victoria/my-victims-are-to-blame/story-fn7x8me2-1226322356454
De
igual forma, no meio tauromáquico existe a ideia que as bandarilhas e
outros instrumentos perfurantes são uma forma de castigar os touros.
Castigar pressupõe que os touros fizeram algo de errado. Consideram os
touros “bestas negras” e condenam-nos à morte.
De acordo com a Associação Psiquiátrica Americana, os pedófilos
frequentemente justificam os seus comportamentos alegando que as
crianças “gostam” ou que as crianças os provocaram sexualmente. Por sua
vez, no meio dos aficionados das touradas, afirma-se que os touros são
“bravos”, que gostam de lutar e até que eles se sentem “nobres” por
morrerem na arena. Justificam o maltrato dos touros, negando ou
minimizando a capacidade de sentir dor desses animais, que dizem ser
diferentes de todos os demais.
A
fabricação do mito do touro como uma “besta negra” feroz e perigoso
serve o propósito de auto-absolvição dos aficionados pelo seu gosto
sádico e doentio em causar dano a um ser inocente. A ideia do touro mau,
que não sente dor, é um óptimo álibi para justificarem a catarse
colectiva com o castigo com ferros de um pobre animal que não cometeu
mal nenhum.
O
mito da “besta negra” é uma tentativa fracassada de justificação da
injustiça que se comete contra os touros. É uma forma desonesta da
indústria tauromáquica varrer a imagem cruel e atroz da tourada,
colocando o ónus da culpa nas vítimas das touradas – os touros – à
semelhança de muitos criminosos que culpabilizam as vítimas pelos seus
crimes.
A verdadeira natureza do touro
Um animal mal disposto para a luta
“No quadro da zoologia
o touro aparece como animal cobarde, mal disposto para a luta; a sua defesa é a
fuga, sempre que lhe seja permitida. Perseguido, cercado, aceita o combate
utilizando as únicas armas de que dispõe – as hastes – e recorrendo a um mecanismo
muscular fixo. Ainda: acode com intensidade ao engano, só cede ante o
esgotamento físico, a fadiga muscular. Resumindo: o touro acomete aos objectos
ou seres móveis, por medo; investe à muleta vermelha porque lhe incomoda a
vista, cansa, fatiga a retina, dói-lhe e quer livrar-se desse incómodo.” - Sanz
Egaña, médico veterinário e professor espanhol
Um animal herbívoro receoso e defensivo
“Os animais carnívoros, guiados pelo seu
instinto de conservação, procuram presa viva que os alimente, dispostos sempre
a atacá-la e a matá-la; estão dotados de acometividade permanente e sempre
prontos para a luta. As suas faculdades mentais adestram-se nesta forma,
tornando-se sagazes, astutos e mestres da caça, por surpresa. Os ruminantes, e
entre eles os touros, pelo contrário, têm alimentação herbívora, não necessitam
de atacar ninguém, e como isso seria absurdo e na natureza não existem
fenómenos desta espécie, o touro não ataca nenhuma espécie de animais, nem o
homem. O animal herbívoro só tem que se defender dos carnívoros, e como o touro
e os outros ruminantes constituem presas desejadas, dada a sua substância e
volume, se as suas faculdades defensivas não fossem tão grandes, careceriam de
condições de vida e desapareceriam. Por isso todos os bovinos têm potentíssimas
reacções defensivas e são receosos e assustadiços. Tão receosos que já no
século XVI D. Diogo Ramirez de Haro observava que o touro pasta, geralmente
andando para trás. Espera sempre o ataque, sobretudo quando se encontra isolado
da piara ou quando tem de defender a sua prole, que o espera no mesmo sítio, o
escolhido para cama. Em tais circunstâncias investe sem reparar na
superioridade que possa ter o inimigo, e sempre á cega. Fora disso, os
ruminantes são tranquilos, porque essa função, que lhes dá o nome, requer largo
repouso depois das comidas, para voltar a mastigar e salivar os alimentos
depositados na pança, tornando-se, porém, inquietos quando, ao despertar a
primavera, os alimentos abundam e os ardores genésicos aparecem. E assim se
explica a habilidade de que usam os toureiros que só começam a tourear depois
de Maio. “ - ABC da Tauromaquia de El Terrible Pérez, Edições VIC, 1944
“Por
instinto, o toiro busca apoios para a sua defesa, procura os lugares da praça
em que crê proteger-se melhor; a porta dos chiqueiros, por onde lhe chega o
odor animal dos currais onde podia estar a sua momentânea libertação; as tábuas
da trincheira, onde pode apoiar-se e ver vir de frente os seus opositores.” -
LOS TOROS, La Gran Enciclopedia del Espectaculo, Antonio Abad Ojuel Don
Antonio e Emilio L. Oliva Paíto (Libreria Editorial Argos – 1966 Barcelona)
Um animal sociável e simpático
“Sente o touro simpatia ou antipatia por pastores
e lugares, «querenças» onde encontra sensações gratas, chegando-se a deixar
acariciar por crianças. Tal não é raro, e basta recordar-se o touro «Civilon»,
de Cabaleda, que tanto deu que falar e que tão má lide ofereceu na praça. A
isto pode o autor opor que há uns bons vinte anos escreveu no Diário de Lisboa
acerca do touro «Galego» do saudoso D. Florentino Sottomayor, que, lidado na
praça de Madrid, foi bravo e matou o toureiro Mariano montes. Ora dias antes,
quando o autor levava o seu cavalo ao bebedouro da «dehesa» encontrou aquele
touro com o mesmo destino. O animal parou-se como a convidar o cavalo a beber.
O autor deteve-se, por irrepreensível receio da delicadeza. E, depois, na
dúvida, cautelosamente, avançou a montada até à fonte. E o touro, sempre
delicado, cedeu-lhe a prioridade, amavelmente. Quando o cavalo se fartou de
beber, afastámo-nos agradecidos, e o touro bebeu por seu turno, com satisfação
do dever cumprido…” - ABC da Tauromaquia de El Terrible Pérez, Edições VIC,
1944
Um animal com memória
“As sensações no touro
são muito intensas, em especial as do olfacto e do ouvido. Diz a Enciclopédia
«Los Toros»: No lugar em que tenha morrido um touro e se tenham corrompido,
passam três e quatro anos e todas as reses que por ali transitam cheiram e
mostram compreender o facto. Podemos acrescentar que o touro dá disto outras
provas, movidas pela recordação, quando transita pelo local onde passou fome ou
sofreu castigos, isto mesmo anos depois, como anos depois ainda recorda as
pessoas que lhe fizeram mal, segundo afirmam alguns tratadores. Daí o
inconveniente dos «ganaderos» mandarem touros já corridos, em desprestígio do
espectáculo e com perigo para os lidadores.”- ABC da Tauromaquia de El Terrible Pérez, Edições VIC, 1944
Um ruminante tranquilo e pacífico
“O
touro na manada é profundamente pacífico, tranquilo e tímido” Álvaro Domecq y
Diez, ganadeiro empresário tauromáquico
" Los factores que van a hacer que el toro disminuya su
capacidad de visión son: la luminosidad (las corridas tienen lugar en la época
más luminosa del año). Los estímulos más eficaces representados por el
movimiento y los excitantes cromáticos de mayor contraste. [...] El toro ataca
unicamente cuando estas excitaciones alcanzan los centros nerviosos y se
transforman en sensaciones de fatiga y nerviosidad que se caracterizan por una
acción explosiva inadecuada al excitante. [...] El animal, bajo este estado de
semiinconsciencia sufre en la última parte de la lidia una gran disminución de
su visión normal motivada por una constante fijación de la mirada, producida
por pases rápidos delante de su cara, gran fatiga muscular y un intenso dolor
producido por las puyas y las banderillas. Sus músculos mantenidos en constante
movimiento le producen un agotamiento nervioso. [...] Por tanto, los excitantes intensos de luminosidad,
movimiento, dolor, hiponosis e isquemia cerebral, producen una disminución de
su visión normal durante la lidia.” - Fundamentos
anatomo-funcionales de la visión en el Toro de Lidia, Prof Dr. R. Martín
Roldán. Catedrático de Anatomía de la Univesidad de Madrid. 1976
Links:
http://pendientedemigracion.ucm.es/info/genetvet/genetic_variability_fighting_bull.pdf
Fonte: Fonte: pelostourosvivosblog
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